20/09/2019 às 15h08min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h45min

Paulistanos navegam no Rio Pinheiros e promovem conscientização

Na maior cidade do país, mais uma vez o Rio Pinheiros recebeu um passeio aberto à população,  para inspirar não apenas os participantes mas toda a população nacional sobre a importância da limpeza dos rios. Em sua 4ª edição, a ação ‘Por uma Cidade Navegável’, tem como objetivo promover a conscientização da sociedade e estimulá-la a contribuir com a despoluição dos rios, evitando jogar lixo no seu leito e nas ruas da cidade. A intenção é a de aproximar as pessoas dos rios urbanos e inspirá-las, mostrando as diversas oportunidades e benefícios que a sociedade teria se eles fossem limpos, com o lazer e o turismo acontecendo, além de melhorar o trânsito das metrópoles com mais uma via de acesso e um tipo de transporte menos poluente, como é o hidroviário. “A exemplo das cidades da Europa, São Paulo pode ser uma cidade navegável. O Rio Tâmisa era tão poluído quanto o nosso Rio Pinheiros e hoje recebe circulação de embarcações. Essa é a nossa primeira ação de conscientização sobre a despoluição do Rio Pinheiros, motivados pela promessa do Governador João Dória. Por isso, trouxemos a população para navegar e mostrar que é possível, seja para lazer ou como transporte público. Nós montamos duas estações em 48 horas, é possível montar 50 estações em um mês, nós só precisamos da despoluição. Outro ganho será com o crescimento da indústria náutica brasileira, com a possibilidade de navegabilidade do Rio Pinheiros e Tietê”, afirma Ernani Paciornik, publisher da revista Naútica e organizador do São Paulo Boat Show. “A meta da EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) em 12 meses é retirar 500 mil metros cúbicos de lixo. Isto significa água mais límpida, mais translúcida e uma maior profundidade, que é muito importante. Estamos com especialistas da Escola Politécnica da USP e da Marinha do Brasil nos assessorando sobre qual navegabilidade é possível a médio e longo prazo, se é possível para lazer ou transporte coletivo”, declarou Ronaldo Souza Camargo, Presidente da EMAE. Uma iniciativa que tem como objetivo conscientizar a população e a opinião pública sobre os benefícios de recuperar os rios urbanos, esta é a ação ‘Por uma Cidade Navegável’. Criada em 2011 pelo São Paulo Boat Show, maior salão náutico indoor da América Latina, como uma campanha de conscientização pela despoluição dos rios da cidade, que inspira a sociedade a contribuir evitando jogar lixo nas ruas e diretamente nas águas. Esta é a 4ª edição da ação. Na 1ª e 2ª, em setembro de 2011 e setembro de 2012 respectivamente, o projeto foi realizado com a proposta de uma disputa entre uma lancha que navegou pelo Rio Tietê e um carro pela Marginal em horário de pico de trânsito na cidade. Como era esperado, a lancha não completou o percurso devido à quantidade de lixo que travou os motores nos primeiros minutos. Na 3ª edição, realizada em setembro de 2014, o projeto levou ao Rio Tietê um ônibus anfíbio com diversos ex-atletas que haviam participado de competições de remo e natação que ocorriam na década de 40 no Rio Tietê, quando a população podia desfrutar do mesmo com práticas desportivas. Na 4ª edição, que aconteceu no último dia 12, a ação convidou a população para uma vivência de navegação pelo Rio Pinheiros. Novo Pinheiros O Governador João Doria e o presidente da Sabesp, Benedito Braga, apresentaram um pacote de obras de R$ 1,5 bilhão com o objetivo de devolver o Rio Pinheiros limpo para a população até 2022. O projeto Novo Rio Pinheiros, que é uma das prioridades do Governo do Estado de São Paulo, prevê intervenções nas áreas de todas as sub-bacias dos grandes afluentes do Pinheiros, onde vivem cerca de 3,3 milhões de pessoas, incluindo ainda ações socioambientais para engajar a população na recuperação dos cursos d’água da região. “Essa é uma quantia bastante expressiva para a contratação de obras para a despoluição do Pinheiros. Nosso compromisso é entregar o rio limpo até 2022, em condições adequadas, de acordo com os padrões internacionais, com ações que serão feitas também nas sub bacias. Não tenho medo de colocar esse prazo, tenho convicção de que vamos chegar a esse resultado”, comentou Doria. As ações serão contratadas com base em performance, uma forma inovadora de contratação de serviços. A Sabesp define indicadores e metas a serem atingidas pelas empresas, com a remuneração variando de acordo com o cumprimento destes objetivos propostos. Ou seja, não haverá remuneração apenas pelas obras físicas, mas também uma variável pelo resultado final obtido. Para avaliar a performance, serão consideradas metas como o total de novos imóveis conectados à rede e a qualidade da água do córrego. Para isso foi feito um completo mapeamento de toda a área com a localização das ligações de esgoto que precisam ser feitas. O mapeamento identificou cerca de 500 mil imóveis que deverão ter seu esgoto encaminhado à estação de tratamento, sendo que 73 mil destes precisam ser conectados às redes de coleta. Foram lançados 14 editais nas últimas semanas para a contratação das empresas interessadas na realização dessas obras. “O empreendedor terá que colocar todas essas casas ligadas ao sistema e vamos monitorar esses trabalhos. Ele precisa atingir a meta, por resultado. Ou seja, o próprio empreiteiro vai estar interessado em realizar as obras com agilidade”, explicou Braga. Limpeza e desassoreamento O Novo Rio Pinheiros é uma ação realizada pela Sabesp e outros órgãos estaduais coordenados pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Paralelamente às ações de saneamento, a EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.) vem executando o desassoreamento e desaterro do rio. Os trabalhos iniciaram em junho e visam retirar 1,2 milhão de m³ de resíduos. Apenas no primeiro semestre foram retiradas 2,3 mil toneladas de lixo do rio. Com os ecobarcos, que começaram os testes há dois meses, a empresa já recolheu 200 toneladas de lixo flutuante. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) vai intensificar os pontos de monitoramento no rio Pinheiros e nos principais afluentes para verificar os sedimentos (carbono orgânico total, nitrogênio amoniacal e fósforo total) e a qualidade da água (oxigênio dissolvido, pH, temperatura, condutividade, DBO, fósforo, turbidez, sólidos totais e suspensos). Ao longo do processo, o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) emitirá outorgas para ampliação de sistemas de interceptores e emissários de esgotos para estações de tratamento, fundamental para a despoluição do rio Pinheiros. Caberá ao Departamento emitir também as outorgas necessárias para obras e serviços que impliquem em interferências no curso do rio, como a implantação de pontos de atracagem para barcos e implantação de novos sistemas de telemetria e vazões afluentes.


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