05/09/2019 às 18h25min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h45min

Piora na segurança preocupa moradores da região

Em toda metrópole, a segurança é um dos temas mais debatidos. A 14ª Delegacia de Polícia, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, este ano apresenta, em média, cerca de 100 inquéritos instaurados por mês. A população busca alternativas para tentar melhorar este cenário, mas continua encontrando muitas dificuldades junto ao poder público. Em entrevista à Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais, representantes da SAAP (Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros) afirmam que a “segurança pública é uma das duas prioridades dos moradores, juntamente com as árvores e áreas verdes. Roubo e furto a residências é o que mais preocupam os moradores no momento”. Linhas de ação “Nosso posicionamento leva em conta isso, e também o diálogo com as polícias. Em 2016 realizamos uma pesquisa de percepção de segurança, levantamos dados do Infocrim (Informações Criminais) do nosso território, e conduzimos seis reuniões com os moradores do bairro, com o tema de segurança pública e a participação tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil. Mais de 200 pessoas participaram destes encontros e conseguimos identificar nossas linhas de ação para um programa de médio prazo”, complementam à redação os diretores da SAAP. O Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Pinheiros é uma interface entre a população e o poder público. De acordo com a sua presidente Ivana Queiroz, em contato com a Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais, “o Conselho acolhe as solicitações, analisa e as despacham com os nossos gestores públicos: Polícia Civil, PM, GCM (Guarda Civil Metropolitana), CET (Companhia de Engenharia de Trafego) e Prefeitura. Outro trabalho é orientar e informar sobre de segurança”. “Estamos na mão de bandidos...” No primeiro dia de setembro, problemas com segurança continuaram preocupando moradores. “Estamos na ‘mão de bandidos’, pois ontem (dia 1º) às 20 h, houve um assalto à mão armada, por dois indivíduos em uma moto na Rua Endê, esquina com a Av. Diogénes Ribeiro de Lima. As vítimas tiveram dinheiro, celulares, documentos pessoais e do carro roubados, além de serem agredidos fisicamente. Imediatamente ligaram para a polícia comunicando a ocorrência, passando as informações da moto e dos assaltantes. A atendente por sua vez, informou que não adiantava passar os dados, e que tinham que aguardar no local a chegada de uma viatura da polícia. Esperaram por quase 40 minutos e nada, até que pararam uma viatura que passava pela Diogénes. Os policiais orientaram que fizessem o B.O. no 14o. Distrito Policial na Rua Lacerda Franco. Foram até lá e também não conseguiram fazer a ocorrência, pois os funcionários informaram que estavam ocupados com outros assuntos e que fossem para casa, e no dia seguinte fizessem o B.O. em qualquer delegacia. Esta é a realidade que estamos vivendo hoje”, afirmou S.B.S.. Principais demandas Questionada sobre as principais demandas solicitadas às entidades públicas de segurança, a SAAP afirma que há “muita perturbação do sossego (bares, restaurantes e vizinhos inconvenientes), podas de árvores (problemas com rede elétrica), manutenção de praças (para evitar invasões ou problemas com assaltos), buracos, ciclofaixas, pedidos de intensificação de ronda (PM e ou GCM), assaltos a residências, assaltos em regiões específicas (como a onda de assaltos por menores, na Avenida Faria Lima), instalação de semáforos ou faixas de pedestres, iluminação pública, ‘Psiu’ entre outros. Temos uma atuação alinhada com os interesses e preocupações dos moradores do Alto de Pinheiros”. Desse modo, após a pesquisa feita, afirma ter emergido alguns tópicos sobre a segurança, como a ‘Vizinhança Solidária’, a colocação de câmeras e o credenciamento de vigias. Programa Vizinhança Solidária Sobre a disseminação do ‘Programa Vizinhança Solidária’, a entidade explica que “no estudo detectamos que muitos moradores não conheciam seu vizinho de muro e da rua, e não têm o hábito de chamar a polícia, mas eram favoráveis à ideia que promove maior integração entre os vizinhos e a própria polícia para a prevenção. Então apoiamos a formação dos grupos aqui no bairro. Desde então, mais de 40 grupos foram criados”. Ivana também sugere a participação no programa. “Eu defendo as polícias do nosso Estado porque acompanho o trabalho há seis anos. Mas a falta de emprego e perspectivas dos últimos anos, realmente agravou o cenário. Acredito que, a ampliação do ‘Vizinhança Solidária’ vai ajudar muito a Polícia Militar a atuar. Não podemos esquecer que temos que mudar leis para que as polícias possam trabalhar e ver resultados de seus esforços (audiência de custódia por exemplo, tem que acabar). Enfim, acredito que, quando o cenário social melhorar, nossos índices também melhorarão. E isso não é trabalho de polícia, mas de excelente gestão pública”, defende. meras inteligentes A entidade ainda aponta outros dois caminhos. O primeiro é a instalação de câmeras inteligentes com capacidade de leitura de placas e que verificam em tempo real se o veículo é roubado ou procurado. “A SAAP foi a primeira associação de bairro e fazer um termo de cooperação com a Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Hoje temos 16 câmeras espalhadas pelo bairro em pontos estratégicos. Mais de 80 moradores e instituições apoiaram este projeto”, comentam. Além disso, o credenciamento do vigia, que ainda está em fase de implantação na região, mas é pautado na Lei Estadual 11.275/2002 de que todo ‘guarda de rua’ deve ser credenciado pela Polícia Civil. “Mapeamos quase duzentas guaritas em nosso bairro, e estimamos ter cerca de 600 profissionais atuando. Entretanto o número de vigias cadastrados em nossa região não chega a 5% disso. Precisamos ter estes profissionais integrados ao sistema de segurança pública”, informaram. Importância de fazer o B.O. “Além disso, trabalhamos constantemente sensibilizando a população em relação a importância de fazer B.O., pois todas as estratégias e recursos da SSP são baseados nos dados estatísticos oficiais. Se não registrarmos o crime, como saberão o que ocorreu para combatê-lo?”, complementa a entidade. Ambas entidades afirmam ser procuradas pelos moradores da região. A SAAP, por exemplo, afirma que “tem sido solicitada por grupos de moradores que desejam se organizar seja para colocar câmeras na rua e buscam orientações, fazer uma doação para nosso projeto de câmeras e montar um grupo de vizinhança solidária. Até um grupo de síndicos nos procurou para falar do tema. Temos feito reuniões mensais com pequenos grupos sobre o tema e devemos chamar uma conversa com os associados e moradores para o final de setembro”. Moradores participam Uma moradora da região, inclusive, fez uma sugestão. “Estamos com problemas para arcar com os custos de uma empresa de segurança em nossa rua. Lanço um ideia polêmica, mas só para iniciar uma discussão: se todos os participantes deste Grupo dessem 100 reais por mês,  seriam 400 mil. Será que com esta verba, administrada pela SAAP, não conseguiríamos ter um sistema de segurança comunitário mais eficiente?”, questionou M.M. Sobre a proposta, a entidade enviou uma nota dizendo que “agradecemos a confiança dos moradores em apontar a SAAP como mediadora em uma temática tão complexa. A entidade vem trabalhando em construir soluções, considerando os órgãos públicos competentes, e mobilizando a população com propostas acessíveis e factíveis, como as apresentadas anteriormente. Neste momento em que estamos vendo o aumento das ocorrências no bairro, estamos buscando diálogo com as autoridades para entender o que pode ser feito”.


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