23/11/2023 às 23h27min - Atualizada em 23/11/2023 às 23h27min

​População aponta novos cortes de árvores no Instituto Butantan

Em setembro de 2022, parecer do Ministério Público recomendou a adoção de providências urgentes, visando à paralisação total da ação de degradação nas dependências do Instituto Butantan, em relação ao manejo de vegetação protegida e em relação a intervenções em prédios históricos, contemplando ainda todas as obras projetadas que possam causar prejuízo ao bem tombado. Mas a população local registra novos cortes, mesmo depois de acabar com uma grande clareira de centenas de árvores e ser condenada por ambientalistas e vizinhos. MP afirma que uma reunião deve ocorrer no início de dezembro. 
Gazeta de Pinheiros ouviu moradores e ambientalistas sobre o assunto.

Por que o Ministério Público foi acionado novamente?
"Acionamos novamente o MP do Meio Ambiente, para suspender o novo corte anunciado, pois soubemos que estava suspenso até o Instituto replantar o que dizimou este e outros anos, o que nunca foi cumprido, conforme determinava a autorização da Prefeitura."

GP - Em que local do Instituto foi feito o corte anterior? O Instituto informou por que houve o corte?

"Remete ao corte arvores, que nunca foram replantadas, agora no entorno da caixa d’agua, que fica na posição oposta a entrada do Instituto: (a desculpa é que era medida “fitossanitária”, sem nunca virmos algum biólogo avaliando arvores ou verificando se havia ninhos nas arvores)."

GP - Afirmam que novos cortes estão sendo feitos. Em quais locais? Há um número estimado de árvores? Há informações sobre os motivos?

"O documento informa que cortarão mais de 700 árvores. Só o ano passado, segundo informações desencontradas 'para obras de novos estacionamentos e restaurantes' foram mais de 3 mil espécies, que abriram grandes clareiras na mata protegida.”

MP se pronuncia
Questionado sobre o tema, o MP informa tratar-se de inquérito civil que apura corte e supressão de exemplares arbóreos nas dependências do Instituto Butantã vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, situado na Avenida Vital Brasil,  1500, no Butantã. A promotoria de Justiça do Meio Ambiente informa que está aguardando uma reunião que será realizada no próximo dia 6 de dezembro com as partes envolvidas para análise de eventuais providências ou ação a ser proposta.

Instituto Butantan
O Instituto Butantan, enviou nota informando que cumpre a recomendação do Ministério Público e “não faz retiradas de árvores, salvo aquelas com risco de queda constatado por especialistas, com laudo técnico e autorização prévia dos órgãos ambientais”.

3 mil árvores derrubadas em 13 mil m2
O Instituto nada esclareceu até o momento, sobre o possível crime ambiental "avalizado" pela Cetesb e Secretaria do Meio Ambiente, ou seja, hipotéticos "licenciamentos" do Governo para atender o próprio Governo, para obras de melhorias para os turistas (estacionamentos e restaurantes). Na época o Instituto alegou ampliação de área de pesquisa, mas depois voltou atrás e interrompeu o corte depois de mais de 3.000 árvores derrubadas e canibalizadas. Fotos e documentos demostram que as "autorizações" foram a "toque de caixa" e sem nenhuma análise mais profunda do impacto ambiental causado na área protegida e tombada.

Área tombada 
O parecer do MP, apurou “a ocorrência de desmatamentos recentes e em execução de vegetação imune de corte em área classificada como bosques heterogêneos com ocorrência de Mata Atlântica nas dependências do Instituto Butantan, que possui a sua área tombada pelo CONPRESP e pelo CONDEPHAAT. Houve o corte de centenas de árvores especialmente protegidas nas categorias Imunes de Corte, Vegetação Significativa, Vegetação de Preservação Permanente – VPP e consideradas Patrimônio Ambiental”.

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