16/08/2019 às 15h47min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h46min

Dossiê aponta devastação da Mata Atlântica

Um documento de 237 páginas elaborado pelo vereador Gilberto Natalini (PV-SP) denuncia a derrubada de 500 mil árvores em 90 áreas dentro do município. De acordo com o dossiê, imagens de satélite dos últimos cinco anos mostram a destruição de remanescentes de Mata Atlântica no município de São Paulo. Fotografias do “antes” e do “depois” não deixam dúvidas: a supressão da cobertura vegetal atinge índices gravíssimos principalmente na Zona Sul da cidade, região de proteção ambiental onde estão as Represas Billings e Guarapiranga. Imagens aéreas reunidas no dossiê confirmam a derrubada sistemática de árvores. A crise ambiental complica o quadro. Mais que nunca, as árvores precisam ser protegidas. No entanto, “organizações” vêm devastando a Mata Atlântica para implantar loteamentos clandestinos. Vendem lotes sem documentos para pessoas simples. Em outros casos, a cobertura florestal dá lugar a pontos de descarte criminoso de entulho na periferia. Os malfeitores ainda têm a ousadia de compactar esses botas-fora e comercializar lotes em sua superfície. Das 90 áreas identificadas, 46 foram estudadas pelo Gabinete de Gilberto Natalini. Juntas, elas somam quase 3 milhões de metros quadrados, área suficiente para abrigar cerca de meio milhão de árvores. Essas 500 mil árvores ou já foram derrubadas ou estão sendo cortadas neste momento, sob a omissão das autoridades municipais e de segurança pública. No documento, o vereador aponta que o extenso território que fica além do chamado “centro expandido” do Município de São Paulo começou a ser ocupado com mais intensidade a partir dos anos 1970. As sucessivas crises econômicas e climáticas (as secas cíclicas no sertão semiárido do Nordeste, por exemplo) trouxeram levas de imigrantes à cidade mais “desenvolvida” do País. Ao longo dos anos, centenas de aglomerados urbanos, principalmente nas Zonas Leste e Sul, ocuparam o lugar da Mata Atlântica. Longe dos programas oficiais, casebres e moradias populares, no início de madeira e depois de alvenaria, tomaram o lugar da densa cobertura vegetal existente em São Paulo. Em vez das árvores, as áreas afastadas do centro da cidade passaram a abrigar bairros populares, erguidos da noite para o dia, sem planejamento urbano. Os últimos anos marcam um novo quadro, ainda mais grave, segundo o documento. Cientistas do mundo inteiro concluíram que a atmosfera passa por aquecimento global sem precedentes e, para combatê-lo, entre outras medidas, é urgente preservar e plantar árvores em todo o planeta. “Portanto, São Paulo não pode mais perder sua Mata Atlântica, principalmente em Parelheiros, onde a cobertura vegetal é imprescindível para garantir a área de manancial que abastece as Represas da Guarapiranga e Billings, cruciais para o fornecimento de água à população da Região Metropolitana. Como se sabe, a mata também contribui para manter as temperaturas mais baixas e ainda ajuda a reduzir os níveis de poluição”, afirma. “Mais que nunca, precisamos frear a derrubada sistemática de árvores, com vistas a assegurar um meio ambiente minimamente saudável. Infelizmente, não é o que vem acontecendo. Antes que seja tarde, temos de reverter esse processo predatório e garantir nossas florestas, mantendo-as em pé e impedindo a sua contínua destruição”, conclama o vereador.


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