16/08/2019 às 14h08min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h46min

Despoluição da Bacia do Pinheiros vai beneficiar 3,3 milhões de pessoas

O programa Novo Rio Pinheiros é uma das prioridades do Governo do Estado de São Paulo e, com ações da Sabesp, prevê intervenções nas áreas de todas as sub-bacias dos grandes afluentes do Pinheiros. Também inclui atividades socioambientais para engajar a população na recuperação dos cursos-d’água. Outra novidade no Novo Rio Pinheiros é a adoção de inovações tecnológicas em áreas de urbanização irregular, onde o esgoto acaba lançado nos córregos porque a ocupação não deixou espaço para a instalação de coletores. Nesses locais, a Sabesp estuda, entre outras possibilidades, implantar estações especiais que vão tratar a vazão de esgoto do próprio curso-d’água. Além de contribuir para a melhoria do rio, o Novo Rio Pinheiros vai beneficiar diretamente 3,3 milhões de pessoas que moram nas imediações (o equivalente à metade da população da cidade do Rio de Janeiro), com melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente, e será um incentivo à economia paulista, com a criação de empregos e renda. Educação e engajamento O Novo Rio Pinheiros é uma ação realizada pela Sabesp e outros órgãos estaduais coordenados pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. A despoluição requer também a participação efetiva da população, seja para se conectar à rede de esgoto já existente, seja para descartar adequadamente o lixo. Jogado na rua, o lixo vai parar nas galerias de drenagem da água da chuva e nos córregos, contribuindo para a poluição. O Novo Pinheiros atua em conjunto com outros programas da Sabesp e do Governo de São Paulo para despoluir o rio e devolvê-lo limpo à população. Um deles é o programa Córrego Limpo, iniciado em 2007 em parceria com a Prefeitura de São Paulo para melhorar a qualidade da água dos mananciais, rios e córregos da capital. Através dele, já receberam intervenções 152 córregos. Além do meio ambiente, os benefícios chegam às pessoas que moram próximas dos cursos-d’água por meio de adequações no sistema de esgotamento sanitário, limpeza, manutenção e educação ambiental. O Projeto Tietê, que também engloba o Pinheiros, foi iniciado em 1992 para a criação de infraestrutura para coleta, transporte e tratamento de esgotos. Desde o seu início, a mancha de poluição do rio Tietê diminuiu de 530 km para 122 km, uma redução de 77%. Os dados são auditados pela SOS Mata Atlântica. Com investimento de US$ 3 bilhões no projeto, mais de 10 milhões de paulistas passaram a ter coleta e tratamento de esgoto com estas obras, com a coleta passando de 70% para 87%, e o tratamento, de 24% para 70%. China O Governador João Doria assinou, em Xian, na China, um protocolo de intenções com a CR20, subsidiária da gigante de infraestrutura China Railway Construction Corporation (CRCC), um dos 50 maiores grupos empresarias do mundo. Após tomar conhecimento dos projetos de desestatização apresentados pelo Governador paulista, a CR20 demonstrou especial interesse em participar das licitações de pelo menos três projetos. “Em nosso grupo, temos capacidade para atuar em quase todos os tipos de projetos de infraestrutura, mas neste momento estamos focados na Linha 6 do Metrô de São Paulo, o trabalho de despoluição do Rio Pinheiros e também a ferrovia intercidades. Já reunimos inclusive empresas parceiras para atuar nesses projetos”, disse o presidente da CR20, Deng Yong. O protocolo assinado entre o governo paulista e a CR20 é a manifestação de interesse da companhia chinesa em participar das disputas dos projetos em que tem interesse. A expectativa do governo estadual é que a licitação do trem intercidades ocorra até o fim do primeiro trimestre de 2020. Já a disputa pela Linha 6 – Laranja, do Metrô da capital, pode ocorrer ainda no mês de agosto, enquanto o projeto de despoluição do Rio Pinheiros está previsto para conclusão ainda no próximo ano. Rio Pinheiros O bairro teve origem numa aldeia indígena situada à margem direita do Rio Pinheiros, próximo onde atualmente encontra-se a ponte que liga as Avenida Eusébio Matoso e Avenida Vital Brasil. Desde a sua fundação em 1560 até depois da segunda metade do século XIX, Pinheiros vai se transformando em um povoamento caipira, acolhendo brancos, indígenas e mestiços que se dedicavam à agricultura, utilizando-se de tração animal para o transporte de produtos até o centro de São Paulo. A região foi sítio bastante usado durante o ciclo bandeirista e suas expedições, devido à proximidade com o Rio Pinheiros, afluente do Rio Tietê, via utilizada por Fernão Dias Paes e seus bandeirantes. No início do século XX alguns fatores possibilitaram um primeiro período de efetivo desenvolvimento de Pinheiros: o prolongamento da linha de bondes até o Largo de Pinheiros, feito a partir da então Avenida Municipal, hoje Dr. Arnaldo e a abertura da rua Teodoro Sampaio. Em 1907 foi inaugurado o Entreposto, atualmente Mercado Municipal de Pinheiros. Dessa forma, a região converteu-se em núcleo receptor da produção agrícola oriunda de áreas ao longo das estradas para Itapecerica, Cotia e Itu, e talvez venha daí a própria origem de Pinheiros como centro de comércio atacadista.


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