09/11/2023 às 23h24min - Atualizada em 09/11/2023 às 23h24min

​Vereador e a comunidade pedem mudanças do projeto do “piscinão 2” e manutenção de árvores da Praça Roberto Gomes Pedrosa no Morumbi

De acordo com especialistas, os supostos piscinões que devem ser construídos no Morumbi, devem ser a última alternativa contra enchentes e alagamentos. Inclusive, pelo alto valor necessário para a sua construção. Sem contar, ainda a necessidade de manutenção e limpeza permanentes. Os investimentos primários deveriam ser feitos em formas de auxiliar a melhor drenagem da água. Como exemplos, foram citados o aumento de jardins de água e trabalhos nas galerias e dutos subterrâneos. 

Depoimentos apontam problemas
“Estas enchentes acontecem  na sede social do São Paulo e o piscinão no fundo da avenida junto ao Colégio Porto Seguro deve resolver o problema. O piscinão 2 na frente do estádio não é necessário e dinheiro jogado fora, além de dizimar dezenas de árvores frondosas”.

O vereador Eliseu Gabriel protocolou um pedido para a suspenção do corte de árvores. O documento aponta para “reivindicações dos moradores do entorno do estádio do Morumbi, Cícero Pompeu de Toledo, a suspensão da poda ou supressão das mais de 60 (sessenta) árvores existentes na frente e nas proximidades do estádio”. 

“A reivindicação trazida a este gabinete pelo Grupo 1 de Jornais Gazeta de Pinheiros e da Samovis-Soc, Amigos do Morumbi e Vila Suzana, aponta para o fato de que já está sendo construído um piscinão atrás do estádio, justamente com a finalidade de acabar com as enchentes no entorno do clube social do São Paulo Futebol Clube. Nos termos da reivindicação supra e, tendo em vista a construção em andamento do piscinão atrás do estádio, a construção de outro piscinão na frente do estádio é desnecessária e vai causar um dano ambiental muito grande. Em face do exposto e , considerando ainda o auto custo e os transtornos que a obra na frente do estádio vai causar aos cofres públicos, aos moradores e ao trânsito local, INDICO a V.E xc, a suspensão da referida obra para melhor avaliação do quanto alegado, notadamente em relação ao custo excedente da construção de um segundo piscinão no mesmo local”, aponta a solicitação. 

Questionados sobre o tema, o presidente do São Paulo F.C., Julio Casares, o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, o vereador Fabio Riva e o vereador Arselino Tatto não retornaram até o fechamento desta edição. 

Moradores locais solicitam auxílio do MP
Representantes locais entraram com uma representação no Ministério Público de São Paulo para tentar reverter a construção do segundo piscinão na Praça Roberto Gomes Pedrosa. De acordo com documento ao qual a Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 teve acesso, foram solicitadas “medidas necessárias e urgentes para evitar danos ambientais irreversíveis”. 

“Vale lembrar que as mencionadas ações de “compensação ambiental” têm sido utilizadas para justificar a continuidade de corte de árvores e redução de áreas permeáveis em nossa cidade, inclusive em praças, patrimônio público ambiental, cujo uso vem sendo sistematicamente alterado pelo Poder Executivo Municipal para abrigar canteiros de obras e também obras permanentes para atividades diversas da proteção ao meio ambiente. E neste ponto nos referimos à decisão unânime anexa (doc. 03), de 30.01.2023, da 6ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, em Ação Civil Pública 1009450-34.2013.8.26.0053, de autoria do “Parquet”, que, s.m.j, entendemos ser de utilidade no presente caso, na medida em que trata da falta de discricionariedade “absoluta e irrestrita” do Poder Executivo Municipal “para alterar o território urbano” destinando áreas verdes para “atividades diversas da proteção ao meio ambiente”, situação, que segundo o julgado não pode ser mantida”, ­apontam.
Um dos pontos levantados está na emergência climática, que “exige, cada vez mais, políticas públicas que apontem a redução destes riscos para que possamos alcançar um futuro mais sustentável para as próximas gerações, em especial. Desastres ambientais tem sido cada vez mais comum, e em maior escala. Todavia, a busca por “soluções fáceis” deve ser evitada, sob risco de incorrermos em desastres maiores no futuro não tão longínquo. Aliás, pelo contrário, em que pese a ocorrência de alagamentos na região, é obrigatório o atendimento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS - da Agenda 2030, especialmente, no caso, os Objetivos de números 3 (Boa Saúde e Bem Estar) e 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis) e 13 (Combate às Alterações Climáticas) e, por conseguinte, as “Soluções Baseadas na Natureza” (SBN), que, na situação da denúncia, estão sendo totalmente desatendidos e desconsiderados”.

Outra questão que é citada no documento é que, até o momento não foi possível obter “acesso ao projeto e estudos de impacto sob o meio ambiente e a vizinhança, o que reforça a necessidade de suspensão da continuidade de tal projeto e que haja garantia de audiências públicas com debates com a comunidade e com técnicos especialistas”.

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