Após quase um ano, da clareira aberta dentro do Instituto Butantã, com centenas de árvores cortadas em uma área de 13 mil metros quadrados, a comunidade, ambientalistas e entidades da região ainda não tem conhecimento quem autorizou este crime ambiental, que segundo o Instituto foi “autorizado” por órgãos do Governo para o próprio Governo, sem embasamento real e concreto. Em setembro de 2022, parecer do Ministério Público “...recomendou a adoção de providências urgentes visando à paralisação total da ação de degradação, nas dependências do Instituto Butantan, em relação ao manejo de vegetação protegida e em relação a intervenções em prédios históricos, que possam causar prejuízo ao bem tombado...” mas mesmo assim houve continuidade no corte da mata, para ampliação de estacionamento e novos restaurantes, segundo informações. Agora todos querem saber e responsabilizar (presidente, diretores e conselheiros) e se haverá reflorestamento. O Instituto informou que todos os manejos realizados na época foram autorizados, e que suspendeu as obras.
Área tombada O parecer do MP, apurou “a ocorrência de desmatamentos recentes e em execução de vegetação imune de corte em área classificada como bosques heterogêneos com ocorrência de Mata Atlântica nas dependências do Instituto Butantan, que possui a sua área tombada pelo CONPRESP e pelo CONDEPHAAT. Houve o corte de centenas de árvores especialmente protegidas nas categorias Imunes de Corte, Vegetação Significativa, Vegetação de Preservação Permanente – VPP e consideradas Patrimônio Ambiental”.
Corte paralisado O Instituto ainda informou na época que, “mesmo estando regular sobre todos os temas [sic], o Instituto Butantan acatou a recomendação do Ministério Público de paralisação dos manejos, até que o caso seja esclarecido por todas as partes envolvidas...”.
Reflorestamento Questionado sobre o corte e se haverá reflorestamento, o Instituto Butantan informou que “todos os manejos realizados pelo Instituto Butantan foram autorizados pelo Termo de Compromisso Ambiental - TCA nº 270/2021 e pelo Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental - TCRA nº 22210/2021 (Autorização nº 22216/2022) para realização de obras para a ampliação de importantes áreas, tais como a construção de novas instalações laboratoriais e de apoio à indústria”. “Mais uma vez ressaltamos à reportagem que tal manejo nada tem a ver com o projeto do edifício-garagem e/ou do restaurante que foi suspenso no final de 2022”, reforçam.