05/07/2019 às 14h17min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h48min

A vez dos pedestres contra os atropelamentos

Caminhar pelas ruas da Capital é um exercício de paciência e atenção. Cada vez mais, carros tomam as vias e, com isso, aumentam o risco de atropelamentos. Uma iniciativa da Prefeitura pretende reduzir as chances de isso acontecer. As chamadas Áreas Calmas surgiram a partir de um reestudo da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) em relação às Áreas 40. A proposta é melhorar a segurança viária em regiões onde se concentram atividades comerciais e de serviços com fluxo intenso de veículos e movimentação de pedestres. Também prevê a redução da velocidade máxima regulamentada (30 km/h). Neste aspecto, numa primeira fase, deverão ser trabalhadas Áreas Calmas em Santana, São Miguel Paulista, Lapa e região central. A Prefeitura ainda não divulgou planos para a iniciativa nos bairros de Pinheiros, Butantã, Morumbi e Santo Amaro. O objetivo das Áreas Calmas é melhorar a segurança dos usuários, reduzir o número e a gravidade dos atropelamentos, priorizar o deslocamento a pé e estimular o uso de bicicletas e caminhadas, favorecendo ganhos ambientais e de convívio social. O programa engloba uma série de ações. Dentre as iniciativas, é possível citar a criação de elementos de moderação de tráfego, como travessias elevadas, avanços, redução da velocidade, lombadas físicas e rotatórias. Além disso, a CET indica melhorias nas travessias dos pedestres (avaliação semafórica, reposicionamento das faixas, melhoria na sinalização, linhas de desejo de travessias); a readequação das calçadas nas áreas de travessia como formas de auxiliar neste trabalho. A iluminação das faixas de pedestres e a realização de estudo da circulação de veículos e pedestres são apontados coo outros meios de auxiliar o pedestre pela cidade. A padronização da sinalização de pedestres também é um dos fatores. Além disso, é estudada a redução da velocidade regulamentada para 30 km/h nestas áreas. Em paralelo a esse programa, outra iniciativa da CET em prol da segurança dos pedestres é o Programa Pedestre Seguro, criado em 2017 e que está ampliando em 20%, em média, o tempo da travessia nos cruzamentos semafóricos. A CET concluiu a implantação do programa em 33 principais corredores da capital, entre elas a Av. Celso Garcia, Av. do Estado, Av. Rebouças, entre outras. Em 2019, a previsão é que o programa chegue a outras 10 vias, de acordo com a Prefeitura. Outra ação destinada a pedestres mais jovens, como crianças e adolescentes, é ainda o Programa Rota Escolar Segura. O Rota Escolar Segura é um programa para tratar áreas ou bairros que concentram várias escolas e onde a maioria dos estudantes e acompanhantes tem como hábito fazer o trajeto casa-escola a pé. O objetivo é reduzir o risco de acidentes de trânsito nos trajetos usados pelos estudantes, e não somente no entorno de uma unidade de ensino de forma isolada. As ações viabilizadas tanto através de Áreas Calmas como do Pedestre Seguro e da Rota Escolar Segura estão previstas e integram o Plano de Segurança Viária 2019-2028. O plano é baseado no conceito Visão Zero e Sistemas Seguros, que parte da premissa de que nenhuma morte é aceitável no trânsito. Criado na Suécia em 1997, esse conceito já é usado como referência para planos de segurança viária de longo prazo em cidades como Nova York, Cidade do México, Bogotá e, agora, São Paulo. O Plano de Segurança Viária 2019-2018 é resultado de um ano de trabalho, com o envolvimento de 200 pessoas, 15 órgãos públicos e mais de 50 colaboradores para a elaboração do texto final, com apoio do Banco Mundial, da Iniciativa Bloomberg para a Segurança Global no Trânsito e do WRI Brasil. No Brasil, de acordo com a Agência Brasil, mais de 60% dos leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) são ocupados por vítimas por acidente de trânsito. Nos centros cirúrgicos do país, 50% da ocupação também são por vítimas de acidentes rodoviários. Segundo o Observatório de Segurança Viária, os acidentes no trânsito resultam em custos anuais de R$ 52 bilhões.  


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