10/08/2023 às 23h01min - Atualizada em 10/08/2023 às 23h01min

​Verticalização desenfreada ataca a ‘Vilas do Sol’, último pulmão verde

Pinheiros já foi um bairro horizontal, com sobrados e casas. Assim, a iluminação era bem distribuída, com uma boa vegetação e ventilação. Porém, nos últimos anos, a intensa verticalização tem adensado e a quantidade de prédios prejudicado a qualidade de vida. Agora a ameaça a recai sobre a ‘Vilas do Sol’, um dos últimos pulmões verdes da região.

Pulmão climático
A população luta pela manutenção do quadrilátero, que é internamente constituído de ruas estreitas e arborizadas, e como ocupação horizontal formando um micro pulmão climático entre tantos prédios, com presença de pássaros, árvores e muitas flores, composto por vilas com pequenas casas de famílias que vivem no bairro há mais de 50 anos. Em seu entorno, há charmosos comércios, com restaurantes, bistrôs, cafés, e sorveterias que diariamente recebem visitantes locais e de outras regiões.
“Ou seja, é uma área muito atrativa e com alta qualidade de vida urbana que deve ser preservada. Por conta deste perfil único do quadrilátero e seu entorno no interior do bairro de Pinheiros, vem sendo alvo do assédio de incorporadoras. Em função disso, seus moradores, além de sofrerem assédio constante, têm assistido continuamente a chegada de inúmeros novos projetos imobiliários”, concluem em abaixo-assinado.

Revista amplia a causa
De acordo com os organizadores do manifesto, a ‘Revista Piauí’ apresenta a matéria, ‘Lugar ao Sol’, por Angelica Santa Cruz, pela ‘Vilas do Sol’ preservada horizontal em ZPR - zona predominante residencial. A reportagem conta um pouco da história do Movimento Pro-Pinheiros, “o início de um movimento de ativismo urbano, de pessoas de que amam a cidade, vivem histórias de amor, de amigos, trabalho, família em seus apartamentos e casas, no modo de vida nos seus lugares de residência. Onde moramos, nosso refúgio, direito de todos”, anunciam em suas redes sociais.
“Próximo aos eixos de transporte da Av. Rebouças, Metrô Fradique Coutinho, entre pequenas casas e comércios, onde hoje, muitos desapareceram, nós caminhávamos com nossos cãezinhos e agora estamos atônitas com as inúmeras demolições e tapumes. Assim começamos, observando as mudanças bruscas. Contavam histórias do entusiasmo e insistência dos corretores, querendo comprar suas casas. Pressão e mentiras! Perturbações sem limite das muitas obras, que acontecem ao mesmo tempo, causando poluição dos caminhões a diesel, betoneiras sendo lavadas nas ruas, barulho sem fim, 24 horas por dia. Um caos urbano!”, detalham.

Plano Diretor
“Entre abaixo assinados, manifestação, cartazes, reuniões, pesquisa, aplicação de um ativismo pacífico para uma cidade melhor, inclusiva, sustentável para todos! Nem sempre temos boas condições de moradia, mas todos tem o direito de morar dignamente. Enquanto o plano de verticalização dos eixos de transporte era para ter moradia social, também não tem! Portanto, o Plano Diretor de 2014 falhou, a Revisão desse plano também falhou em atender as demandas. Mas a luta continua!”, afirmam.
*As casas do quadrilátero estariam na linha de aquisições da ‘Zabo Engenharia’, que questionada sobre o assunto, não retornou até o fechamento desta edição.

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