A arborização é muito importante dentro da configuração do espaço urbano. Os benefícios ambientais proporcionados, tais como a diminuição da poluição, do calor e do ruído, embelezamento e maior permeabilidade do solo são essenciais à qualidade de vida. Moradores apontam cortes de árvores cinquentenárias. A Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais teve acesso a levantamento com dados constantes dos ‘Relatórios de Obras e Ações’ de cada Subprefeitura em 2022. Segundo os dados, há uma enorme defasagem entre o número de árvores cortadas e plantadas nas Subprefeituras de Pinheiros, Butantã (Morumbi) e Santo Amaro. A população está indignada também com a CETESB-Cia. Ambiental do Estado de São Paulo, pois tem oferecido licenças de cortes indiscriminados na região (como ‘autorizou’ o corte de 213 arvores adultas em um bosque na frente do Estádio do Morumbi, ou ainda mais de milhares de árvores dentro do Instituto Butantan. Todos casos denunciados pelo Ministério Público e estão correndo no Tribunal de Justiça), com compensações esdrúxulas e sem fundamento, todas fora dos bairros atingidos.
Pinheiros é o campeão de cortes e verticalização desenfreada Pinheiros é a Subprefeitura com maior saldo negativo. Os dados afirmam que, apenas no ano passado, 1.088 árvores foram removidas. Porém, apenas 300 foram plantadas na região. Isso dá um saldo negativo de 788 árvores a menos. As supressões de áreas verdes são principalmente para a construção de mais de 100 de prédios, que conseguiram autorização nas “emendas” da atual legislação do polêmico Plano Diretor (aprovado na gestão do prefeito Fernando Haddad) com verticalização ‘criminosa’ que passa o bairro. O Butantã vem logo em seguida, com um déficit de 588 árvores. Afinal, teriam sido cortadas 788 árvores para um plantio de apenas 200. O bairro também passa por uma verticalização sem limites, principalmente no centro e junto às estações de metrô. Santo Amaro, com mesmo problema de invasão de prédios, fica na quarta posição, com 229 plantios para 745 remoções, o que aponta para 516 árvores a menos no bairro. A Lapa fecha a quinta colocação com 507 cortes para 183 plantios e um saldo negativo de 324. Das 32 Subprefeituras, apenas nove ficariam com índice positivo de replantio. Isso refletiria em um déficit de 3.700 árvores a menos nos bairros na cidade. As “licenças” da CETESB e Secretarias do Meio Ambiente só privilegiam “compensações” fora dos bairros., prejudicando a todos.
Prefeitura afirma analisar as supressões A municipalidade, por sua vez, afirma que trabalha com diversos órgãos e secretarias para minimizar o problema de falta de áreas verdes. A Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) informa que plantou 3.600 árvores nos ‘Bosque de Conservação Urbana’ e que analisa todas as supressões, com engenheiros agrônomos, engenheiros florestais ou biólogos que verificam tecnicamente e legalmente se há necessidade do corte do exemplar arbóreo. (As supressões são autorizadas e baseadas no Art. 14 da Lei 17.794/22).
Podas vistoriadas “As podas acontecem por diversos fatores e quando a vistoria identifica a necessidade de remoção de uma árvore, por risco de queda ou por estar morta, é feito o plantio de uma nova muda no mesmo local ou em local mais adequado”, afirmam. Os dados podem ser encontrados ttps://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/parques/index.php?p=284396. Há, ainda, os plantios de compensação e reparação ambiental.
Balanço de plantios X cortes “Em função dos TCA, a perda da vegetação adulta estabelecida é reposta e acrescida com maior quantidade de mudas arbóreas, originárias da Mata Atlântica, contribuindo para a biodiversidade e a manutenção do ecossistema em geral”. Abaixo segue relação de plantios realizados por SVMA e SMSUB, além do balanço de quedas e remoção de árvores na capital. O resultado mostra mais árvore plantadas, considerando remoção e queda em 2022 - Plantio SVMA: 92.849; Plantio SMSUB: 8.271; Quedas na Cidade: 3.811; Remoções SMSUB: 12.369
