A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) está com problemas. Com a fiação à mostra e ligações irregulares, o local corre perigo de incêndio. Em Brasília, o Governador João Doria garantiu a mudança do entreposto. A Ceagesp, no momento, não conta com o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Reportagem da TV Globo denunciou a situação, mostrando inúmera ligações clandestinas. O entreposto, em nota, informa à Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais que possui um setor de Fiscalização que tem, entre outras, a atribuição de coibir a execução de toda e qualquer intervenção que não tenha sido aprovada preliminarmente pelas áreas competentes. Porém, a situação deflagrada mostra-se com riscos. Questionados sobre projetos para melhoria de condições, a Ceagesp afirmou que o planejamento da empresa contempla a execução de inúmeras intervenções que têm como objetivo a adequação das instalações elétricas e prediais de forma geral. Estas intervenções não foram implementadas até o momento devido a restrições de ordem financeira por que a empresa tem passado nos últimos anos. Os serviços de manutenção sob responsabilidade da Ceagesp englobam a rede elétrica interna de Alta Tensão, a rede de iluminação pública interna e os painéis de distribuição dos pavilhões, onde frequentemente ocorrem atos de vandalismo. A manutenção das áreas internas é de responsabilidade dos ocupantes, de acordo com a assessoria do local. Mudança O Governador João Doria e o Presidente Jair Bolsonaro se reuniram em Brasília nesta terça-feira (23) e definiram que a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) será transferida da União para o Governo de São Paulo e mudará de endereço até o final de 2020. “Até o final do ano que vem, ele estará em um novo endereço, em uma área seis vezes maior que a área que ele hoje ocupa. Com isso, vamos ter mais permissionários, uma condição melhor física e operacional. Este novo local será próximo a uma rodovia, o que permitirá uma ligação mais rápida e eficiente com o Porto de Santos e com as demais rodovias federais e estaduais”, disse Doria. A Ceagesp será transferida do Ministério da Agricultura para a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e o novo espaço será viabilizado por meio de recursos privados. O futuro endereço não foi anunciado ainda para evitar especulação imobiliária. No atual local do Centro será implantado o CITI (Centro Internacional de Tecnologia e Inovação), também em parceria com a iniciativa privada. “Será o Vale do Silício de São Paulo, com 650 mil metros quadrados de área dedicada à tecnologia”, explicou o Governador. Arco A Prefeitura de Sâo Paulo pretende transformar o terreno em um parque tecnológico. A saída da Ceagesp da zona oeste foi cogitada durante décadas por diferentes administrações municipais, mas nunca houve um projeto concreto para viabilizá-la, principalmente em virtude de dificuldades no diálogo entre a Prefeitura de São Paulo, proprietária do terreno, e o Governo Federal, responsável pela operação do equipamento por meio do Ministério da Agricultura. Além dos 700 mil metros quadrados, a localização do terreno na Vila Leopoldina reforça seu potencial para receber grandes intervenções urbanísticas. A área fica próximo à Marginal Pinheiros, às linhas 8 - Diamante e 9 - Esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e aos parques Villa-Lobos e Leopoldina Orlando Villas-Bôas. Segundo a Prefeitura, a saída do entreposto da Vila Leopoldina deve favorecer a circulação de veículos na Marginal Pinheiros. O futuro endereço da Ceagesp deve ser o bairro de Perus, zona norte, nas imediações do Rodoanel. No ano passado, a iniciativa entrou como parte do Arco Pinheiros. Segundo a Prefeitura, “mais de 50% do território do Arco Pinheiros está distribuído em quatro “porções” isoladas, desconectadas e monofuncionais”. “Estas características não estão alinhadas ao modelo de cidade desejado: a cidade compacta, conectada, sustentável e inclusiva, onde seja possível aproximar o emprego da moradia, através do adensamento planejado, orientado pelo transporte público de alta e média capacidade, onde se promova a recuperação e o resgate de seus recursos naturais, e por fim, onde se promovam novas centralidades com diversidades de usos, serviços e espaços públicos seguros e ativos que favoreçam a interação social”, afirma em nota. Segundo a Prefeitura, o grande desafio do PIU do Arco Pinheiros é promover o processo de transformação urbana capaz de contribuir para integrar, articular e reforçar as potencialidades presentes nas diferentes porções do seu território, de modo a assegurar o uso mais coerente e inteligente da cidade, de sua infraestrutura e de seus recursos, perseguindo as estratégias definidas pelo Plano Diretor Estratégico (PDE). Um dos pontos discutidos é direcionar o adensamento construtivo e populacional associado à infraestrutura de transporte público e à transformação dos terrenos ociosos e subutilizados. As diretrizes de uso do solo se iniciam com uma diretriz geral que define setores de adensamento construtivo e populacional para o Arco Pinheiros, com base na proximidade da rede de transporte, na presença de projetos colocalizados, no grau de ociosidade dos usos atuais e na função estratégica dos locais perante a unidade de projeto. Após a definição dos novos setores de adensamento, pela diretriz geral, apresentam-se as diretrizes de uso do solo específicas para cada setor, garantindo a eles diversidade social e econômica.