17/03/2023 às 00h33min - Atualizada em 17/03/2023 às 00h33min

​Março Lilás: imunização contra o HPV é a única forma de prevenir o câncer do colo do útero

Especialista no tema defende que a vacinação começa na infância para meninos e meninas e deve se estender até a fase adulta, com 45 anos

Março Lilás é o mês da conscientização para prevenção do câncer de colo de útero, doença que se desenvolve com a infecção pelo vírus HPV (Papiloma Vírus Humano), mas que pode ser evitada com vacina e uso de preservativos. Porém, o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde registrou queda na cobertura vacinal contra o vírus, o que pode ser uma ameaça para a saúde de milhões de jovens, de 09 a 14 anos, que poderiam receber a imunização completa, fornecida pelo governo federal.
Em 2019, 87,08% das meninas de 09 a 14 anos foram vacinadas contra o HPV, mas a cobertura vacinal caiu para 75,81%, em 2022. Entre os meninos de 11 a 14 anos, a redução na vacinação é ainda maior, de 61,55% em 2019 para 52,16% no ano passado.
No último mês o Instituto Nacional de Câncer (INCA) também divulgou um alerta: a instituição estima que vão surgir 704 mil novos casos de câncer a cada ano do triênio 2023-2025 - principalmente em regiões de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - e o câncer de colo do útero está entre os três mais incidentes, junto com o câncer de mama e o câncer de pele.
A ginecologista especialista no tema, Paula Morgensztern, destaca que o câncer de colo de útero é o único que tem uma vacina preventiva e defende que a imunização contra o HPV tem que começar na infância, para meninos e meninas, e deve se estender também na fase adulta. “É importante lembrar, que a infecção não atinge somente mulheres, mas também homens e as relações homoafetivas, por isso é necessário dar prosseguimento a imunização até os 45 anos”, esclarece Paula Morgensztern.
A médica também ressalta a importância das campanhas de conscientização como o melhor caminho para a prevenção. “É muito importante disseminar a informação, principalmente sobre a imunização. A doença ainda carrega alguns tabus, que precisam ser quebrados, como o sexo seguro com preservativo e a visita anual ao médico para a realização exames periódicos, como o papanicolau”, explica.
Contra o HPV, a novidade é a vacina nonavalente, que protege contra doenças provocadas pelo vírus, o que inclui lesões pré-cancerosas e cânceres dos órgãos genitais femininos (colo do útero, vulva e vagina), lesões pré-cancerosas e cânceres do ânus e verrugas genitais em homens e mulheres. Recém lançada, a nonavalente está disponível somente na rede privada de saúde, para todas as idades, especialmente para adolescentes após os 14 anos.

Transmissão
O câncer de colo de útero é um tumor na parte inferior do útero, chamada “colo”, que fica no fundo da vagina. A doença se desenvolve com a infecção pelo vírus HPV (Papiloma Vírus Humano), que é transmitido na relação sexual. A infecção acontece quando mulheres entram em contato com o vírus, mas pode ser evitada com vacinação e uso de preservativo nas relações sexuais.
A maioria das mulheres convivem com o vírus ao longo da vida, mas nem sempre ele é eliminado naturalmente. Ao longo dos anos, podem aparecer lesões, que são detectadas no exame preventivo, o Papanicolau.

Vírus HPV
Quase todos os casos de câncer do colo do útero podem ser atribuídos à infecção pelo HPV. A infecção com certos tipos de HPV também provoca uma proporção de cânceres do ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe que, como não apresentam estratégias de prevenção primária semelhantes às do câncer de colo do útero, também podem ser prevenidos com a vacina contra o HPV.

Vacinação
As vacinas quadrivalentes contra o HPV estão disponíveis nos postos de saúde do SUS e o público alvo são meninas e meninos de 09 a 14, além de indivíduos imunossuprimidos. Acima dos 14 anos, os adolescentes e demais faixas etárias podem buscar clínicas particulares para acessar a imunização. O esquema vacinal completo inclui 2 doses entre 9 e 14 anos 11meses e 29 dias, e três doses para pacientes com idade acima de 15 anos.
O INCA alerta que as vacinas protegem contra dois tipos oncogênicos de HPV e que são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. Os outros 30% poderão ser identificados com a previsão secundária, ou seja, por meio do exame de papanicolau.
Serviço: Paula Morgensztern, médica referência na rede do dr.consulta

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