17/03/2023 às 00h20min - Atualizada em 17/03/2023 às 00h20min

​Os planos do subprefeito para Pinheiros

Pinheiros é um dos bairros mais tradicionais de São Paulo e também o que mais tem a troca constante de dirigentes regionais. Isso não o impede de, como a cidade, se modificar ano a ano, apresentando novas discussões e realidades, ao mesmo tempo em que tenta preservar suas marcas. Em um cenário como esse, a posição de subprefeito sofre grandes demandas, e uma exigência de efetividade de sua população, sempre atenta e participativa. 
Em uma entrevista exclusiva com a Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais, o subprefeito Leonardo Casal Santos reflete sobre alguns problemas e características da região, indicando os caminhos pelos quais pretende resolver ou melhorar a vida dos moradores, comerciantes e frequentadores do bairro. Ele é formado em marketing, pós-graduado em gestão, governança e setor público na PUC- RS e também em governabilidade, gerência política e gestão pública pela FGV-SP.

Enchentes
“Precisamos começar o processo [para resolução do problema] hoje! Identificamos pontos de drenagem na região, como a Praça Panamericana, o 'Beco do Batman', o final da Ponte Cidade Jardim, por exemplo. E estamos observando outros pontos.  Observamos que, após as enchentes, os bueiros não estavam sujos. Então, é estrangulamento de infraestrutura pequena. A região está crescendo muito, a impermeabilização do solo está gigantesca, o número de moradores está aumentando exponencialmente. Então, precisamos cuidar dessa infraestrutura, que não suporta mais.”  

Microdrenagem
“Dependendo do que fizermos em microdrenagem, resolveremos o problema de uma região. Por exemplo, o 'Beco do Batman'. Já existe um processo na Secretaria de Infraestrutura. Está parado, pois uma Associação de Moradores entrou com um processo na Justiça, e conseguiu uma liminar proibindo a Prefeitura de fazer a obra. Já solicitei a documentação para que possamos entender qual é a solicitação.”  

Ampliação da rede
“Na Praça Panamericana, estamos estudando a construção de vários “polders”, que são 'minipiscinõesinhos subterrâneos'. Não necessariamente precisamos gastar milhões para fazer uma obra grande de drenagem. Tem algumas soluções que são mais baratas, mais localizadas naquele ponto, que resolvem a questão.” 

Bueiros
“Fizemos uma força tarefa na limpeza de bueiros em frente às construções e detectamos que, realmente, os bueiros estavam entupidos por nata de concreto.  Multamos as empreiteiras, o que não surgiu muito efeito, porque hoje a multa é de mil reais. E a nata do concreto não entope o bueiro em um dia, pois ela vai entrando e acumulando. Isso fez com que tivéssemos uma conversa com o prefeito para que ele mandasse para Câmara o projeto para elevar a multa. E só a empreiteira não é responsável por isso, a concreteira também. Então, eu comecei a multar todos, e aí já é um valor substancial: R$ 40 mil.” 

Bares
“Na Vila Madalena, há associações de moradores e de bares e restaurantes, que se contrapõem naquilo que reivindicam. Precisamos entrar em um acordo. Os bares e restaurantes têm o direito de permanecer funcionando, mas precisam ter um limite, que também possa conviver com a comunidade.”  

Diálogo
“Há muitos críticos do esvaziamento do poder, afirmando que o subprefeito perdeu o poder e não passa de um zelador. Temos um poder que nenhum outro cargo da Prefeitura tem que é o de articulação. Precisamos receber todos, inclusive associações e estamos indo ao locais. Eu gosto muito de ir ao problema e achar uma solução conjunta.” 

Fiscalização
“Hoje,  estamos com um número muito pequeno de fiscais. Temos somente 5 fiscais de postura. Cada fiscal é responsável por sair todos os dias para a rua e fiscalizar mais de 7 mil posturas. O prefeito já pediu para a Secretaria de Gestão, e ela está formalizando e fazendo um estudo para abrir um novo concurso para agente vistores.”

Zeladoria
“Na semana passada, houve uma reunião na Secretaria de Subprefeituras. O prefeito mandou as equipes de todas as subprefeituras fazerem um estudo, e ver o que cada contrato com cada empresa de zeladoria permite aumentar o número de equipes. Vamos estar trabalhando com o número máximo de equipes a partir do final de maio, início de junho. Houve uma suplementação de R$ 16 mi no orçamento da Subprefeitura, passando de R$ 20 mi para R$ 36 milhões neste ano.” 

Rotatividade de subprefeitos
“Eu analiso que seja por dois fatores. A primeira é porque aqui há muita exposição. Para o bem e para o mal, o que se fizer nesta cadeira (ou não se fizer) aparece muito. Somado a isso, você tem uma área em que a grande maioria dos moradores tem influência não só no governo local, mas no Governo do Estado e Assembleia Legislativa. É uma área em que você precisa lidar muito com essa exposição para a sociedade, mas também para o mundo político.” 

Atuação
“O Prefeito me conhece e sabe como é meu jeito de agir e não me importo muito com 'carteiradas'. Então, se eu chegar num estabelecimento e ouvir 'porque eu sou amigo de fulano', para mim, não faz muita diferença. Eu acho que alguns estabelecimentos já perceberam isso. Queremos deixar uma marca de subprefeito que faz o seu serviço interno, que é grande, mas também vamos estar nas ruas. Se eu tiver que conversar com os moradores, com as associações, com os bares, eu estarei presente. Se tiver que fazer os combinados de convivência na rua, vamos fazer, porque depois, na hora que tivermos que multar, vamos multar.” 

Carnaval 2023/24
“Entramos há 20 dias do Carnaval fizemos uma programação que foi vitoriosa, porque toda a equipe foi para rua. Não apenas os comissionados, mas os de carreira. Fomos o único local onde foi limitado o número de ambulantes. Precisamos começar a conversar sobre 2024, no máximo, em setembro com as associações locais, os moradores e desenhar um modelo com os poderes públicos (CET, PM, Sec. de Cultura) e sentar com todos os blocos.” 

Árvores
“Pinheiros é das regiões que mais tem árvores, excluindo as pontas do município. Precisamos fazer um mapeamento. Já pedimos um levantamento de onde há o maior número de ocorrências na região. As árvores que estão aí, já estão há 50, 60, 70 anos. Já estão no final de vida, porque estão estranguladas, as raízes estranguladas. É uma outra realidade. Precisamos começar a pensar em um processo de reestruturação das árvores da região. O sistema de poda vem sendo melhorado, principalmente aquelas que eram feitas pela Companhia de Energia. Precisamos ter ciência destes erros do passado e começar a corrigir, para que daqui a 30/40 anos este problema já esteja resolvido.”

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