18/08/2022 às 23h21min - Atualizada em 18/08/2022 às 23h21min

​Prédios em excesso estão prejudicando os bairros com o atual e polêmico Plano Diretor

Pinheiros, Vila Madalena e o Butantã já foram bairros predominantemente horizontais, com maior número de sobrados e casas. Assim, a iluminação era bem distribuída, com uma boa vegetação, ventilação e estrutura que favorecia a quantidade de famílias que viviam ou trabalhavam na região. Porém a intensa verticalização, com o aval do atual, polêmico e prejudicial Plano Diretor para toda a região oeste, tem adensado todas as áreas. A quantidade enorme de prédios que estão surgindo nas ruas (mais de 180 projetos aprovados de prédios ‘arranha-céus’), está prejudicado a qualidade de vida, que estará comprometida nos próximos anos. O trânsito já está caótico e a energia, água e até a internet sobrecarregadas.

Sufoco com crescimento desenfreado, "um legado dos infernos”
“Ecoa, em São Paulo City, a indignação sobre seu futuro arquitetônico e as consequências da verticalização na vida, em todos os sentidos. Enquanto o mundo clama por paisagens urbanas mais calorosas e saudáveis, bairros como a Vila Madalena e Pinheiros despontam num desenfreado crescimento perpendicular, financeiro, em recusa à horizontalidade. Diga-se, histórias, convívio, trânsito, flora, fauna, enfim, todo o antídoto contra a lápide da felicidade. Conclamemos o ‘Oráculo de Delfos’ para entender o início, meio e fim do tão propalado Plano Diretor Municipal. Um legado dos infernos”.

‘O barulho vai começar’
O conglomerado que interligará as ruas Girassol e Fidalga (entre a Wisard e Aspicuelta) acelera as obras. ‘O barulho vai começar agora’, informa o técnico da construção.

‘Não haverá experiência gastronômica’
Lembra da charmosa padaria  #santaetienne, à rua Harmonia? O edifício que a substituiu está quase habitável… Mas os futuros moradores, não terão a experiência gastronômica dos antigos… Assim, assado!

‘Sopro de arte’
Na rua Iperó, perto da #merceariasaopedro (vendida para um grande empreendimento imobiliário), o prédio ‘Onze 22’ (Idea Zarvos) sobe entre a nuance do verde e o sopro de arte que resiste nas imediações.

‘Casa histórica no chão’
O visual, na esquina das ruas João Moura e Luminárias, está irreconhecível. Uma das casas mais lindas e históricas foi ao chão. Ambas as esquinas transformaram-se em canteiro de obras insólito e sem referência.

‘Começo da antipatia na rua Simpatia’
Já o edifício que compõe o paredão de concreto na rua Simpatia está na reta final. Começo da antipatia na estreita rua consagrada pelas árvores e beleza das flores.

‘Sufoco no coração’
O grafite nos tapumes do arranha-céu à av. Pedroso de Morais (esq. com a Cardeal Arcoverde), Pinheiros, limítrofe com a Vila, traduz bem o futuro dos bairros: prédios, pedras, prédios e um sufoco no coração.” (Pinheiros Vila e Blog da Vila)

Verticalização foge do plano
De acordo com reportagem do ‘Jornal da Unesp’ , por trás da explosão de novos lançamentos imobiliários em São Paulo está a habilidade das construtoras em manejar as regras do Plano Diretor da cidade segundo seus próprios interesses. Estímulo a verticalização e adensamento em polos de transporte urbano, pretendia diminuir o déficit habitacional, mas acabou multiplicando edifícios de alto padrão.

A reportagem entrevistou Nabil Bonduki, relator do Plano Diretor
“A ideia era adensar, mas não dessa maneira”, diz o relator, ex vereador, Secretário e morador da região Nabil Bonduki. O objetivo era permitir que surgissem edifícios acessíveis à população de baixa renda, possibilitando que mais pessoas pudessem morar e trabalhar nas regiões centrais. Haveria assim a consequente diminuição do deslocamento, do trânsito e da poluição. Na tentativa de limitar o tipo de construção, o texto original restringiu a 80 m2 a área média dos apartamentos. “Na época, o mercado de imóveis estava em baixa e as construtoras pediram um período de adaptação. Ganharam então 40 m2 a mais, passando para a média de 120 m2 até 2019”, conta Bonduki ao ‘Jornal da Unesp’.

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