28/07/2022 às 22h34min - Atualizada em 28/07/2022 às 22h34min

​‘Floresta de Bolso’, bosque do Largo Batata, carece de atenção

Em pleno concreto do Largo da Batata, surge um espaço de verde, após cinco anos de seu início, com plantas nativas e da Mata Atlântica que costumavam ocupar a região, e que agora já despontam e aparecem vizinhos ao árido local, dando uma sensação de frescor e ar límpido. Porém, o local dá sinais de abandono, com acúmulo de lixo e necessidade de podas.
Em uma cidade de poucos espaços verdes, a má condução de um local em Pinheiros chama a atenção. A área tem um histórico da comunidade. O mestre em botânica responsável pela implantação do projeto foi o paisagista Ricardo Cardim, que entrevistamos e esclarece o que fazer.

Gazeta de Pinheiros - O escritório ainda mantém algum vínculo com o local?
Ricardo Cardim - Não formal. Eu acompanho informalmente para poder ver como é que está.

GP - Quais os cuidados deveriam ser tomados no espaço?
RC - Bem, acho que deveria ter uma coleta de lixo diária, normal do que seria um espaço público. Deveríamos educar as pessoas, cada vez mais, sobre a importância de não se jogar lixo em áreas verdes. A ‘Floresta de Bolso’, não precisa de rega, de manutenção, de podas constantes. Não necessita de cuidados muito grandes, porque é uma vegetação nativa, de baixa manutenção. Então, o que realmente seria importante, seria essa coleta diária do lixo, porque, infelizmente, aquela região é de grande passagem de pessoas e nem todas são educadas e acabam jogando lixo na rua.

GP - Como a comunidade pode contribuir ainda mais com o Bosque do Batata?
RC - Eu acho que as pessoas contribuem muito com o Bosque. A gente percebe um feedback muito positivo das pessoas, quando conversamos com elas. A maioria gosta muito, o que é extraordinário, porque é uma proposta muito diferente do paisagismo de estilo dos séculos XVII ou XIX, que são comuns no Brasil (aquele paisagismo de castelo francês). Então, eu acredito que todos podem contribuir protegendo o Bosque, não deixando jogarem lixo, não deixando depredar, valorizando esse pedacinho de Mata Atlântica que nasceu no meio de um bairro tão árido dentro de uma metrópole tão árdua como São Paulo.

GP - Há planos para novas iniciativas como esta na região?
RC - Infelizmente, não. Hoje, é cada vez mais difícil a autorização do poder público para fazermos iniciativas como esta, mesmo que elas não custem nada aos erários públicos. Infelizmente, não, mas estariamos à disposição.

Prefeitura diz que zeladoria é apenas mensal
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Pinheiros, informa que a zeladoria no ‘Bosque da Batata’ é realizada mensalmente.  Segundo a Secretaria Municipal das Subprefeituras, o serviço de poda não foi realizado no local, pois os exemplares foram plantados há aproximadamente um ano e ainda não formaram copa.

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