23/06/2022 às 23h57min - Atualizada em 23/06/2022 às 23h57min

​Autodisciplina não é algo nato, temos que desenvolvê-la com muita paciência e determinação

Em entrevista, com a fisiculturista Gabriela Lubies, conta por que é difícil manter a disciplina e compartilha a importância de desenvolver o autocomprometimento para alcançar o sucesso pessoal e profissional

Acordar cedo, manter uma rotina de treinos e alimentação saudável, estudar diariamente, trabalhar e ainda cuidar das tarefas de casa. Conciliar todos os afazeres do dia não é fácil, mas, também não é impossível. Esta é a realidade de Gabriela Lubies: bailarina clássica, atleta, fisiculturista premiada aos 40 anos, escritora, mãe de dois filhos, pós doutoranda em neurociência e aprovada em diversos concursos públicos. A trajetória de realizações pessoal e profissional só foi possível por meio da autodisciplina.
Porém, engana-se quem acha que a disciplina é algo nato ou rápido de ser desenvolvido. “[...] temos que desenvolvê-la com muita paciência e determinação, estudamos e colocamos em prática. Tive a sorte de muito cedo encontrá-la e incorporá-la em minha vida, mas não existe limite de idade para desenvolver a sua. É um processo de construção constante e contínuo”, confidencia Lubies.
Para que mais pessoas também consigam ter foco e planejamento, Gabriela escreveu a obra Mente Autodisciplinada - da Teoria à Prática, no qual compartilha todas as estratégias utilizadas para tornar-se uma pessoa comprometida e responsável. Em entrevista inédita, ela  revela mais sobre os desafios desta trajetória, confira:
Em que momento você percebeu que era uma pessoa autodisciplinada? É uma habilidade natural ou você desenvolveu ao longo dos anos?
G.L: sempre me via de alguma forma como uma pessoa com autodisciplina, porém não enxergava que isso fosse algo extraordinário ou algo que merecesse tamanha admiração pelo simples fato de exercê-la. De tanto as pessoas ressaltarem essa minha característica, que na verdade as pessoas chamam de disciplina, foi que comecei a observar como era presente e relevante em minha vida.
A autodisciplina não é algo nato, temos que desenvolvê-la com muita paciência e determinação, estudamos e colocamos em prática. Tive a sorte de muito cedo encontrá-la e incorporá-la em minha vida, mas não existe limite de idade para desenvolver a sua. É um processo de construção constante e contínuo.
Se você pudesse dar apenas uma dica para alguém que deseja ser disciplinado, qual seria?
G.L: Saiba o que você deseja, não tenha medo de falhar e persista até conseguir. A disciplina é uma construção contínua.
Qual das suas realizações exigiu mais da sua capacidade de ser disciplinada?
G.L:  Acredito que tornar-me atleta profissional de fisiculturismo exigiu muito de mim. Quando decidi estudar para concursos, por exemplo, renunciei a muita coisa, mas era como se fosse uma sequência lógica: era estudar da forma certa, com os materiais certos e seguir até passar, e foi isso que fiz.
Mas quando fui para o fisiculturismo, exigi do meu físico, por meio de treino e dieta, e da minha mente de uma maneira muito mais profunda. Ali foi um exercício de autoconhecimento gigante, pois tive que aprender como meu organismo respondia a cada um dos estímulos que eram dados. Não tinha folga, até o sono precisava ser calculado e levado em conta, eram 24 horas, meses de trabalho em full time para atingir o objetivo.
Na sua opinião, por que é tão difícil manter a disciplina?
G.L: Tendemos, infelizmente, no que tange esse assunto, ser muito mais permissivos conosco do que quando é algo imposto por terceiros. Estranho isso, mas é verdade. Somos péssimos em negociar com a gente mesmo: quem nunca desligou o despertador e disse: “só mais 10 minutos e eu levanto” e acabou perdendo a hora?
Nós nos liberamos com muita facilidade da responsabilidade quando nós a impomos a nós mesmos, porque é como se não houvesse nenhum tipo de sanção, uma vez que foi algo que a pessoa impôs a si, então não precisa dar satisfação a ninguém.
Você pretende publicar outros livros?
G.L: Pretendo sim! O desenvolvimento pessoal é um assunto que me fascina muito e sei do grande poder de transformação em nossas vidas que podemos ter por meio dele. Escrever este primeiro livro só fez com que minha sede por conhecimento e desejo de ajudar as pessoas aumentassem ainda mais, tanto que iniciei esse ano uma pós em neurociências para aprender e desenvolver ainda mais projetos nesse sentido.

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