02/06/2022 às 23h35min - Atualizada em 02/06/2022 às 23h35min

​Comunidade da região se une por segurança

Com a insegurança rondando a região, um grupo de moradores tem se unido  para monitorar a situação. A ideia do ‘Grupo de Vigilância Solidária’ é aglutinar e organizar em busca do entendimento e da implementação das ações possíveis no bairro do Morumbi e adjacentes.
O Morumbi News/ Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais conversou com Jorge Eduardo de Souza, presidente da SAMOVIS – Sociedade Amigos do Morumbi e Vila Suzana sobre a situação local.

Gazeta de Pinheiros - Quais são os principais problemas dos moradores locais?
Jorge Eduardo de Souza - O medo! Não o medo de perder um celular ou uma carteira, mas de perder a própria vida. Quando saímos para transitar pelo bairro, é pior do que se estivéssemos entrando desarmado num fronte de guerra, que sabemos quem são os inimigos e onde eles estão. A impunidade, a renda fácil e a baixa capacidade dos recursos de repressão e detenção, além da fragilidade legislativa, fertilizam essa atividade, que cresce de forma incontrolável e assustadora.  

GP - Que ações a comunidade tem tomado como iniciativa própria? Conta com o auxílio do poder público?

JES - A força policial do Morumbi tem estado presente e mostrado muita eficiência. Mas há muito, o aparato publico já se mostrou insuficiente para os dias atuais, seja numericamente ou em mesmo na atualização de equipamentos e no emprego de tecnologia. Falta adequação dessa força à realidade dos fatos atuais, investigação profunda, rápida e eficaz em cada latrocínio. Falta formulação de estratégias de curto, médio e longo prazo, e isso depende muito dos elevados escalões da segurança e da Justiça que parece não ter qualquer plano transferindo as insatisfações da opinião pública para policiais abnegados, que vão para luta desprovidos do mínimo, expondo suas vidas em condições operacionais e salários nada motivadores. Falta convergência dessa força com a comunidade que defende, mas sempre em harmonia com a força publica  e  nos limites dos orçamentos privados. 

GP - O que motivou o grupo de discussões sobre o tema?

JES - O desespero vem exigindo a necessidade de agir. O crime esta organizado e trabalha unido, enquanto que os moradores estão desunidos, desinformados, desanimados e desorganizados. E são características que podem mudar sem custos, apenas com a vontade de fazer e com a crença de que isso é possível, pois só depende da nossa consciência e da nossa vontade.

GP - Ele é aberto à comunidade? Como é possível acessá-lo?

JES - Criamos o grupo de WZ “SAMOVIS – Vizinhança Solidaria”, como uma tribuna virtual para unir a comunidade e preparar estratégias contra a violência. O adesão ao grupo é livre nesse primeiro momento, mas exige engajamento, comprometimento e responsabilidade, e esta facilitada nessa faze por esse link:  https://chat.whatsapp.com/BPYpqtm082iIPzPibutaiB .

GP - Quais seriam as principais reivindicações da comunidade até o momento?

JES - De curto prazo vamos entender o programa “Vizinhança Solidaria”, avaliar as possibilidades e implementar o que entendermos como factível e eficaz, e a PM estará nos ajudando nisso. Num segundo momento, proporemos soluções conjuntas, e com patrocínio compartilhados, que nos ajude a fazer nossas ruas ficarem mais seguras. Num terceiro momento, com as ruas mais seguras, vamos ocupar os aparelhos públicos, pois moramos num bairro arborizado, com muitas praças, e tudo isso é nosso.
Ao comercio local deve interessar muito a superação desse medo e a ocupação das ruas, por isso eles também devem investir em medidas que nos levem a essa liberdade de ir e vir, e assim gastar mais nesses comércios. Existem ruas que agregam muitas opções comerciais, e guarnecer de segurança essas ruas custa pouco.
Também temos no bairro vários moradores oportunistas, que se omitem no rateio mas usam a proteção patrocinada com sacrifício por seus vizinhos. Se todos aderirem aos rateios, fica mais barato para cada um e permite uma expansão rápida e adequada dessa malha de proteção que buscamos. Existem ganhos que compensam investir nisso, por exemplo se transformando em “Empresas Amigas do Morumbi” (imaginamos bônus convertidos em verbas para pagar segurança privada).

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