17/03/2022 às 23h08min - Atualizada em 17/03/2022 às 23h08min

​Choveu? Inundações continuam em muitas ruas e vielas de Pinheiros

Nesta semana, novamente a região de Pinheiros e Vila Madalena sofreu com o problema relacionado às chuvas. A região fica em um vale e, devido a ausência de locais de escoamento total, acaba por sofrer com enchentes no verão. A AME Jardins, que representa milhares de moradores, critica e relata em documento o histórico do problema na região.
Depoimentos relatam problemas desta semana

“E de novo esse filme se repete! Alguns minutos de chuva e as ruas do bairro transbordam! Moradores e comerciantes, contribuintes exaustos de nenhuma manutenção preventiva X ‘zilhões’ de liberações para novas construções e assim nossa rede vai cada vez mais ficando sufocada!” B.B.

“O ‘Bar do Biu’ na Cardeal × João Moura foi invadido pela enchente. Nunca se viu tantos alagamentos no bairro que coincidem com as novas construções. Todos os vídeos cedidos pelo Pró-Pinheiros  que faz um trabalho incrível!”. M.P.

Prefeitura diz ter feito bombeamento
Questionada sobre os eventos dessa semana e sobre possíveis ações para terminar com o problema, a Prefeitura, por meio da Subprefeitura Pinheiros, informou que executou o bombeamento da água acumulada no ‘Beco do Batman’ durante as chuvas do dia 15, bem como a limpeza da via. Nos meses de janeiro e fevereiro, somente na região, as equipes realizaram a limpeza de mais de mil bocas de lobo, além de 3.460 metros de galerias e mais de 300 poços de visita limpos. Os córregos também recebem serviços frequentes, totalizando nestes dois primeiros meses do ano, 1.183 metros lineares de leitos e mais de 900 m² de margens limpas.

Carta da AME Jardins denuncia ausência de ações que terminem com o problema
“Mais uma vez o Jardim Paulistano sofreu as consequências de um grave problema que enfrenta há anos: os alagamentos no período das chuvas de verão. Por várias vias do bairro, vimos novamente um verdadeiro rio atingindo imóveis e veículos e descendo em direção à Praça Gastão Vidigal, onde o represamento das águas causa danos não só para esta área verde, mas especialmente para as diversas residências do entorno...”.

“Desde 2010, a AME JARDINS vem buscando as autoridades municipais para relatar o problema e cobrar uma solução. Em um primeiro momento, em meados de 2010, estivemos com dois Secretários Municipais: o de Infraestrutura Urbana e o de Desenvolvimento Urbano. Descobrimos que havia projetos possíveis para conter a força das águas: um reservatório na bacia do Córrego Verde, na esquina da Rua Galeno de Almeida com Rua João Moura...”.

“Chegamos a levar o caso ao Ministério Público no final de 2010, juntamente com a SAJEP e alguns moradores do entorno da Praça Gastão Vidigal. Em janeiro de 2011 tivemos acesso à resposta do então Secretário Municipal de Infraestrutura Urbana ao Ministério Público, dando conta dos preparos técnicos para licitar a intervenção na bacia do Córrego Verde. No entanto, à época esclarecemos que tal solução amenizaria, mas não resolveria os alagamentos no Jardim Paulistano...”.

“Em 21 de janeiro de 2018, o bairro foi fortemente castigado pelas águas. Procuramos, então, o Secretário Municipal de Infraestrutura Urbana, que nos recebeu com sua equipe técnica, apresentando o projeto de piscinão sobre a Praça Portugal (na esquina das avenidas Rebouças e Brasil) ao custo mínimo de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais). Importante trazermos esse histórico aos moradores de modo a demonstrar que a todo tempo, durante todos esses anos, esse assunto continua prioritário para AME JARDINS e jamais saiu do nosso radar. É um trabalho árduo e de insistência, mas estamos certos de que estamos no caminho para obtermos a melhor solução para o Jardim Paulistano e seus moradores,”, concluem os dirigentes da AME Jardins.

Prefeitura afirma ter mantido ações na região
Questionada sobre as denúncias da AME Jardins, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeituras, informa que as equipes da Subprefeitura Pinheiros realizam os serviços de limpeza preventiva de bocas de lobo, bueiros e galerias quinzenalmente nas áreas potenciais de alagamento, como a região do ‘Beco do Batman’. Foram repostos 130 m² de paralelepípedos que foram danificados pela força da água da chuva, além de promover a implantação de mais 12 metros de ramal de águas pluviais.
Desde janeiro deste ano, foram limpos 1.637 metros de galerias, 456 bocas de lobo e 186 poços de visitas em toda a região da Subprefeitura Pinheiros. Em novembro de 2021 foram iniciadas as operações do Plano Preventivo Chuvas de Verão que segue até o mês de março, com ações de monitoramento e combate às enchentes e alagamentos na Capital. Os munícipes podem fazer a solicitação de serviços de zeladoria nos canais de atendimento 156 (telefone, site https://sp156.prefeitura.sp.gov.br/portal e aplicativo iPhone e Android).
A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), em parceria com a Fundação Centro Técnológico de Hidráulica (FCTH) da USP, publicou o Caderno de Drenagem da bacia do Córrego Verde Pinheiros. O documento apresenta um diagnóstico completo da atual situação da bacia, suas áreas de risco e aponta quais as medidas que podem ser adotadas pelo poder público para mitigar os efeitos das enchentes. O caderno em questão traz estudos sobre a implantação dos reservatórios da Rua Galeno de Almeida, Praça Portugal e Rua Abegoária.

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