24/02/2022 às 23h27min - Atualizada em 24/02/2022 às 23h27min

Carnaval ainda é uma época de grande contaminação

Para especialista, faz parte do empoderamento feminino exigir o uso do preservativo em todas as relações, de modo a reduzir a disseminação de vírus como HIV. Mas, essa responsabilidade não é apenas delas
O carnaval está chegando e, mesmo com a maior parte dos municípios brasileiros proibindo as aglomerações e blocos de rua, o feriado ainda é considerado perigoso para a disseminação das IST´s – Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Essa é uma época em que as pessoas consomem mais álcool, sentem-se mais libertas e, então, variam os parceiros sexuais – muitas vezes se esquecendo que o preservativo, tanto o feminino quanto o masculino, podem protegê-las de doenças como sífilis, gonorreia, clamídia, HPV e HIV, que causa a AIDS e não tem cura.
Dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS 2021, pulicado pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2021, mostraram que, no ano de 2020, foram notificados 32.701 casos de infecção pelo HIV, sendo 4.299 (13,2%) casos na região Norte, 8.190 (25,0%) no Nordeste, 11.270 (34,5%) no Sudeste, 5.732 (17,5%) no Sul e 3.210 (9,8%) no Centro-Oeste.
A razão de sexos para o ano de 2020 foi de 2,8 (M:F), ou seja, 28 homens para cada dez mulheres. No período analisado, no que se refere às faixas etárias, observou-se que a maioria dos casos de infecção pelo HIV encontra-se na faixa de 20 a 34 anos, com percentual de 52,9% dos casos.
Com relação à escolaridade, no mesmo período, verificou-se um elevado percentual de casos com escolaridade ignorada (25,1%), o que dificulta uma melhor avaliação dessa variável nos casos de infecção pelo HIV. Quanto aos casos com escolaridade informada, a maior parte possuía ensino médio completo, representando 21,5% do total. Em seguida, observam-se 11,7% de casos com escolaridade entre a 5ª e a 8ª série incompleta.
“Analisando os dados, percebemos que os mais jovens ainda estão bem expostos ao vírus. O maior número de parceiros pode ser responsável por esse fenômeno, mas o hábito de não usar preservativo está diretamente ligado à contaminação”, alerta a ginecologista e obstetra Mariana Rosario, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein, de São Paulo.
Para ela, é preciso haver mais campanhas de conscientização, que estão cada vez mais esparsas. Além disso, ela acredita que as mulheres devem se proteger, carregando consigo preservativos e exigindo o uso deles. “A mulher está cada dia mais empoderada e o uso do preservativo faz parte desse ato de empoderamento. Obviamente, não se trata de uma obrigação unilateral, mas proteger a saúde é um ato fundamental e ela deve dizer não ao parceiro que se recusa a respeitar seu direito ao uso do preservativo”, orienta a especialista.
Dra. Mariana Rosario acredita que seja importante instruir todas as jovens a criarem o hábito de ter preservativos no nécessaire, assim como se faz com a escova de dentes e o creme dental, por exemplo. “A mulher deseja sua liberdade sexual e isso é excelente. Então, precisa aprender, de uma vez por todas, que sua saúde merece ser preservada”, finaliza. *Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.

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