17/02/2022 às 22h43min - Atualizada em 17/02/2022 às 22h43min

Verticalização desafia todo o urbanismo na região

Pinheiros e Butantã já foram bairros horizontais, com sobrados e casas. Assim, a iluminação era bem distribuída, com uma boa vegetação, ventilação e estrutura que favorecia a quantidade de famílias que viviam ou trabalhavam na região. Porém, nos últimos anos, a intensa verticalização, que aproveita brechas discutíveis e prejudiciais a todos no Plano Diretor, tem adensado com dezenas de prédios em construção, prejudicando a qualidade de vida. Surge uma esperança para minimizar os recorrentes problemas da invasão, pois o prazo para a Prefeitura entregar ao Legislativo uma proposta de revisão do PDE, conforme a Lei nº 17.725/2021, agora é 31 de julho de 2022.

Moradores ressaltam problemas da verticalização
“Estão demolindo 4 casas vizinhas na Rua Comendador Elias Assi, uma das casas, foi da Angela De Marco. Construirão um edifício residencial. Mais um caso de descaracterização do bairro”. A.M.

“Loucura permitida pelo Plano Diretor na rua Alves Guimarães entre a Av. Rebouças e a Artur Azevedo! Pode ser feita uma parede colada do prédio, com a residência desse jeito? Não é preciso ter um recuo?”. L.M.

Obra “acaba” com sobrado
As fotografias demonstram os problemas que a construção de parede com parede tem criado ao sobrado. A obra retirou a iluminação do morador, além de aumentar o número de moradores da região, em uma via estreita.
Sobre o caso, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Pinheiros, informa que o local possui alvará de construção regularizado, o que inclui todos os laudos necessários para a obra. Informa também que conforme Lei 16.402/16 - quadro 3, em locais identificados como ZEU (Zonas Eixo de Estruturação Urbana), caso do endereço em específico, não há necessidade de recuos laterais ou fundos em edificação com até 10 metros de altura.
As lições de urbanismo estão presentes no novo Parque Augusta com grande volume de árvores e espaço de lazer a população. Em Pinheiros, esse cenário é cada vez mais raro. A Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais tem denunciado o criminoso e constante corte de árvores para a construção de novas edificações.
Pinheiros possui poucas áreas destinadas a novos parques ou permanência de áreas verdes. Pinheiros tem se unido, junto com entidades com a Pró-Pinheiros para batalhas como essa.

Quadrilátero Vilas do Sol
Os modelos descritos eram a tônica de Pinheiros. Entidades locais, moradores e empresários tentam se unir para manter a característica do miolo do bairro.
“Este é o quadrilátero horizontal! Venha conhecer, apreciar e curtir! Vamos preservar! Compostos de pequenas casas, famílias jovens, famílias completas, crianças, idosos, animais de estimação, flores, plantas, maritacas, sabiás, beija-flores, andorinhas e até saguis! Temos comércios de excelência, charmosos cafés, bistrôs, chocolaterias, sorveterias, pequenos restaurantes com suas mesas na calçada, lojas descoladas de roupas, de artesanato, de arte! São tantas opções de visitas, de compras e delícias. Essa área está sofrendo assédio de compra de casas por incoporadoras desejando construir um prédio e perder essa horizontalidade que faz esse quadrado tão atraente! Ninguém quer mais um prédio residencial!
Não porque prédios não sejam opções de moradia, mas pra cada coisa tem seu lugar certo e essa área baixa não é um lugar pra construir edifícios! Todos sabem, só que, a lei equivocada considera qualquer área igual dentro da Zona de Estruturação Ubana (ZEU) na zona de eixos de transporte podendo construir prédios altos (C4), com recuos mínimos de 3 metros de seu limite de terreno. Não combina, não dá! Segue o Manifesto: https://bit.ly/manifesto-pinheiros-unico-quadrilatero. Somos muitos gratos por seu apoio.”
Pró-Pinheiros tenta frear este cenário: A entidade Pró Pinheiros reúne as associações AMJA-Ass. de Moradores e Comerciantes da rua Joaquim Antunes; AMAPP-Ass. dos Moradores e Amigos dos Predinhos de Pinheiros; AMATEUS-Ass. de Comerciantes e Moradores da Rua Mateus Grou; AAPBC-Ass. dos Amigos da Praça Benedito Calixto; AMOLVI-Ass. de Moradores e Lojistas da Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, além dos coletivos Fórum Verde Permanente e Movimento Defenda São Paulo, promove um abaixo-assinado que já está chegando a 4 mil assinaturas em protesto à descaracterização do bairro. O documento “Manifesto contra a verticalização inadequada do através do AVAAZ” pode ser acessado em https://bit.ly/manifesto-pinheiros-unico-quadrilatero

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