A situação da Praça Victor Civita é motivo de questionamento da comunidade. Áreas comuns foram depredadas, áreas verdes ficam sem poda e cuidado e equipamentos foram furtados. A madeira do piso apresenta problemas. A Praça Victor Civita foi administrada pela Associação Amigos da Praça Victor Civita, formada pela Elemídia , Sabesp e Editora Abril, que manteve um termo de cooperação com a Prefeitura até dezembro de 2015. Segundo a Subprefeitura de Pinheiros, “a partir dessa data, a administração passou para a subprefeitura. Entre as atividades que acontecem no local estão curso de ioga, cursos de Línguas, artesanato para terceira idade e eventos pontuais”. A ausência de manutenção da Praça Victor Civita causou, segundo denúncias, o ferimento de um de seus usuários. “Um senhor que todas as manhãs caminha pela praça pisou em uma madeira que estava podre. O pé dele adentrou (o buraco) e ele cortou a perna e eu acho que ele deslocou o ombro, mas eu não sei. O Samu veio buscar ele”, afirma Marcelo Augusto Strufaldi, professor de Yoga no espaço desde 2013. Segundo Strufaldi, a situação da praça tem piorado nos últimos anos. “Quando a chave foi entregue para a Prefeitura, (a Praça) desceu por um abismo. Tinham oito, foram para dois seguranças. Daí por diante, foi declinando”, afirma. Herta Franco, do Coletivo Praça Victor Civita concorda com ele. “A praça está abandonada. A Prefeitura faz ações de manutenção, mas são muito esporádicas. Muito aquém do que a Praça precisa. Manutenção da parte física, a Prefeitura não faz; o máximo é trocar uma madeira, uma tábua. A manutenção ela não tem feito. O que ela faz com alguma regularidade, que é insuficiente, é poda e limpeza. Isso, pro tamanho da Praça e necessidade de investimento que a Praça tem é muito aquém do necessário”, comenta. Em 21 de janeiro de 2019, segundo dados da Subprefeitura, foram realizadas na praça capinação, limpeza dos canteiros e das lixeiras e pintura das guias. A subprefeitura afirma que tem 45 dias para retornar ao local e fazer nova manutenção. Sebastião Rodrigues de Almeida resume seu sentimento. A Praça, para o frequentador, “está deixando de ser um local de lazer e atividades físicas e cultural pra ser apenas um local de total abandono”. O professor de Yoga compara com uma situação cotidiana. “É que nem quando o nosso carro começa a quebrar alguma coisinha, você vai deixando, vai acumulando... A Praça está assim. Foi acumulando muitas coisas. Os banheiros que ficam atrás da arquibancada, a Prefeitura chegou a lacrar. Colocou grades para ninguém entrar, porque não conseguiam consertar. Quebraram esta grade e estão usando o espaço para outros fins”, exemplifica. Almeida comenta que o local era muito bem cuidado. “Inclusive a Abril possuía uma rede interna de TV com destaque para as iniciativas e história do seu fundador. Atualmente, não ocorre mais as informações sobre a Abril. Também não existe parceria com a iniciativa privada e a praça está totalmente abandonada”, afirma. A subprefeitura informou que “investirá na revitalização do local com reformas da estrutura metálica sob deck e dos edifícios incinerador e o voltado para a terceira idade. A meta do novo subprefeito de Pinheiros é conseguir parceria da iniciativa privada para adotar a Praça”. Segurança Para todos, o problema maior é de segurança. “Um dos maiores problemas que a gente está vivendo hoje aqui é que está sem segurança à noite. Então, de dia, o segurança controla; fechou o portão, seja o que Deus quiser. Outro dia eu cheguei aqui junto com o segurança e haviam dez pessoas conversando, tomando drinques”, diz Strufaldi. Furtos acontecem quando não há vigilância. Da praça, já foram levados os fios, computadores, microondas, inúmeras placas ou peças de ferro ou alumínio. “Quando a Prefeitura veio colocar energia, perceberam que não havia fiação”, exemplifica o professor. Rita de Cassia Santa Cruz afirma que “a praça Victor Civita está relegada ao abandono. O espaço utilizado por vários grupos de terceira idade (CIIPE) para atividades diversas (aulas de idiomas, informática, atividades físicas etc.) tem sido alvo frequente de furtos, q se repetem (furto de cabos de energia elétrica, mobiliário, computadores, torneiras dos banheiros). Além disso, a praça como um todo tem sido depredada, podendo-se verificar banheiros destruídos, falta de manutenção em geral e de vigilância adequada”. Herta diz que a “Prefeitura banca um guarda durante o dia. À noite, não tem ninguém. O Coletivo busca, por exemplo, ajuda, por exemplo, de empresas que possam auxiliar na contratação de seguranças para o local”. “Tudo que se faz de dia aqui, de noite, vai abaixo. É como enxugar gelo Então, a gente está pensando em primeiro arrumar a questão da segurança e depois o resto para não arrumar em vão”, comenta Strufaldi. Sobre a segurança, a subprefeitura afirma que está apurando e tomará as providências necessária. Coletivo O Coletivo procura meios para tentar amenizar os problemas. “A gente está fazendo o orçamento do custo dessas obras e desses gastos todos para que a iniciativa privada possa colaborar, já que a Prefeitura argumenta que tem este déficit”, afirma Herta. A intenção do Coletivo é mediar ações da Sociedade Civil, moradores do bairro, iniciativa do bairro e o poder público. No momento, atuam o Coletivo atua nas atividades de cuidado com a Praça, com a horta, os espaços físicos. O grupo está fazendo parcerias com escolas da região, entre alunos que lidam com Meio Ambiente, paisagismo, artes. Agora, focam na busca de auxílio de empresas. “A gente está querendo contribuir trazendo esforços da iniciativa privada, da população, pra completar isso que a Prefeitura argumenta que não dá conta de fazer. O Coletivo continua trabalhando e a gente precisa de recursos: financeiros, humanos, de pessoas que queiram contribuir”, explica Herta. Quem quiser conhecer melhor o trabalho do Coletivo ou contribuir de algum modo pode entrar em contato através das redes sociais (facebook.com/coletivopracavita) ou do crowdfound (victorcivita.pracas.com.br).
