03/02/2022 às 22h11min - Atualizada em 03/02/2022 às 22h11min

​Câncer no olho do bebê pode passar despercebido

O retinoblastoma ou câncer no olho pode ficar encoberto e não ser detectado no primeiro “teste do olhinho”

Se você está se perguntado por que o retinoblastoma ou câncer no olho da filha dos jornalistas Leifer e Daiana não foi diagnosticado logo no início, saiba que esta é uma doença traiçoeira. No Brasil a situação é grave. Dados do Ministério da Saúde mostram que só 50% das crianças passam pelo “teste do olhinho” indicado para detectar as doenças que mais causam a perda da visão na infância: câncer, catarata e o glaucoma congênito.  A falta de acesso ao exame por todos os recém-nascidos é um dos fatores que explica a maior incidência de retinoblastoma nos países menos desenvolvidos apontada por um estudo global, recentemente publicado na revista científica, The Lancet.
Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, no Brasil logo após o nascimento as maternidades realizam o “teste do olhinho” nos recém-nascidos com um oftalmoscópio, equipamento que emite uma fonte de luz no olho do bebê. Quando a pupila responde com um reflexo vermelho contínuo indica saúde. Se o reflexo for descontínuo ou esbranquiçado sinaliza doença.
O especialista ressalta que a maioria dos pais só leva a criança ao oftalmologista quando atinge a idade escolar. O problema é que o retinoblastoma, catarata e o glaucoma congênitos podem ficar adormecidos no olho e se desenvolver nos primeiros anos de vida quando não são descobertos no nascimento do bebê.  Por isso, a recomendação do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) do qual o especialista faz parte é de que o “teste do olhinho” seja repetido três vezes ao anos até a idade de três anos. Neste período, ressalta, deve passar pelo primeiro exame oftalmológico completo quando atinge 1 ano de idade ou se surgir alguma alteração no “teste do olhinho”.

Sintomas
Queiroz Neto afirma que o principal sintoma do retinoblastoma é a leucocoria também conhecida como olho de gato, um reflexo branco na pupila. A alteração é percebida sob luz artificial e em fotos tiradas com flash. Nas duas situações os olhos saudáveis emitem um reflexo vermelho como acontece no teste do olhinho. Outros sintomas do retinoblastoma são: estrabismo (olho torto), glaucoma, vermelhidão e baixa visão.

Tratamentos
O oftalmologista afirma que o tratamento geralmente requer uma equipe multidisciplinar e pode ser feito por diferentes técnicas. Uma delas é a terapia focal via destruição térmica, congelamento, laser e ou braquiterapia.  Outra é com quimioterapia sistêmica, intravítrea ou intra-arterial e nos casos muito avançados por enucleação, cirurgia que retira o globo ocular para preservar a vida do bebê. Hoje, uma das técnicas mais utilizada é a quimioterapia intra-arterial. Consiste em injetar na artéria da retina o medicamento, diminuindo desta forma os efeitos colaterais sistêmicos que podem ter reflexos na saúde por toda vida.  Em 70% dos casos salva a vida e a visão, conclui. 

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