07/03/2019 às 21h07min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h52min

Pinheiros tem arrastões e vandalismo em meio a folia

No Largo da Batata, rolêzinhos fora marcados. Nas ruas de Pinheiros e da Vila Madalena, pessoas foram furtadas e locais foram depredados. As confusões ocorridas no Largo da Batata foram tão grande que obrigaram a Prefeitura a alterar a rota de alguns blocos marcados para a segunda e para a terça. Eventos não oficiais foram marcados pelas redes sociais e contaram com a presença de centenas de pessoas. A polícia foi acionada. A movimentação, desse modo, espalhou-se pelas ruas de Pinheiros. Moradores relatam numerosos flagras de violência e furtos. “Espero que a Gazeta continue a nos ajudar os absurdos que estão nos impondo a prefeitura e seus organizadores, principalmente agora que transferiram a bagunça e a selvageria da Lardo da batata para as ruas Simão Alvares, Fradique Coutinho, Mateus Grou, Virgílio de Carvalho Pinto chegando até a João Moura. O bairro não comporta mais este evento e tem de ser banido dos desfiles de blocos que nos trazem baderneiros, sujeira e agora muito mais insegurança”, comenta Vivian Battiloro. Na rua Padre Carvalho, segundo a moradora,  também aconteceram pancadões, mesmo sem autorização, “pois não era dia pra desfile de bloco na rua“. “Mesmo assim ambulantes irregulares promovem as festas irregulares na região durante o carnaval, e a prefeitura não consegue ter o controle de nada”, complementa. A Subprefeitura de Pinheiros informa que houve monitoramento das redes sociais por meio da inteligência da Polícia Militar, que agiu previamente com o apoio da Subprefeitura de Pinheiros, que realizou apreensões de ambulantes irregulares e caixas de som. Lembramos que, antes do início do Carnaval de Rua, houve a tentativa de realizar um evento irregular na rua Aspicuelta e não no Largo da Batata, com ação da Polícia Militar no local. Veronica Bilyk, da Associação Moradores e Amigos dos Predinhos de Pinheiros, informou que na Simão Álvares, entre Navarro de Andrade e Sebastião Velho, o desfile de um bloco deu lugar a uma Festa Funk/Pancadão. Na sequência, segundo a moradora, apenas “pânico e arrastão”. “Foi uma situação horrível para o comércio e moradores locais. Estamos apavorados e entristecidos”, afirmou. Vivian Battiloro enumera algumas das situações ocorridas na região. “Um garoto com um pau enorme na mão pra fazer arrastão, eles empurram, em grupo, as pessoas contra a parede pra roubar. Um condomínio teve os vidros da portaria quebrados na Virgíilio de C. Pinto em Pinheiros. O banco de madeira do estabelecimento O Primo, para os clientes sentarem, na esquinada Artur com a Fradique foi depredado”, informa. José Gonçalves, funcionário de um restaurante local, afirmou que foi necessária a contratação de seguranças para evitar o pior. No sábado, em virtude da chuva, pessoas tweriam se aglomerado na porta do estabelecimento e tentado entrar para usar o banheiro. “Mais um dia de bagunça e depredação”, afirmou. “Tudo isso ocorreu nestes dois últimos dias de carnaval. Tem muito mais que se passou nos outros dias”, relembra Vivian Battiloro. Verônica Bilyk, que trabalha como voluntária no QG de segurança da Subprefeitura, comentou que também teve que fechar as portas de seu restaurante quando, ao final de um bloco, um grupo permaneceu nas ruas e começou um arrastão. “A polícia não estava presente. Eu já tinha acionado algumas vezes, até porque estava com o contato direto. Mas estavam acontecendo muitas ocorrências. Porém, quando a coisa chegou neste nível, conseguiram mandar a polícia na sequência e pegaram alguns dos suspeitos e a coisa se dissipou”, comentou. A Prefeitura lançou uma nota oficial com números sobre o Carnaval. De acordo com o texto, “houve trabalho reforçado na área da segurança, com a presença da Guarda Civil Metropolitana, que atuou de forma estratégica em toda a cidade, para contribuir com a redução dos crimes de oportunidade e realizar apoio durante ações de fiscalização no combate ao comércio irregular. A utilização dos drones, que sobrevoaram os desfiles, captando imagens, também foi uma ferramenta importante no auxílio à segurança. De acordo com a Subprefeitura de Pinheiros, houve redução no número de delitos na região durante os desfiles de blocos, no Carnaval de Rua. Segundo a Polícia Militar, a estrutura montada garantiu uma redução de 46% nos casos na região chamada de Faria Lima 1, na comparação com o ano passado.  Na região da Faria Lima 2, a queda foi ainda maior, 93%, aponta o levantamento da corporação. Verônica, porém, argumenta que “o evento era para ser mega, mas o que a gente tinha era um contingente “x”, que era muito inferior à necessidade. Então, era um risco corrido”. “o ano passado ele já foi um problema. Você tem Pinheiros, que é um bairro residencial misto, não tem tantas ruas tão grandes. Pinheiros pode abrigar um Carnaval de rua em uma certa dimensão e os moradores e comerciantes estariam felizes com isso”, explica. “Foi mantido um efetivo diário de aproximadamente 700 GCMs e 120 viaturas, tanto no Sambódromo do Anhembi quanto nas apresentações dos blocos em várias regiões da cidade. No total, as equipes atenderam dez ocorrências que foram encaminhadas às delegacias. A operação contou com a participação de um efetivo de 700 guardas e 113 viaturas no sábado (2), 453 guardas e 176 viaturas no domingo (3), 626 guardas e 109 viaturas na segunda-feira (4) e 597 guardas e 119 viaturas na terça-feira (5)”, enumera a nota da Prefeitura de São Paulo. Na opinião de Verônica, porém, a comunidade foi ouvida tardiamente e que essas contribuições não teriam “servido de nada”. A conselheira participativa de Pinheiros enumerou sugestões para os próximos eventos, como “blocos com dimensões determinadas, não podem ser blocos grandes, não pode ter pré e pós-carnaval, acaba com o pós e a fiscalização tem que ser muito forte, com relação aos ambulantes, ao tráfego, à violência”. “A gente não só aceita, como incentiva o Carnaval, mas dentro das dimensões que o bairro suporte”, conclui. Questionada como seria possível projetar essa melhora, Verônica diz ser necessário “sentar todo mundo junto, com os especialistas em evento, em trânsito, a própria população – que tem muita experiência, pessoas que moram no bairro há 30,40 anos, pessoas que conhecem as manhas do lugar – e não só a população, mas a população voluntária, gente que é conselheira de Pinheiros, presidentes de Associação, pessoas que estão imersas no dia a dia. Estas têm que ser ouvidas de uma maneira muito séria”. Nesta sexta-feira (8), haverá reunião da Comissão Ampliada de Carnaval na Subprefeitura de Pinheiros, onde serão alinhados possíveis ajustes na estrutura e serão abordadas ações contra eventos irregulares.


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