17/12/2021 às 00h40min - Atualizada em 17/12/2021 às 00h40min

​Moradores se unem contra a verticalização na 2a. Caminhada PRÓ-Pinheiros

Preocupados com a verticalização, moradores de Pinheiros e Vila Madalena buscam diminuir os índices permitidos de construção no bairro. Pela proximidade do centro e fácil acesso, além de amplo comércio, a zona oeste é muito procurada, o que gera especulação imobiliária e a substituição de casas por edifícios. Nova Caminhada promovida pelas entidades que fazem parte do PRÓ-Pinheiros, reuniu centenas de moradores no dia 11 de dezembro último e teve apoio da Gazeta de Pinheiros.

2ª. Caminhada PRÓ-Pinheiros
No último sábado, dia 11, moradores do bairro de Pinheiros e arredores realizaram a 2ª.Caminhada , e se mobilizaram para chamar a atenção das autoridades, sobre a verticalização exacerbada e sem planejamento que está ocorrendo na região. O bairro, conhecido por sua diversidade e por reunir casas, apartamentos, áreas verdes e vários comércios de rua, virou um canteiro de obras. Só em um quarteirão da Rua Alvares Guimarães são nove construções. A caminhada, organizada pelo movimento Pró-Pinheiros, saiu da Rua Arthur de Azevedo, 51, esquina com a Rua Oscar Freire, e finalizou a mobilização na pracinha da Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, onde ocorreu a apresentação do músico Zé Eduardo. No percurso, os participantes passaram por vilinhas charmosas, prédios que viraram ícones da Zona Oeste e que hoje correm risco de desaparecerem.
A Pró-Pinheiros não é contra a verticalização, mas luta por maior organização e equilíbrio urbano para garantir a qualidade de vida dos moradores atuais e futuros do bairro. O movimento busca: definir limite de estoque construtivo na região; definir limite de altura dos edifícios e ocupação do terreno, evitar prédios lado a lado, o que ocasiona perda de luz do sol e ventilação; garantir um diálogo transparente e frequente entres as incorporadoras/construtoras e os moradores da área e minimizar impactos trazendo benefícios aos que vivem e frequentam Pinheiros.

Depoimento sobre o ato
“Fala especial sobre o prédio de valor mais acessível, embora pequeno para uma família, que já foi todo vendido, trazendo inclusão de classes menos privilegiada ao bairro"...Na suspeita de ter sido vendidos a jovens, financiado pelos pais. Rua Alves Guimarães, “rua canteiro de obra”, 9 edifícios sendo construídos numa única quadra. Entre eles, dois prédios da MOBI e um condomínio suntuoso, que mistura  dois edifícios separados por um boulevard. Um prédio, com apartamentos de 340 m2 e uma cobertura de 700 m2 e outro prédio com apartamentos de até 70m2  (sem garagem - porque a prefeitura exige para poder construir o outro prédio magnata), vendem garagens a parte a 60 mil reais, e tanto um prédio como outro, os valor do m2 só muda em relação ao andar e não ao tamanho! M2 por R$23 mil seja pra 70m2 ou 700m2!” PRÓ-Pinheiros

Moradores apontam para excesso
“Por outro ângulo...Diferenças dos tempos…Primeiro vieram as casas, os predinhos baixos depois prédios como o do CREA (azul), assim como outros no entorno, que tinham limite de altura bem menor, agora vem a era dos prateados gigantescos…“. M.N.

“Os prédios cada vez mais feios.” C.B.

“Saudades de acordar com os pássaros e com o sino da igreja? No intervalo do “barulho forte” dá para ouvir outros semelhantes espalhados pelo bairro…  Algumas árvores são podadas e outras darão lugar a obras futuras…” Comunidade Baixo Pinheiros

“Um horror, estão derrubando as árvores em uma velocidade assustadora..” E.O.

Abaixo-assinado mostra força dos moradores
A entidade Pró Pinheiros reúne as associações AMJA-Ass. de Moradores e Comerciantes da rua Joaquim Antunes; AMAPP-Ass. dos Moradores e Amigos dos Predinhos de Pinheiros; AMATEUS-Ass. de Comerciantes e Moradores da Rua Mateus Grou; AAPBC-Ass. dos Amigos da Praça Benedito Calixto; AMOLVI-Ass. de Moradores e Lojistas da Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, além dos coletivos Fórum Verde Permanente e Movimento Defenda São Paulo, promove um abaixo-assinado que já está chegando a 3 mil assinaturas em protesto à descaracterização do bairro. O documento “Manifesto contra a verticalização inadequada do através do AVAAZ” pode ser acessado em https://bit.ly/manifesto-pinheiros-unico-quadrilatero

1ª. Roda de Conversa PRÓ-Pinheiros mobiliza região
No dia 30 de novembro, ocorreu a “1ª. Roda de Conversa PRÓ-Pinheiros” com representantes da sociedade civil e empreendedores para debater a região. Com o tema “Pinheiros do futuro segundo o Plano Diretor estratégico”, o encontro teve como convidado o arquiteto, urbanista, ex vereador e ex Secretário Municipal, Nabil Bonduki. Ele foi entrevistado pela arquiteta e urbanista Lucila Lacreta, pelo médico, ex-vereador por cinco mandatos e ex Secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente Gilberto Natalini, pelo graduado arquiteto, urbanista e professor Valter Caldana e o engenheiro, mestre e doutor, pesquisador IEA USP, Ivan Maglio. Durante 2 horas foram mediados por Ana Lúcia Donnini, diretora da Gazeta de Pinheiros/Grupo 1 de Jornais.
As diretrizes adotadas pelo Plano Diretor Estratégico com relação à cidade compacta e à verticalização, especialmente previstas para os Eixos de Estruturação e Transformação Urbana, promoveram um processo intenso do mercado imobiliário com a destruição total de quadras e ocupações existentes para a implantação de novos condomínios mistos (flats + moradias).
De acordo com a PRÓ-Pinheiros, este processo causa perda de diversidade tipológica e de uso com prejuízo à dinâmica urbana da região de Pinheiros, que tem sido colocada como um dos mais importantes atrativos para os novos empreendimentos. Também a expulsão de moradores de mais baixa renda, comércio e serviço existentes, acompanhado de um irreversível processo de gentrificação (processo de modificação do espaço urbano). Total perda de diversidade do perfil da população, uma vez que predominam condomínios residenciais voltados para um público de alta renda, não usuários de transporte coletivo, entre outros problemas.

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