25/11/2021 às 22h32min - Atualizada em 25/11/2021 às 22h32min

​Obra danosa ao meio ambiente, com cortes de árvores e “piscinões” de esgoto, preocupa moradores

Governo não apresenta Projeto Córrego Antonico / Novo Rio Pinheiros

Yves Jadoul, Presidente da Sociedade Amigos do Jardim Leonor e Vila Inah
A CETESB–Companhia Ambiental do Estado de São Paulo– que é uma agência do Governo do Estado, responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição, encarregada da preservação e recuperação na qualidade das águas, do ar e do solo, está fazendo exatamente o contrário de sua função principal, visto que autorizou recentemente o corte indiscriminado pela Sabesp, de aproximadamente 200 árvores de médio e grande porte, situadas nas praças defronte o Estádio do Morumbi, mais precisamente na Rua Corgie Assad Abdalla confluência com Av. João Saad, para a realização de ‘unidades de recuperação’ do Córrego Antonico, ou seja ‘piscinões’ de tratamento de esgoto puro, em flagrante violação à Lei 9.605/98, que trata dos crimes ambientais.

Investigação do Ministério Público
As imagens da destruição da área verde causaram revolta e indignação da população, pois as árvores foram plantadas há 20 anos, muitas delas frondosas. A justificativa principal seria para o sucesso do Projeto Novo Rio Pinheiros, o que não qualifica esta barbárie que foi feita, pois há vários locais descentralizados e afastados da área residencial, sem cobertura vegetal para estas supostas obras de ‘recuperação’, pois tanto a Cesteb e a Sabesp não explicaram como vão evitar as enchentes no local, prejudicando ainda mais os moradores do Butantã e Morumbi. A comunidade levanta suspeitas na aprovação do projeto, pois até o Secretário Executivo de Mudanças Climática do Município Antonio Fernando Pinheiro Pedro desconhece (em entrevista ao Programa ‘Gente que fala’ na Rádio Trianon no último dia 24),  bem como a Subprefeitura do Butantã e as entidades constituídas, que reivindicam agora uma Audiência Pública. “Desconhecemos e estranhamos a razão que o projeto não foi apresentado e a dificuldade do Governo em torná-los públicos, para discussão com a sociedade organizada.”, afirma Yves Jadoul, Presidente da Sociedade Amigos do Jardim Leonor e Vila Inah, que deve fazer uma representação à Promotoria do Meio Ambiente para instalar oficialmente uma investigação.

Enchentes e trânsito caótico
E as enchentes vão continuar, pois o projeto ideal, segundo engenheiros e ambientalistas, seria fazer um pequeno piscinão com tratamento do esgoto do Córrego Antonico, atrás do estádio e do clube social do São Paulo. Como as obras estão anunciadas em placas enormes, ao custo médio de 100 milhões, o suposto projeto desconhecido deve recuperar o que foi anunciado em governos anteriores, ou seja, provável retificação do córrego, instalação de piscinão na área defronte ao Estádio, imediatamente atrás da base da Polícia Militar, junto a unidades de recuperação e devolução do córrego ao seu leito, até chegar ao poluidíssimo rio Pirajussara na Avenida Eliseu de Almeida. Imagina-se uma confusão no trânsito na área com a interrupção da Avenida Giovanni Gronchi, João Saad, Jules Rimet e Praça Roberto Gomes Pedrosa, por um período extenso. 

Sabesp
Marco Antonio Lopez Barros, superintendente de gestão de empreendimentos da Sabesp novamente não explicou em entrevista à Rede Globo no último dia 24, como será o projeto inteiro, apenas qualifica a importância da despoluição do Rio Pinheiros e que as 200 árvores frondosas cortadas indiscriminadamente no local, vão ser ‘compensadas’ com o plantio de 3 mil mudas na Serra da Cantareira. Ou seja, a Sociedade Amigos do Jardim Leonor e Vila Inah, os ambientalistas, os representantes do CADES (Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz) e a comunidade continuam, apesar de insistentes pedidos, desconhecendo as ‘surpresas’ do projeto que vai influenciar e segundo especialistas,  prejudicar todo o bairro.

É notório e inquestionável que ninguém conhece o polêmico projeto do Morumbi
Nenhuma autoridade oferece informação técnica ou consistente sobre o projeto que canibalizou e depois colocou abaixo mais de 200 árvores frondosas na frente do Estádio do Morumbi, para a construção de unidades de 'tratamento de esgoto', para não dizer "piscinões". Só declaram que é preciso limpar o rio, e que limpando o córrego Antonico, que é afluente do Pirajussara e deságua no Pinheiros, as enchentes terminam....  Seria uma mágica?
Em momento algum apresentam clareza e que mostram de forma inequívoca, e que talvez nem mesmo a SABESP conheça o polêmico projeto!
Na participação do Secretário de Mudanças Climáticas Municipal, Pinheiro Pedro na Rádio Trianon e do superintendente de gestão da Sabesp, Marco Lopez Barros na TV Globo, esta semana, ficam estampadas  as declarações genéricas e vazias, que nada esclarecem e confirmam o desconhecimento do projeto em si.
Preocupante, porque o Governo do Estado trocou o projeto original, anteriormente discutido com a população, e ninguém sabe como será esse novo que já começou sem ninguém conhecer.
Um acordo do Governo do Estado, sem o prévio debate e clareza com os moradores da região. (A.A.)

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