18/11/2021 às 23h36min - Atualizada em 18/11/2021 às 23h36min

​Verticalização desenfreada causa tragédia no bairro e aumentam os protestos da comunidade

O processo de verticalização totalmente descontrolada pelo qual Pinheiros, Vila Madalena e o Butantã estão passando, acabou por fazer vítimas. Um muro de um canteiro de obras desabou matando uma pessoa e ferindo outras. Este não é um caso isolado no município, tendo ocorrido em outros 3 bairros desde julho. A população luta contra o aumento de edifícios na região.
Preocupados com dezenas de altos prédios em construção, moradores da região buscam diminuir os índices permitidos de construção no bairro. Pela proximidade do centro e fácil acesso, além de amplo comércio, metrô e muitos centros de compras e lazer, a zona oeste é muito procurada, o que gera especulação imobiliária e a substituição de casas por edifícios.
Em uma das dezenas de obras na região, um muro desabou, deixando uma vítima fatal. Os dois eram funcionários do canteiro de obras do empreendimento imobiliário Verve Pinheiros, da construtora MPD, que fica na Rua Capitão Prudente, 209.

Moradores se unem em ações e abaixo-assinado
“Devemos estar atentos ao que envolve nosso bairro, nossa comunidade, nossa cidade! O que hoje está prejudicando nossos vizinhos, pode também nos prejudicar amanhã. Essa ação não foi iniciada por causa da nossa área, porém não precisamos ir para fora dela para constatar que as mesmas mudanças também estão ocorrendo por aqui e por toda cidade”.
Sem árvores e sem sol
“De uma hora para outra arranha-céus roubam nossas árvores e tiram nosso sol, sossego e trazem problemas de energia elétrica, gás, trânsito, inundações, entre outros… Mudanças são positivas quando vem para o bem da comunidade, tem planejamento e demonstram respeito por seus cidadãos, sua qualidade de vida e por sua história!”

Manifesto
“Aqui trazemos de volta o Manifesto, da primeira ação que inspirou a criação do grupo PRÓ-PINHEIROS, para abranger outros muitos casos similares na capital. Somos reféns do planejamento de estrutura urbana da cidade de SP decidido e legalizado na prefeitura de Haddad em 2014. Hoje estamos aqui lutando contra a lei que está demolindo as características do bairro de Pinheiros por grandes interesses intrinsecamente lucrativos, que não tem nada a ver com interesses de melhorar a mobilidade da cidade  aumentando o adensamento próximos aos eixos de transporte.”

Torre de 40 andares
“Desse modo, se temos nossa casa, nosso pequeno prédio de 4/5 andares, nosso comércio dentro da área designada ZEU estamos no risco de altas ofertas de compra que sucumbe proprietários, nossos vizinhos, aflitos e ambiciosos a venderem seus imóveis e afetando aqueles que desejam continuar morando onde moram, mas sem uma torre de 40 andares ao seu lado.”

Adensamento vertical
“Moramos nesta capital que tem um enorme terreno que não precisa de adensamento vertical, estes que trazem tantos prejuízos as localidades que assediam, compram e destroem em nome de um falso interesse social urbano. Por todo esse texto acima, peço que vocês nos apoiem, assinem, compartilhem o MANIFESTO abaixo. O quadrilátero das Vilas do Sol tem 4 imóveis vendidos, temos que agir com rapidez para evitar a demolição e construção de um prédio nesse ocupação horizontal que vocês podem visualizar na foto. Precisamos atingir 5.000 assinaturas para que o prefeito dê atenção a esse pedido, mesmo que seja um objeto de pressão do que de solução. Por favor, ajudem aumentar as assinaturas!!”
O documento pode ser acessado em https://bit.ly/manifesto-pinheiros-unico-quadrilatero

Prefeitura afirma que Lei evita o crescimento desordenado
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), informa que a atual Lei de Zoneamento e o Plano Diretor incentivam o desenvolvimento da cidade de acordo com os princípios urbanísticos, “evitando o crescimento desordenado, preservando a qualidade urbana e ambiental e a dinâmica de vida nos miolos dos bairros”.
Mas o que vemos na região oeste, é mais de uma centena de novos prédios aprovados e muitos em construção simultânea, em vias estreitas e que não comportam pela sua infraestrutura. Todos aprovados e sem nenhum estudo do impacto, prejudicando milhares de moradores do entorno.

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