11/11/2021 às 23h27min - Atualizada em 11/11/2021 às 23h27min

​Verticalização atinge comércio, tradição local, sinagoga e a ACM

O comércio local também é atingido pelo processo de verticalização que tem acometido a região. Preocupados os moradores de Pinheiros, Vila Madalena e Butantã buscam diminuir os índices permitidos de construção no bairro. A zona oeste é muito procurada, o que gera especulação imobiliária e a substituição de casas por edifícios. A Sinagoga de Pinheiros e inúmeros estabelecimentos comerciais, tradicionais da região já caíram. Até a ACM-Associação Cristã de Moços, está na mira das construtoras.

Moradores locais comentam o processo de verticalização

“Mais uma demolição! Sinagoga de Pinheiros, antiga e cheia de histórias, vindo abaixo para dar lugar ao novo. E ‘viva’ o progresso!” N.G.

“Ninguém se preocupa com a história. Fundada em 1937, a Sinagoga deveria ter sido tombada. Uma pena!” N.C.

“Descobri que prédio da ACM perto da ex FNAC  também vai cair, e tudo por ali.” F.N.

“O que será deste bairro? Me assusta as notícias sobre demolições da característica do bairro e espigões que virão.” S.G.

“Fico pensando na sobrecarga de trânsito na rua Artur de Azevedo, com tanto carro saindo destes empreendimentos. Sem contar que esta movimentação de caminhões de terra, que saem da rua Francisco Leitão que, vão abalar muitas árvores que já estão condenadas.” V.D.

“Onde era o ‘Bar Avenida’ na Avenida Pedroso de Morais, altura do número 1008, também deve cair”. O.M.

“Aqui na rua Cristiano Viana também está assim. Um conjunto de arvores centenarias virá abaixo em breve com o edificio ‘Le Jardin’ da Cyrela. Ironico o nome? E ali vivem centenas de passaros.” K.F.

“Algumas semanas atrás recebemos a notícia de que o imóvel onde fundamos o ‘Solli’ será vendido para uma incorporadora que vai construir um prédio no lugar. De uma tacada só nossa Av. Pedroso de Morais vai perder uma livraria, uma galeria de arte, uma casa de jogos e um mercado de orgânicos. Uma tristeza o que as incorporadoras e construtoras estão fazendo com Pinheiros.” L.B

“Siga o Pró Pinheiros, no Facebook. O grupo tem se mobilizado contra a verticalização desordenada. Vivemos tempos difíceis com a descaracterização do bairro.” Baixo Pinheiros Comunidade

“Pinheiros: o novo Moema”. E.B.

“Mas não deixem de denunciar qualquer questão aqui sobre zeladoria, ruído, descaracterização do bairro. Está difícil!” E.O.

História do bairro vai sendo demolida
Matéria da BBC aponta a Subprefeitura de Pinheiros como a que mais apresenta alvarás de demolição. Casas e prédios baixos dão lugar a edificações altas, com metro quadrado a ser explorado pelo mercado em virtude infraestrutura oferecida na região. O texto aponta que apenas em 2020 cerca de 30% (382) dos alvarás de demolição se concentraram na região. Neste ano, já são 120. Quadriláteros inteiros já contam com tapumes, como os próximos à Estação Fradique Coutinho, ou já tiveram seu processo de demolição iniciado.

Oregon e Le Jazz?
Dentre os espaços que estão na mira das incorporadoras está a tradicional ‘Hamburgueria Oregon’. Outro espaço cujo futuro também pode estar ameaçado é o ‘Le Jazz’, de acordo com matéria da ‘Folha’.

Prefeitura afirma que PD evita o crescimento desordenado
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), informa que a atual Lei de Zoneamento e o Plano Diretor incentivam o desenvolvimento da cidade de acordo com os princípios urbanísticos contemporâneos. Mas o que está se vendo é crescimento desordenado, sem a qualidade urbana e ambiental e a dinâmica de vida nos miolos dos bairros, está desaparecendo com os prédios ‘espigões’ por todos os lados. Os bairros vão perder o seu equilibrio, ambientalmente e diminuir a sua qualidade de vida.
Tanto o Plano Diretor Estratégico (Lei nº 16.050/2014), quanto a Lei de Zoneamento (Lei nº 16.402/2016), estão em desacordo com Pinheiros, Vila Madalena e Butantã, sem os coeficientes de aproveitamento, altura demasiada das edificações e demais parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo com um crescimento imobiliário sem estruturação urbana (ZEU) e deixando de preservar as características de zonas estritamente residenciais (ZER) e zonas mistas (ZM).

Pró-Pinheiros tenta frear este cenário
A entidade Pró Pinheiros reúne as associações AMJA-Ass. de Moradores e Comerciantes da rua Joaquim Antunes; AMAPP-Ass. dos Moradores e Amigos dos Predinhos de Pinheiros; AMATEUS-Ass. de Comerciantes e Moradores da Rua Mateus Grou; AAPBC-Ass. dos Amigos da Praça Benedito Calixto; AMOLVI-Ass. de Moradores e Lojistas da Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, além dos coletivos Fórum Verde Permanente e Movimento Defenda São Paulo, promove um abaixo-assinado que já está chegando a 3 mil assinaturas em protesto à descaracterização do bairro.

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