05/11/2021 às 00h25min - Atualizada em 05/11/2021 às 00h25min

​Aumentam as reclamações sobre atuação dos seguranças nos supermercados da região

A Gazeta de Pinheiros/Jornal do Butantã – Grupo 1 de Jornais recebeu depoimentos sobre problemas encontrados sobre abusos e perseguições de seguranças contratados em supermercados da região e outros problemas. O “Supermercado Violeta” foi o campeão de reclamações, seguido pelo “Dia” e ‘Spani” A Lei 7.716 de 1989 define crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. E entre as condutas delituosas estão as práticas de recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial. Quem discrimina também infringe o Código de Defesa do Consumidor.

Depoimentos apontam discriminação
“Aí você vai ao mercado e o segurança fica te seguindo. O ‘Supermercado Violeta Vila Gomes’ não muda nunca. O que você faria? Não aguento mais esse mercado nos tratar assim. E toda  vez é a mesma coisa. Já falei, sou negro, mas sou artista e não bandido. Falta preparo para os funcionários.” N.T.Q.
“Eu começaria a gritar socorro dentro do mercado, dizendo que estava sendo seguida. Ia tumultuar tudo.” M.C.
“Meu marido é italiano e também sempre é seguido por seguranças, toda vez que vai ao Violeta!” A.T.R.
“É em todos assim. Outro dia virei rápido e quase derrubei um segurança atrás de mim.” R.O.
“Se fizerem isso comigo, não  respondo por minhas atitudes.”A.S.M.
“Eles são assim mesmo. Vivem seguindo os clientes. Dá uma raiva!” M.J.
“Quando começar a seguir, tem que chamar uma viatura de polícia. Fui apenas uma vez nesse Mercado Violeta para nunca mais voltar.”A.M.
“O ‘Spani’ da RaposoTavares é bem pior. Eles te encaram enquanto te seguem, e se você olhar para eles, te olham ‘mais feio ainda’. Fiz compra uma vez lá, para nunca mais voltar.” C.S.L.
“Eu odeio o supermercado DIA por essas atitudes. Deixei de ir a há mais de seis anos, não sinto falta e não pretendo voltar.” J.S.
“No supermercado Violeta da Otacílio Tomanik, os funcionários são muito educados e atenciosos, começando pelo estacionamento. Nada a reclamar.” V.S.
“Eu continuarei a frequentar o mercado, pois não devo nada pra ninguém; faço as compras e ao sair pago minha conta. Nem dou bola pros seguranças!” A.T.R.
“Mercado Dia na av. Rio Pequeno. Um dia destes, eu deixei as compras no chão do corredor e saí.” M.D.

Pesquisa aponta discriminação
De acordo com a Agência Brasil, uma pesquisa de 2019 da Fundação Procon aponta que 55% das pessoas já sentiram alguma espécie de discriminação. Para 73,22% dos entrevistados, o ato discriminatório foi sutil/camuflado. Em relação ao local da ocorrência, 36,17% declararam ter sido em uma loja (de roupas, calçados, eletroeletrônicos, supermercados, entre outras), 16,28% em estabelecimento financeiro (banco, financeira, seguradora e similares), 8,31% em shopping center, 5,90% em estabelecimento que servem refeições e 5,14% em concessionária de serviço público.
A partir de algumas alternativas indicadas no questionário, os entrevistados responderam de que maneira ocorreu a discriminação. Para 36,94%, o atendimento foi recusado e/ou retardado. Mais de 20% disseram ter sofrido algum tipo de agressão moral e/ou física e 16,72% presenciaram alguma prática que induziu ou incitou o preconceito ou prática discriminatória a uma condição para a qual se sentiram atingidos. Mais de 56% dos discriminados não registraram denúncia sobre o caso.
Procurado, o Supermercado Violeta, que teve a maioria das reclamações, não retornou até o fechamento desta edição.


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