30/09/2021 às 21h47min - Atualizada em 30/09/2021 às 21h47min

Árvores começam a cair para dar espaço para prédios gigantescos

O processo urbanístico de São Paulo, principalmente em Pinheiros, Vila Madalena e Butantã, vem sofrendo uma verticalização sem limites ou critérios, herança do discutível Plano Diretor da administração do ex-prefeito Fernando Haddad, com consequências nefastas nos dia de hoje. A região oeste, por sua localização de infraestrutura, acaba tendo um volume grande de substituições de casas por edifícios, acarretando em dezenas de cortes de árvores em terrenos que vão abrir grandes edifícios. Moradores informam cortes na região “Grandes empreendimentos significam retirada de árvores centenárias do nosso bairro. Muitas árvores, todas ao redor das futuras construções, serão retiradas.” B.A. “Que maravilha o ‘progresso’ hein? Mais trânsito na região, poluição, a vista das casas desaparece, pássaros sem árvores, menos sombra, mais calor e ‘planejamento sensacional’ nesta cidade. Há alguns anos, um amigo me avisou que o Alto de Pinheiros iria virar um mar de prédios, não acreditei. Pois está se concretizando essa situação sombria e triste.” A.L. “Se forem mesmo centenárias, será uma pena… ” T.P.S. “Isso é resultado do ‘Plano Diretor’ do ex-prefeito Haddad. E o pior é que, mesmo que mudem essas permissões, ninguém vai derrubar prédio já construído.” B.V. “É um edifício mais alto que o outro!” B.A. “Na Andrade Fernandes construíram dois prédios de 4 a 6 andares e foram sensacionais nesse quesito, pois não tiraram uma árvore sequer. Pelo contrário, as protegeram durante as obras. Enfim é só a incorporadora ser decente e ter boa vontade que dá para proteger as árvores e pássaros que nelas habitam, sem chegar destruindo tudo. Essa atitude em nada difere da destruição da Amazônia, do Pantanal, o raciocínio imoral é o mesmo: acabar com o meio ambiente.” A.L. “E a propaganda do futuro prédio ainda chama atenção para o bairro arborizado…”V.L. “Não basta por abaixo as casas. Tem que destruir as árvores também. Que desespero, meu Deus! Para que fazer isso com nosso bairro? Cadê nossos representantes? Logo no começo da Rua Cardeal Arcoverde, entre a Dr. Arnaldo e Oscar Freire, em frente a um stand de vendas de mais um horroroso, talvez futuro caixotão de mortos-vivos.” L.L.C. “Cada vez menos áreas verdes no bairro. Revoltante, ainda mais agora que é época de reprodução dos passarinhos, certeza que os ninhos foram junto. Culpa de quem compra“. M.C. “Tenho ouvido motos serra direto aqui na região do Largo. O coração até dói.” E.O. “Chega a ser insano mesmo...Vamos agradecer a esse Plano Diretor do ex-prefeito Haddad, esse plano dos infernos. Implementar essas barbáries é fácil, voltar atrás nunca mais. Pagaremos caro por tanta destruição.” L.L.A. “No Alto de Pinheiros eu vejo direto essas podas. Algumas até entendo, mas a maioria parece um massacre. Árvores lindas, cheias de vida ficando sem galhos.” C.N. “Triste, eles podem tudo. Na rua Henrique Monteiro, esquina com a Bianchi Bertoldi, desde que começaram a obra, reduziram a largura da calçada pra 70 cm! Por lei seria 1.20m. E não adianta reclamar, porque eles estão acima das leis. V.G. “Pinheiros quase não tem arvore mais, como pode isso?” G.A. Questionada sobre o tema, a Prefeitura não respondeu antes do fechamento desta edição. Eixo da Transformação Urbana influencia no crescimento do bairro Questionado recentemente, de acordo com o Executivo Municipal, a atual Lei de Zoneamento e o Plano Diretor incentivam o desenvolvimento da cidade de acordo com os princípios urbanísticos contemporâneos, evitando o crescimento desordenado, preservando a qualidade urbana e ambiental e a dinâmica de vida nos miolos dos bairros. Qualquer intervenção local, seja ela de pequeno ou grande porte, deve seguir estritamente as legislações condizentes com a preservação ambiental e de patrimônio local, garantindo uma cidade mais moderna, equilibrada, ambientalmente responsável, inclusiva e com qualidade de vida. Tanto o Plano Diretor Estratégico (Lei nº 16.050/2014), quanto a Lei de Zoneamento (Lei nº 16.402/2016), redefiniram os coeficientes de aproveitamento, gabaritos (altura das edificações) e demais parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo por toda a cidade de São Paulo, com o objetivo de ordenar o crescimento imobiliário do município nas zonas de estruturação urbana (ZEU) e preservar as características de zonas estritamente residenciais (ZER) e zonas mistas (ZM). Para as regiões de Pinheiros, Vila Madalena e Butantã, não foi diferente, por ser uma área com diversas zonas de uso, a altura e densidade construtiva das edificações variam. É possível conferir o gabarito e os demais parâmetros de ocupação do solo de acordo com cada zona no Quadro 3 da LPUOS.


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