09/09/2021 às 22h36min - Atualizada em 09/09/2021 às 22h36min

A resistência de Pinheiros e V. Madalena contra a forte invasão das incorporadoras

O processo de verticalização de São Paulo está enfrentando forte resistência por parte de muitos moradores de Pinheiros, um dos bairros mais tradicionais da cidade, onde se encontra a Vila Madalena, um dos pontos turísticos e culturais mais conhecidos da Paulicéia, os quais vêm se mobilizando contra a invasão das incorporadoras. Especificamente na Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, no quarteirão sem saída, onde existem nove prédios residenciais em meio a pequenas residências, no local onde funcionou durante muitos anos uma galeria de arte e uma escola contemporânea, a ‘Incorporadora Sanay’ pretende construir um edifício de 25 andares, anexo à uma escadaria de acesso para a Rua Teodoro Sampaio e à praça que tem um grande fluxo de pessoas, especialmente de crianças e famílias. Esse edifício prejudicaria a passagem do sol nesse trecho da rua pelo dia todo, além do trânsito que seria mais impactado do que já é hoje, haja vista o grande número de moradores que residem na rua. A AMOLVI - Associação de Moradores e Lojistas da rua dr. Virgílio de Carvalho Pinto está liderando um abaixo-assinado contra esse empreendimento, entre os moradores da rua e da vizinhança, a qual vem contando com o apoio de várias associações das ruas vizinhas, e se uniu à uma frente formada por moradores e lideranças do bairro para combater a desenfreada verticalização do bairro, chamada Pró-Pinheiros. Esse grupo vem promovendo um grande movimento no bairro, junto com outras entidades representativas de toda a cidade, em prol da paralisação do processo de aprovação do PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO, estabelecido pela Prefeitura Municipal de São Paulo, tendo em vista a impossibilidade de discussão presencial do plano por parte da população por conta da pandemia. Por esta razão, não vê outra possibilidade e condena a aprovação de mais empreendimentos no bairro, antes que se faça um estudo minucioso dos impactos gerados até o momento. O bairro já vive um caos diário no trânsito e não suporta mais obras e moradias verticais. Para mostrar esse quadro, um artista local representou em pinturas, hoje e o amanhã de como poderá ficar o trânsito em nossa rua. Não queremos que tirem o nosso sol e a nossa lua. Somos cidadãos e representamos a maioria. Queremos ser ouvidos. Se o governo não nos ouvir, então entreguemos o governo da cidade às empreiteiras. O bairro de Pinheiros é uma construção cultural coletiva na cidade de São Paulo. É um dos poucos pontos de resistência cultural da cidade. Não é por acaso que a empresa que está pretendendo construir na rua, um enorme edifício, adquiriu um imóvel onde funcionava uma galeria de arte e escola contemporânea, num dos quarteirões mais charmosos do bairro. *Ênio Squeff é jornalista e artista plástico


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