09/09/2021 às 22h31min - Atualizada em 09/09/2021 às 22h31min

Entidades e moradores se mobilizam contra verticalização que está destruindo Pinheiros e a região

Advogados e moradores, criam o ‘Projeto Bairro Sustentável’ com objetivos de auxiliar e garantir as características e sustentabilidade de Pinheiros, preservando a sua história, cultura, estilo de vida e comércio tradicional de rua, mediante a manutenção de padrões urbanísticos, culturais e ambientais, apoiando a entidade ‘Pró Pinheiros’, que reúne associações da região. Todas tem a contribuição da Gazeta de Pinheiros, que semanalmente está publicando com grande destaque matérias sobre a verticalização desenfreada que o bairro está sofrendo. Os advogados Paulo Camargo, presidente da OAB Pinheiros, Leonardo Barem Leite, Fabio Feldman, Carlos Maluf Sanseverino, Prof. José Pereira Wilken Bicudo, estão realizando um ‘Termo de Referência Preliminar’ (abaixo) que tem por metas, entender como tem sido aprovadas as demolições de quadras inteiras para a construção de mega edifícios, inclusive sem estudos de preservação e de impactos em suas diversas frentes. Ruas destruídas Todos estão surpresos como as ruas Francisco Leitão, João Moura, Arthur Azevedo, Teodoro Sampaio, Cardeal Arco Verde, Joaquim Antunes, Capote Valente, Fradique Coutinho, Morato Coelho, Antônio Bicudo, Butantã, Ferreira de Araújo, Paes Leme, Pedroso de Moraes, além da Rua dos Pinheiros tantas outras estão sendo simultaneamente destruídas, sem nenhum estudo ou efetiva discussão com a população da região. “Como tem sido possível enganar a população e tentar vender a imagem de que a região tem bom transporte, se as avenidas e ruas são totalmente travadas e em toda a região há apenas uma linha e apenas três estações de metrô.” Impacto de insolação Os integrantes do Projeto “Bairro Sustentável” pretendem conhecer os estudos de impacto de insolação, em função dos mega prédios que estão sendo construídos sem nenhum controle e entender como regiões comerciais tradicionais e históricas como as áreas de moveis e madeira, instrumentos musicais, antiquários e outros, em ruas como Butantã, Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde estão sendo simplesmente destruídas”. Mobilização Afirmam que pretendem estabelecer uma estratégia de mobilização com foco em residentes, comerciantes e usuários/frequentadores de Pinheiros e Vila Madalena, Av. Rebouças e o Alto de Pinheiros; também com personalidades e entidades do bairro, sociedade civil, comerciantes e agentes políticos. ”A intenção é frear a construção de novos prédios, inclusive com a obtenção de uma quarentena mínima de cinco anos, para que a região se reequilibre de toda a destruição já implantada, para que novos estudos sejam realizados”. Elaborar plano de ações Por final, pretendem elaborar plano de ações junto a “stakeholders”(partes interessadas) estratégicos, ou seja, autoridades municipais do executivo, legislativo e entidades representativas da população; deputados estaduais, OAB São Paulo, representação do CREA, da Associação Comercial e demais entidades da região. Plano de engajamento do Ministério Público Estadual. Estabelecer estratégias de sensibilização junto aos potenciais compradores. Elaborar um cardápio de alternativas de preservação de Pinheiros: pedido de tombamento junto ao Condephaat nos moldes dos Jardins, Pacaembú, etc.; pedido de tombamento junto ao COMPRESP; enquadramento de Pinheiros numa categoria nova de zoneamento mediante lei municipal, que garanta um mínimo de preservação, dentro do conceito de cidade sustentável”. Parcerias, panes e ‘apagões’ A entidade quer promover parcerias com a Cia. City e outras ligadas ao urbanismo sustentável. Fazer um levantamento junto a Enel, Vivo, Claro e Sabesp sobre a quantidade de panes e apagões nos últimos anos, e a insustentabilidade da manutenção do crescimento descontrolado da região. Organização de debates públicos em conjunto com outras entidades; organização de ‘Podcasts’, em conjunto com a Gazeta de Pinheiros, com especialistas em urbanismo, da academia, IAB - Instituto dos Arquitetos do Brasil e personalidades como ex vereador Gilberto Natalini, Eduardo Jorge, Fernando Chucre, Nabil Bonduki e Nádia Somekh; “corpo a corpo” com a comunidade; panfletagem junto a comunidade da região, passeatas e “cãominhadas”, faixas e cartazes (com a devida autorização), eventos na região para sensibilização e mobilização. ‘Pró Pinheiros’ e 3.000 assinaturas Integrantes da entidade Pró Pinheiros, que reúne as associações AMJA-Ass. de Moradores e Comerciantes da rua Joaquim Antunes; AMAPP-Ass. dos Moradores e Amigos dos Predinhos de Pinheiros; AMATEUS-Ass. de Comerciantes e Moradores da Rua Mateus Grou; AAPBC-Ass. dos Amigos da Praça Benedito Calixto; AMOLVI-Ass. de Moradores e Lojistas da Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, além dos coletivos Forum Verde Permanente e Movimento Defenda São Paulo, promove um abaixo assinado que já está chegando a 3 mil assinaturas em protesto à descaracterização do bairro. Brechas no Plano Diretor A Zona de Eixo de Estruturação da Transformação Urbana, uma suposta brecha provada no Plano Diretor de 2014, são as que oferecem grande oferta de transporte no entorno, e que não há limite de altura para os prédios e as construções podem ter quatro vezes a área do terreno. Nos últimos dois anos, mais de 130 novos edifícios com alturas média e alta (verdadeiros espigões) foram aprovados em Pinheiros, segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo. Hoje são mais de 52 em construção de uso misto com apartamento de 130 a 300 M2. ‘Quadrilátero das Vilas do Sol’ e outros Aí que começa a “briga”, pois o ‘Quadrilátero das Vilas do Sol” com mais de 200 moradores e 48 residências está incluído, pois é formada pelas ruas dos Pinheiros, Matheus Grou, Artur de Azevedo e Virgílio de Carvalho Pinto e seus moradores são os que mais recebem os assédios das incorporadoras, que são contínuos. Vejam as declarações dos moradores “Não temos paz! Eles querem transformar toda Pinheiros em prédios entre prédios, com recuos mínimos e gabarito de altura sem limites. Temos que dar um basta! Se aproveitando de brechas do Plano Diretor Estratégico de SP, de construir e construir sem planejamento, por estar próximos dos eixos de transportes. Não queremos verticalização inadequada. Basta de licenciamentos de edifícios com gabaritos de altura sem limite. Queremos ser capazes de ver o céu e o sol! “ enfatizam os moradores. “A ganância das construtoras não têm limites. Onde estão o Plano Diretor, o planejamento urbano, o respeito ao cidadão? Onde isso vai parar? ”J.C.C. “O PDE deveria servir a cidade, fazê-la melhor, mas o setor imobiliário é que controlar a prefeitura.” R.B. “Entrem na página do SECOVI e lá você entenderá que os incorporadores e a prefeitura estão supostamente alinhados num plano bem sinistro.” V.Z. “Temos que por um basta nesse absurdo. Vila Madalena também está no mesmo barco.” C.A.M. “Se junte ao Facebook Pró Pinheiros e também no @propinheiros e estamos tentando nos organizar, simplesmente porque não temos voz para expressar o abuso, o absurdo!” R.B. “Um absurdo essa ‘invasão’ desenfreada de prédios. A Vila Madalena não suporta mais tantos prédios, com gabaritos a vontade das construtoras, ruas estreitas. O sol em algumas propriedades desapareceu. O Plano de Bairros, não tem - Plano Diretor .” C.C.F. “E o Butantã está ficando igual...”C.V. “Não sei não. São muitos prédios bem altos e tapumes. As ruas Alvarenga, Camargo, Vital Brasil estão tomadas.” C.V. “Já viram os bairros de Perdizes e Vila Pompéia? A situação é a mesma...” P.G. “E assim vão descaracterizando os bairros, tirando o comércio de rua, os antigos moradores, para no local instalar um paliteiro de prédios.” E.A. “Quem fez essa plano diretor foi o Haddad lembram? Na época todos se calaram e bateram palmas.” M.S.U.


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