02/09/2021 às 23h21min - Atualizada em 02/09/2021 às 23h21min

Arte na Praça Vinicius de Morais esqueceu o cuidado ambiental

A selvagem invasão das grandes construtoras aos limites urbanos dos bairros residenciais continua provocando reações polêmicas Os moradores do entorno da Praça Vinícius de Morais, localizada no bairro do Morumbi, foram surpreendidos com uma exposição de artistas, cuja proposta poderia ser maravilhosa, se não fosse feito com tanto desleixo. Desde o último sábado (28), a praça recebeu a 1ª edição do ‘Projeto Circular: Arte na Praça Vinicius de Moraes’, cujo propósito seria dar continuidade a um trabalho de revitalização das praças paulistanas por meio da arte. Críticas e elogios Ocorre que os frequentadores locais, moradores da região, mantém há anos uma relação de afetividade com a área verde, que homenageia o poeta tão querido de todos os brasileiros. “ARTE NA PRAÇA” uma ação desenvolvida pela empresa ‘Farah Service’, em parceria com o Centro Universitário de Belas Artes e apoio da Prefeitura de São Paulo, causou reações de todo tipo. Uns amaram. Outros criticaram. O projeto é fascinante, lindo, colorido, inclusivo, porém faltou cuidado com o meio ambiente. Poluição visual Uma das críticas mais comuns, foi a pintura dos bancos em concreto sem nenhum cuidado, com aparelho a base de ar, sujando o chão e a grama ao redor.  Muito além disto, cada banco foi pintado de cor forte diferente, e recebeu motivos “ artísticos” sem nenhum padrão, causando poluição visual. “Você deixa de contemplar o verde da natureza, por causa do impacto das cores”, observa a psicóloga, Vera Ferreira moradora da região e frequentadora assídua da Praça Vinicius de Morais há mais de 30 anos.  Admiradora de arte urbana e totalmente a favor de parceria público privada para manutenção de equipamentos públicos, Vera comenta que as instalações artísticas recentes implementadas na praça deixaram muito a desejar, pois algumas não oferecem segurança, como por exemplo a instalação de mais de 10 balanços com madeiras reutilizadas de skate, que não aguentam o peso de usuário e podem quebrar a qualquer momento, ferindo a própria pessoa que estiver utilizando. Os balanços foram instalados em galhos mais frágeis que podem não aguentar o peso de um adulto. 16 artistas Apesar da falta de preocupação com a preservação ambiental, a proposta é fascinante e ao longo da praça, o público poderá apreciar nove trabalhos produzidos por 16 artistas, selecionados entre 68 projetos apresentadas pelos alunos do curso de Artes Visuais do Centro Universitário de Belas Artes de São Paulo. Morador das imediações e um dos usuários habituais da praça, o bem-humorado e cordial publicitário Diego Dias Cândido, apreciou o projeto, com as ressalvas da falta de cuidados que a empresa não teve. « O mais grave foi uma obra ter sido colocada bem na beira da nascente que por alí passa e que pode estimular a passagem de pessoas causando possível dano ao trajeto da água”.  Apesar disso, o publicitário ressaltou pontos positivos “a arte é sempre muito bem-vinda, sempre leva a pessoa a pensar e a exposição, bastante interessante e bonita “. Diego estava acompanhado da mulher, Mônica, da filhinha Aurora e da cachorrinha da família, Lola....Encantado com uma porta metonímia, lúdica, colocada entre árvores e que permite um acesso imaginário para algum lugar, Diego brincou com uma menininha ao lado: “essa porta é mágica, pra onde você quer ir ?” E ela respondeu, “para um mundo de algodão doce”.... Viva a arte! Viva a preservação ambiental! Ao longo dos caminhos da Praça Vinícius de Moraes, o público poderá apreciar nove trabalhos produzidos por 16 artistas, que desenvolveram obras sobre o tema “Meu Tempo é Quanto”, inspiradas na relação de Vinicius de Moraes com o Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, no seu olhar sobre as mulheres e no seu amor pela vida em sentido amplo. No percurso criado na praça, será possível ler e reler os poemas inscritos nas obras e também ouvir as canções do “poetinha” acessando QR Code com links de streaming. Personalidade chave da cultura brasileira, Vinicius de Moraes (RJ 1913-1980) foi poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. Ainda assim, sempre considerou que a poesia fosse sua primeira e maior vocação. A exposição poderá ser visitada até 31 de dezembro e é totalmente gratuita. *Colaboração jornalista Ana Aragão


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