29/07/2021 às 23h01min - Atualizada em 29/07/2021 às 23h01min

Vila Madalena passa por nova onda de verticalização

Preocupados com a verticalização da Vila Madalena, moradores locais buscam diminuir os índices permitidos de construção no bairro. Pela proximidade da região central e fácil acesso, além de amplo comércio, a região é muito buscada pela população, o que gera especulação imobiliária e a substituição de casas por edifícios. Porém, a cada dia, novas edificações são projetadas na região. Uma saída são modificações que podem ser propostas nas revisões do Plano Diretor que estão sendo realizadas pela Prefeitura. Moradores locais comentam o processo de verticalização “SEGUNDA ONDA - A pandemia imobiliária dá sinais de iniciar uma segunda onda arrasa-quarteirão no alto da Vila Madalena. A primeira onda começou há cerca de quatro anos com a demolição da maioria dos sobrados entre as ruas Harmonia, Senador César Lacerda Vergueiro e Girassol, com o consequente levante de espigões no local. Exaurido esse espaço, as incorporadoras agora estão avançando sobre outro quarteirão, desta vez formado pelo miolo das ruas Harmonia, Rodésia, Agissé e Travessa Tim Maia. Moradores relatam que a nova investida está começando pelo trecho acima da esquina das ruas Harmonia e Rodésia, onde várias casas já teriam sido compradas por uma grande construtora.” A Voz da Vila “A Sinagoga de Pinheiros, na rua Arthur  de Azevedo na última  sexta-feira (‘Shabat’) realizou  a sua última cerimônia com despedida deste espaço.  Mais um local que será  demolido para dar lugar para um grande e moderno edifício. Será  que daqui há 50, 80, cem anos, ele também será demolido para dar espaço para o algo novo? História de um templo que ficará  na memória  e fotos.” N.G. Moradores tentam diminuir verticalização De acordo com a Prefeitura, “A atual Lei de Zoneamento e o Plano Diretor incentivam o desenvolvimento da cidade de acordo com os princípios urbanísticos contemporâneos, evitando o crescimento desordenado, preservando a qualidade urbana e ambiental e a dinâmica de vida nos miolos dos bairros. Qualquer intervenção local, seja ela de pequeno ou grande porte, deve seguir estritamente as legislações condizentes com a preservação ambiental e de patrimônio local, garantindo uma cidade mais moderna, equilibrada, ambientalmente responsável, inclusiva e com qualidade de vida”. Entretanto, moradores da região demonstram preocupação com o grande número de lançamentos imobiliários. A demanda por locais em desenvolvimento, com transporte facilitado e acesso a serviços tem transformado a zona oeste. Um dos exemplos é Pinheiros e a Vila Madalena. Com seis estações de Metrô no bairro e a presença de grandes avenidas, o Plano Diretor permite a verticalização de algumas zonas. A Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais conversou com representantes de associações e entidades locais. Gazeta de Pinheiros -Qual é a principal preocupação dos moradores da Vila Madalena e Pinheiros em relação ao tema? Moradores - Acreditamos que a preocupação é a ocupação desenfreada pelas construtoras dos espaços dos bairros. GP - Como a região vem se modificando na última década? M- Com o Plano Diretor atual, as casas e vilas perderam espaço por estarem em região super valorizada de linhas do metrô. GP - Os moradores locais já procuraram o poder público sobre a verticalização da Vila Madalena? M - Em Pinheiros ninguém falou com a subprefeitura, mesmo porque isso é da competência da Secretaria Municipal de Habitação – SEHAB, onde será o contato correto, além de participarmos das mudanças e alterações nas revisões do Plano Diretor, que estão sendo agendadas e realizada pela Prefeitura GP - A região possui estrutura para abrigar um processo de verticalização? M - A região vai ficar bem saturada, seja de carros, de pessoas e de prédios. Segundos alguns moradores é hora de vender o carro e comprar uma bicicleta. Aqui em Pinheiros até é possível, mas imagina na Vila Madalena e suas ladeiras? Será que só o metrô vai ajudar? Não acreditamos, e em longo prazo haverá a deterioração total do bairro! Plano Diretor O Plano Diretor de 2014 (Lei Municipal nº 16.050/14) teve como uma de suas principais estratégias territoriais para equilibrar a oferta de emprego e moradia a demarcação dos Eixos de Estruturação da Transformação Urbana. Os Eixos são áreas demarcadas ao longo dos sistemas de transporte coletivo de alta e média capacidade – como metrô, trem e corredores de ônibus – onde se pretende potencializar o aproveitamento do solo urbano, articulando o adensamento habitacional e de atividades urbanas à mobilidade e qualificação dos espaços públicos. São áreas estratégicas para a organização da cidade, que promoverão a mudança de padrões construtivos e de estruturação urbana, com o objetivo de ampliar o direito da população à cidade e reequilibrar a distribuição entre moradia e emprego, além de reduzir a necessidade de longos deslocamentos diários. Para estimular o adensamento populacional e construtivo ao longo dos Eixos, o PDE definiu que poderá ser construído mais nestas áreas do que comparado ao restante da cidade. Diante disso, foi definido que o Coeficiente de Aproveitamento máximo nos Eixos é igual à 4,0 (isto é, pode-se construir até 4x a área do terreno), enquanto que no miolo dos bairros é igual à 2,0 (isto é, pode-se construir até 2x a área do terreno). Assim, combina-se desenvolvimento urbano, com mobilidade, com redução da emissão de gases poluentes e novos empreendimentos imobiliários mais amigáveis com o térreo e espaço público. Os eixos foram demarcados pelo PDE ao redor das estações de metrô,  atingindo as quadras em um raio de 400m a partir da estação, além de quadras inteiramente contidas em uma circunferência 600m a partir da estação.


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