Permissionários questionam valores de contratos na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e o Governo Federal. Por isso, devem fazer uma intervenção para agilizar a privatização, segundo a reportagem da “Folha de São Paulo” . Os gastos com a folha de pagamento seriam o principal problema do déficit apresentado. Um dos motivos apresentados é a presença de altos salários para nomeações políticas. A Prefeitura de São Paulo pretende transformar o terreno em um parque tecnológico. A saída da Ceagesp da zona oeste foi cogitada durante décadas por diferentes administrações municipais, mas nunca houve um projeto concreto para viabilizá-la, principalmente em virtude de dificuldades no diálogo entre a Prefeitura de São Paulo, proprietária do terreno, e o Governo Federal, responsável pela operação do equipamento por meio do Ministério da Agricultura. Além dos 700 mil metros quadrados, a localização do terreno na Vila Leopoldina reforça seu potencial para receber grandes intervenções urbanísticas. A área fica próximo à Marginal Pinheiros, às linhas 8 - Diamante e 9 - Esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e aos parques Villa-Lobos e Leopoldina Orlando Villas-Bôas. Segundo a Prefeitura, a saída do entreposto da Vila Leopoldina deve favorecer a circulação de veículos na Marginal Pinheiros. O futuro endereço da Ceagesp deve ser o bairro de Perus, zona norte, nas imediações do Rodoanel. No ano passado, a iniciativa entrou como parte do Arco Pinheiros. Segundo a Prefeitura, “mais de 50% do território do Arco Pinheiros está distribuído em quatro ‘porções’ isoladas, desconectadas e monofuncionais”. “Estas características não estão alinhadas ao modelo de cidade desejado: a cidade compacta, conectada, sustentável e inclusiva, onde seja possível aproximar o emprego da moradia, através do adensamento planejado, orientado pelo transporte público de alta e média capacidade, onde se promova a recuperação e o resgate de seus recursos naturais, e por fim, onde se promovam novas centralidades com diversidades de usos, serviços e espaços públicos seguros e ativos que favoreçam a interação social”, afirma em nota. Segundo a Prefeitura, o grande desafio do PIU do Arco Pinheiros é promover o processo de transformação urbana capaz de contribuir para integrar, articular e reforçar as potencialidades presentes nas diferentes porções do seu território, de modo a assegurar o uso mais coerente e inteligente da cidade, de sua infraestrutura e de seus recursos, perseguindo as estratégias definidas pelo Plano Diretor Estratégico (PDE). Um dos pontos discutidos é direcionar o adensamento construtivo e populacional associado à infraestrutura de transporte público e à transformação dos terrenos ociosos e subutilizados. As diretrizes de uso do solo se iniciam com uma diretriz geral que define setores de adensamento com base na proximidade da rede de transporte, na presença de projetos localizados, no grau de ociosidade dos usos atuais e na função estratégica dos locais perante a unidade de projeto. Após a definição dos novos setores de adensamento, pela diretriz geral, apresentam-se as diretrizes de uso do solo específicas para cada setor, garantindo a eles diversidade social e econômica. Histórico e parceria O Ceasa foi construído pelo Governo do Estado de São Paulo na década de 1960, quando a Lapa ainda era considerada um bairro afastado da cidade. Nos anos 1990, o espaço passou à administração da União, sob o atual nome de Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Desde que foi criado, o Ceasa/Ceagesp foi rapidamente engolido pelo crescimento da cidade, ao mesmo tempo em que viu crescer seu volume de negócios. Atualmente, passam pelo local cerca de sete milhões de toneladas de alimentos por ano, o que denota a escala regional/estadual desses serviços. A gestão da logística de abastecimento e distribuição de alimentos é de competência das três esferas do poder público, tanto que o projeto Novo Ceasa acontece em parceria entre União, Estado e Município. Dada a característica metropolitana do abastecimento, coube ao Estado, no âmbito do acordo de cooperação celebrado com a União e a Prefeitura, a realização dos estudos e a preparação da licitação, enquanto o Município coordena um Grupo de Trabalho visando estudar alternativas de ocupação do atual terreno da Ceagesp quando o entreposto for transferido para o novo local.