06/05/2021 às 21h52min - Atualizada em 06/05/2021 às 21h52min

Muros de vidro da USP estão esquecidos e ainda sem solução

A substituição dos muros da USP que separam a Cidade Universitária da Marginal Pinheiros continuam causando polêmica. O processo mediado pela Prefeitura acaba onerando a Universidade. A situação atual do muro de vidro da USP não é nada transparente, pois está sem manutenção, aberto e com vidros quebrados em vários lugares, ficando assim dúvidas sobre seu futuro. Em 2017, a Prefeitura anunciou que a estrutura de concreto entre a Marginal do Rio Pinheiros e a Raia Olímpica da USP, erguida há 22 anos, seria demolida para dar lugar a um gradil. No entanto, a medida desagradou a maior parte dos frequentadores. Segundo eles, o projeto permitiria que a poluição dos milhares de automóveis, caminhões e ônibus que circulam na Marginal invadisse o espaço, onde há diversas árvores e uma pequena fauna composta por pássaros e outros pequenos animais. Na época da inauguração, o então Prefeito João Doria argumentava que não havia investimento da cidade na obra. A Prefeitura afirmava que “o novo muro foi viabilizado por meio de parcerias com a iniciativa privada, após entendimento entre a Prefeitura e a USP, que foi a responsável pelo chamamento público dos parceiros”. A Prefeitura de São Paulo enviou nota esclarecendo que a obra não é de responsabilidade do município e já se colocou à disposição para prestar apoio técnico caso a USP julgue necessário. A Universidade de São Paulo, questionada sobre o tema, não retornou até o fechamento desta edição. Projeto polêmico Em meio aos primeiros problemas, a Gazeta de Pinheiros conversou com Nadir Mezerani. Em entrevista exclusiva,na época, o arquiteto e urbanista afirmou que “…o resultado de perícia pode indicar o caminho técnico e administrativo à USP, que conta com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em seu espaço. Considerando os benefícios pretendidos com este conceito de vedação, pode exigir a correção técnica apontada pela perícia, ou a eventual não aceitação da obra. Considerando outro tipo de vidro de segurança para atender a igual conceito de transparência, pode-se estudar material flexível, como o ‘laminado’: duas superfícies de vidros comuns com película especial plástica interna, tipo PVB (plástico poli vinil butiral) ou EVA (etileno vinil acetato). Trata-se, apenas, de informação de um material opcional para compor detalhe de outro projeto de arquitetura”, complementou Mezerani. O entorno também foi motivo de explicações do arquiteto. Apenas para versar diferentes conceitos de vedação, em outro contexto, há excelente solução ambiental com vegetação continua (“sansão-do-campo”; mimosa caesalpiniafolia), com cerca interna, adotada como exemplo, no canteiro central da Via Imigrantes. “Esta solução é esteticamente perfeita na paisagem. Além de absorver ruído, obstrui passagens de animais e feixes de luz dos veículos em pista oposta. Esta solução paisagística seria um exemplo a ser considerado para amenizar o prejudicial mar de asfalto na Via Castelo Branco entre São Paulo e Alphaville, ou em locais pertinentes aos ambientes inóspitos das Marginais”, explica.


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