22/04/2021 às 23h06min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h16min

Barulho acima do permitido de aviões de Congonhas prejudica milhões de moradores

Com dezenas de destinos e origens de voos, as novas rotas traçadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) continuam gerando conflitos com moradores da Zona Sul e Oeste. Após as mudanças repentinas e até arbitrárias quatro anos atrás, a aproximação por Moema e Campo Belo e a decolagem por Santo Amaro, Morumbi, Butantã, Pinheiros, Osasco e Taboão da Serra, acabaram aumentando ainda mais o barulho estrondoso, que interfere na vida de milhões de moradores da região. Quase 200 mil aeronaves operadas De Congonhas, partem e chegam aviões desde 1936. Atualmente, é o segundo mais movimentado nacionalmente e opera das 6h às 23h. Segundo dados da Infraero, por ano são mais de 20 milhões de passageiros e 195 mil aeronaves operadas. Aeroporto X Comunidade O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica afirma que há normatização federal que trata sobre ruídos. O instrumento legal que visa a harmonia entre o aeroporto e a comunidade é o Plano Específico de Zoneamento de Ruído (PEZR). Ele define a região no entorno do aeroporto onde não há compatibilidade do nível de ruído com o uso residencial e deve ser aplicado. Danos à saúde O barulho dos aviões pode gerar danos irreversíveis à saúde, como estresse e aumento da pressão sanguínea, problemas mais frequentes em pessoas idosas. Uma pesquisa realizada pala ‘Escola de Saúde de Harvard’, nos Estados Unidos, indica que o volume do tráfego de aeronaves é considerado alto quando ultrapassa 55 decibéis, dez níveis acima do índice permitido pela ‘Lei do Psiu’ na cidade de São Paulo. De acordo com o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) 161, o operador do aeródromo em questão deve possuir uma Comissão de Gerenciamento de Ruído Aeronáutico, cujo objetivo é “estudar, propor e implementar, no seu âmbito de atuação, medidas para mitigar o impacto do ruído aeronáutico no entorno de seu aeródromo sempre que identificar atividades incompatíveis com o nível de ruído previsto no PZR”, e, além disso, deve realizar projeto de monitoramento de ruído, de forma a analisar e encontrar soluções para sua mitigação. ANAC e DECEA não respondem A Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), nunca responderam as reclamações dos moradores, após as mudanças de rotas das pistas 1 e 2 de Congonhas, em 2018. Também não justificaram as razões dos aviões decolarem e ligarem agora as suas turbinas ao máximo, com altura menor e barulho acima de 55 decibéis, sobre os bairros de Santo Amaro, Morumbi, Panamby, Real Parque, Vila Sônia, Jardim Guedala, Pinheiros, Butantã e até os municípios de Osasco e Taboão da Serra. O mesmo acontecendo do outro lado, na Serra da Cantareira, quando utilizam a outra pista. Mapeamento A análise dos possíveis problemas decorrentes do ruído aeronáutico envolve a ANAC, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e os operadores dos aeródromos abrangidos, entre outros. Desta forma, é realizado um mapeamento das solicitações/reclamações relacionadas com ruído aeronáutico em uma determinada região, de maneira a permitir a tomada de ação pelos diversos envolvidos. Esse apontamento, observação ou reclamação pode ser feito por meio do acesso ao endereço eletrônico https://sistemas.anac.gov.br/pesquisas/index.php/935953?lang=pt-BR.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://gazetadepinheiros.com.br/.