15/04/2021 às 22h24min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h16min

Álcool, heroína, meritocracia e o assistencialismo de fachada do governo indiano

Em 2010, o empresário Balram Halwai (Ashok Sharma) enviou um e-mail ao premier chinês Wen Jiabao, relatando numa autobiografia, que as subclasses indianas estão presas a estado perpétuo de servidão, equiparado a galinhas em um galinheiro.Tigre Branco, original da Netflix, do mesmo diretor de Fahrenheit 451, indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, é uma mistura dos longas: Parasita, Roma, de Alfonso Cuarón, e, Que Horas Ela Volta? Na trama em flashbacks, um superdotado comparado a um tigre branco (único em cada geração) é doutrinado pela narrativa socialista desde o berço, acreditando que apenas políticos e criminosos têm mobilidade social. Logo, sem o apoio dos parentes mau-caráter, o jovem Balram (Adarsh Gourav) arruma emprego de motorista na casa da família pertencente à casta mais alta do país. Em pouco tempo, o dedicado serviçal que invejava os ricos até ficar rico, descobre que o atual governo liderado por sua admiradora, denominada “A Grande Socialista” (Swaroop Sampat), é abastecido de propinas. Educado a servir sem contestar o patrão “cegonha” (Mahesh Manjrekar), Balram estabelece uma relação de amor e ódio com o filho Ashok (Rajkummar Rao) e sua bela esposa, Pinky (Priyanka Chopra Jonas), almejando na verdade estar no lugar deles. Em oposição ao mau exemplo do Tigre Branco, temos a trajetória real do caipira mirim que saiu do Kentucky para chegar a Ohio, a fim de conquistar o sonho americano, honestamente. A árdua jornada foi valorizada pelos entraves da mãe, Bev (Amy Adams), incapaz de cuidar dele e da irmã, Lindsay (Haley Bennett). Por esse motivo, o pré-adolescente J.D. Vance (Owen Asztalos) teve de ser amparado pela avó, Mamaw, conselheira pontual fundamental, cuja atuação rendeu a indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante a Glenn Close. Mais tarde, em 2016, apesar do vício da mãe em heroína ainda ocupar grande parte do seu tempo, o jovem meritocrático (agora interpretado por Gabriel Basso), não desviou da meta, conseguindo a sonhada vaga para se formar em Direito na antológica universidade de Yale, construída em 1640, onde se formaram cinco presidentes americanos. Era Uma Vez Um Sonho da Netflix foi dirigido por Ron Howard, de Uma Mente Brilhante e Han Solo - Uma História Star Wars. O trecho da obra: Missionários da Luz, psicografada por Chico Xavier, resume com perfeição a ideia da boêmia comédia tragicômica dinamarquesa, indicada ao Oscar de Melhor Filme Internacional e Melhor Direção, de Thomas Vinterberg (A Caça): “doses mínimas de álcool intensificam o processo digestivo e favorecem a diurese, mas o excesso é tóxico destruidor”. Nesse sentido, quatro professores insossos que foram grandes amigos de infância, baseado numa teoria científica de que nascemos com uma defasagem alcoólica no organismo, começam a tomar o equivalente a um cálice de vinho ao acordar. A experiência, no mínimo curiosa, devolve-lhes a alegria de viver, enterrada no passado longínquo, gerando efeitos imediatos altamente positivos no trabalho e na família. Empolgados, Martin (Mads Mikkelsen),Tommy (Thomas Bo Larsen), Peter (Lars Ranthe) e Nikolaj (Magnus Millang), decidem logo aumentar a dose gradativamente até perderem o controle... “As paixões são como um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa. Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a deixais de governar, e quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para outro” (Livro dos Espíritos). Druk - Mais uma Rodada está disponível no Now.


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