11/03/2021 às 21h10min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h18min

Com exames preventivos e pré-natal cauteloso, é possível ter uma gestação saudável após um aborto e aguardar o desejado bebê arco-íris

O que esperar de uma gestação ocorrida após um aborto espontâneo? O medo de perder novamente um bebê acomete muitas famílias – e essa situação não é difícil de acontecer. Abortos de repetição, infelizmente, são comuns – e as causas podem variar de alterações genéticas, endocrinógicas e metabólicas a trombofilias, conforme explica Dra. Mariana Rosario, ginecologista e obstetra. “O abordo pode ocorrer por diferentes causas e em momentos distintos da gestação. Às vezes, nem sequer conseguimos identificar a causa, mas é preciso investigar quando ele acontece repetidamente”, diz ela. É considerado um aborto a interrupção natural da gestação de até 22 semanas, com o feto pesando até 500 gramas. Muitas mulheres perdem o bebê antes mesmo de saber que estão grávidas – a chance de ocorrer um aborto nas primeiras semanas gestacionais é de 40%. Abortos de repetição, por sua vez, são perdas ocorridas por três ou mais vezes consecutivas. Março é considerado o Mês Mundial de Conscientização da Gestação Após a Perda. Essa campanha foi criada para que as famílias buscassem ajuda para não enfrentarem um segundo aborto. “É traumático perder um bebê e muitas famílias demoram um bom tempo para lidar com esse luto. Tanto é que o bebê que vem após a perda, de tão desejado, é chamado de bebê arco-íris, aquele que trará esperança e ressignificação à família após um período de tempestade”, comenta a médica. Para que se entenda melhor, algumas situações são propensas a causar abortos: Alterações genéticas Existem situações em que o feto sofre alterações genéticas e o aborto ocorre. As mais comuns são duplicações, trissomias ou perdas de cromossomo inteiro ou parte dele nas células do feto. Essa situação é comum, também, em casos de fertilização, sendo necessária a realização de análise genética do embrião. Quando os pais têm alteração genética, podem existir situações chamadas de incompatíveis com a vida, então, ocorre o aborto. Apenas após o primeiro aborto é que é possível realizar testes genéticos nos pais para que se descubra alguma alteração. Alterações endócrinas ou metabólicas Problemas de saúde maternos podem impactar não apenas a mãe, mas o bebê. Diabetes, Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), insuficiência lútea, aumento considerável da prolactina e distúrbios da tireoide podem levar à perda fetal. Por isso, é preciso que, antes da concepção, a mulher seja tratada. Problemas imunológicos Toda gestante é imunologicamente suprimida, para que seu organismo não ataque o bebê, um corpo estranho. Porém, uma falha pode ocorrer e haver rejeição ao feto, acontecendo uma resposta imune protetora. Malformações uterinas Existe uma série de malformações uterinas que podem impedir a implantação do embrião ou seu correto desenvolvimento. Estilo de vida e hábitos pouco saudáveis Tabagismo; uso de drogas; consumo de álcool; obesidade; sedentarismo, uso indiscriminado de medicamentos e tudo o que se traduz em maus hábitos pode contribuir para o aborto. Inclusive, o pai tem papel importante neste quesito: a qualidade do espermatozoide – que é prejudicado por esses fatores – está associada ao aborto de repetição. “Por tudo isso, é imprescindível que sejam realizados exames para diagnóstico de possíveis alterações e um pré-natal adequado. O sonho de ter um bebê pode ser realizado sem traumas e também é preciso pensar na saúde da mulher, física e emocional, que precisa ser preservada”, finaliza Dra. Mariana Rosario. Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979


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