09/11/2018 às 17h49min - Atualizada em 05/05/2021 às 10h03min

Tratamento para câncer pode deixar homem estéril

Receber o diagnóstico de uma doença tão grave, caso do câncer de próstata, não é fácil para ninguém. O primeiro pensamento é concentrar suas energias para livrar-se dela. Dificilmente se leva em conta outras consequências, como, por exemplo, a preservação da fertilidade. São poucos os oncologistas que alertam os pacientes sobre a possibilidade de ficar estéril, temporariamente ou em definitivo, em função do tipo de câncer e dos tratamentos, como cirurgia, radioterapia e quimioterapia. No entanto, isso ocorre com muita frequência e há formas de garantir a chance de ter um filho no futuro. Várias pesquisas indicam que menos de 20% dos homens com câncer, em idade fértil, receberam orientação sobre a possibilidade de infertilidade e as técnicas que estão à sua disposição para permitir que sejam pais após o tratamento. Segundo o Dr. Edson Borges Júnior, especialista em reprodução humana assistida e diretor científico do Fertility Medical Group, metade das pessoas que passam por tratamentos contra o câncer ficam estéreis. “O tumor é um tecido que se divide rapidamente. Os tratamentos das neoplasias, como radioterapia e quimioterapia, atingem não apenas estas células, mas todas as outras, inclusive as reprodutoras”, explica ele. Uma pesquisa feita pela entidade, com 98 homens, mostra que os pacientes que escolhem congelar o sêmen para preservar a capacidade de reprodução têm, em média, 33 anos. E o tratamento contra o câncer é o principal motivo que os leva a utilizar a técnica. Os tipos de câncer mais comuns no sexo masculino são os de próstata, testículo, Linfoma de Hodgkin e as leucemias. Com a detecção precoce, o avanço da medicina e das novas técnicas de tratamento, as taxas de sobrevida e de cura são cada vez maiores, chegando a 90%. Mas vale lembrar que um terço deles terá infertilidade permanente. A preservação da possibilidade de ter filhos por reprodução assistida no sexo masculino é bem mais fácil do que na mulher. Após a puberdade, consiste apenas na masturbação (método não-invasivo), de preferência em várias amostras, e criopreservação (congelamento) do sêmen, antes do início do tratamento contra o câncer. Se, por alguma razão, o homem não conseguir ejacular, os espermatozoides podem também ser retirados diretamente dos testículos, com uma simples agulha ou uma pequena cirurgia. No caso de crianças, que ainda não ejaculam, a única forma é o congelamento de fragmentos dos testículos. O sêmen é congelado a -196oC e armazenado por tempo indeterminado. Fonte: Dr. Edson Borges Jr., da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida ( SBRA)


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