11/09/2020 às 19h13min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h24min

“Usina São Paulo” no Rio Pinheiros será espaço de lazer da iniciativa privada

Antiga “Usina da Traição”, a “Usina São Paulo” foi concedida à iniciativa privada com ágio de 1.900%. A revitalização do equipamento e de todo o seu entorno é um dos eixos do Programa “Novo Rio Pinheiros”, que prevê remodelação do complexo e implantação de áreas de convivência, comércio e escritórios. O consórcio denominado Usina São Paulo apresentou a proposta vencedora no valor de R$ 280 milhões. O certame foi conduzido pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae).   Projeto ambiental “Este é mais um passo dentro de um grande projeto ambiental e de cidadania do Governo de São Paulo. A transformação deste símbolo da cidade já começou”, comemora o Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido. O prazo de concessão estabelecido no edital vai até novembro de 2042. A remuneração pela concessão será composta de parcelas mensais fixas e variáveis, calculada em percentual do faturamento bruto do empreendimento. “O resultado do processo demonstra o potencial desse projeto e a decisão acertada do governador do Estado de revitalizar o rio Pinheiros”, afirma o presidente da Emae, Marcio Rea.   Consórcio de empresas O Consórcio Usina São Paulo é formado pelas empresas Kallis Administração e Participações Eireli, Nacional Shopping Planejamentos e Reestruturação de Shopping Center Ltda. e Concessões e Participações BR Ltda.   Módulos A concessão abrange três espaços com vocações distintas que somam 29,8 mil m². A implantação do projeto será realizada em sete módulos, com previsão de conclusão dos quatro primeiros até o primeiro semestre de 2022. Módulo 1 – Espaço B: Requalificação das quatro faces da fachada da Usina, que totalizam uma área de aproximadamente 7.200 m², a fim de modernizar o edifício. Estudos realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) comprovam a capacidade de utilização da parte superior do edifício para construção dos equipamentos previstos. Módulo 2 – Espaço B: Está previsto o aproveitamento da parte superior da usina para implantação de restaurante, bar ou lanchonete e mirante, aberto permanentemente ao público, numa área de 1.939 m². Módulos 3, 4 e 5: Implantação de acessos para veículos e pedestres à área e na parte superior da usina. O módulo 3 prevê um acesso de veículos pela margem oeste do rio e a criação de um estacionamento descoberto, asfaltado e arborizado com área de 4.000 m². Já o módulo 4 contempla a implantação de acessos à cobertura da usina a partir das margens leste e oeste que deve contar com dois acessos com escadas e elevadores, uma em cada margem do rio. O edital também prevê a construção de passarelas para pedestres e bicicletas, visando facilitar a chegada do público aos espaços comerciais do Complexo Usina São Paulo. Denominado módulo 5, as passarelas devem ligar a estação Vila Olímpia da CPTM e a Praça do Cancioneiro ao empreendimento, após a obtenção de autorização dos órgãos responsáveis. Inicialmente os pedestres poderão utilizar os acessos já existentes para a ciclovia, bem como a passarela de pedestres e bicicletas que liga a av. Nações Unidas à ciclovia, também perto da estação Vila Olímpia da CPTM. Módulo 6 (Espaço C): Um grande espaço comercial deve ocupar a área de 9.891 m² que fica ao lado da Usina São Paulo, na margem leste do rio Pinheiros (espaço C). O aproveitamento consiste na requalificação (retrofit) dos edifícios existentes ou sua ampliação com a utilização do espaço livre central da área. Com esse retrofit, o local deve ganhar lojas, lanchonetes e restaurantes – com praça de alimentação –, museu e salas-escritórios. A área não edificada deverá ser requalificada para lazer, com tratamento paisagístico e isolamento dos espaços operacionais existentes. Para o sétimo módulo, está prevista a implantação de espaços comerciais na margem oeste do rio Pinheiros, além do acesso de veículos e estacionamento que fazem parte do módulo 3. Deverá abrigar áreas de contemplação e decks para instalação de lanchonetes e quiosques para apoio aos visitantes. Módulo 7 (Espaço A): Neste módulo, está prevista a implantação de um edifício com pavimento para a instalação de espaços comerciais na margem Oeste do Canal Pinheiros, utilizando a área de aproximadamente 3.000 m², atualmente destinada à subestação. Está programada também a construção de um deck para contemplação e praça de alimentação.   Bloqueio Em março, o Grupo 1 de Jornais já tinha divulgado o projeto de Concessão, quando o mesmo foi barrado pelo Tribunal de Contas. Agora, com a nova etapa, a ideia é criar áreas de convivência no entorno do rio, inspirado em Puerto Madero, na Argentina. No local devem ser implantados um mirante, bares, lanchonetes, escritórios e lojas, além de serem instaladas passarelas para pedestres e bicicletas.   Histórico A Usina Elevatória de Traição ou Usina de Traição, construída sobre o rio Pinheiros é localizada perto da Ponte Engenheiro Ari Torres, foi inaugurada em 1940 para aumentar a capacidade de geração de eletricidade da Usina Hidrelétrica Henry Borden, localizado no sopé da Serra do Mar, em Cubatão. A usina, mantida pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), foi batizada com esse nome devido à sua proximidade ao Córrego da Traição. O objetivo da usina era acabar com as inundações, canalizar as águas e direcioná-las para a Represa Billings, invertendo o sentido das águas dos rios Tietê e Pinheiros, para serem encaminhadas à Usina Elevatória de Pedreira, construída em 1939. Atualmente a usina serve no controle de enchentes. A usina faz parte de um extenso projeto de alteração hidrográfica, sendo diretamente responsável por reverter o curso do rio Pinheiros, que passa de afluente do Tietê para um canal que conduz água para a represa Billings, de acordo com seu estado de funcionamento. O antigo nome vem por estar localizada próxima a um córrego de mesmo nome, Traição, à época de sua construção.


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