Conhecido como um dos cartões postais da região, a Praça Pôr do Sol permanece cercada para evitar supostas aglomerações em relação à expansão da Covid-19, apesar de quase cinco meses inativa e pagando alto valor de aluguel pelo cercamento de cunho duvidoso. A população local questiona datas para a possibilidade de reabertura. A Prefeitura, entretanto, não informa e afirma estudar o caso. Um dos mais tradicionais pontos de encontro da região, a Praça Pôr do Sol tem este nome por estar em um local de privilegiada localização. Em um dos pontos mais altos da Vila Madalena, de seu terreno é possível apreciar o final de tarde e passar momentos agradáveis com amigos e familiares. Entretanto, quando a Covid-19 chegou, uma das primeiras medidas da Prefeitura foi o fechamento do local com tapumes, em decisão polêmica, caríssima e muito contestada pela comunidade. A justificativa foi o fortalecimento do isolamento social. Moradores locais, entretanto, perguntam quando ocorrerá a reabertura do local “Alguém sabe quando vão reabrir a Praça Pôr do Sol? Ou será que estão esperando para implementar as regras de praça fechada, cercada com grades e com horário de funcionamento?” – C.M. “A região ficou bem mais tranquila! Estava superlotada de pessoas de fora do bairro, drogas e ambulantes. Espero que não volte a ser o que era antes. Eu sou especialista Imobiliária, e até valorizou o entorno.” – B.S. “Acho que a praça deve reabrir, sim. Sou a favor e já devia ter aberto. Com mais segurança, sem ambulantes e gente drogada rolando na grama.” – T.S. “Muito triste uma praça fechada.” – C.M.M. “O problema é que o povo não respeita. Outro dia vi até piquenique na calçada da Praça Pôr do Sol.” – A.M.I. “A pandemia já acabou a ponto de voltar as aglomerações que a praça atrai por volta da hora do pôr do sol? É preciso haver segurança para a saúde dos frequentadores e isso ainda não há, visto que é um local que atrai aglomerações.” – A.M.M.C. “É um absurdo essa praça linda e fechada!” – C.G. “São Paulo tem que ficar na fase amarela por 4 semanas.” – E.G.L. Sem data e com custos altíssimos gerados pela SPTuris Nenhuma data, porém, está marcada para o reencontro da população com o local. A Prefeitura de São Paulo já autorizou a reabertura de alguns parques na cidade, como o Ibirapuera e o Villa-Lobos, por exemplo. A Praça Pôr do Sol está fechada com tapumes desde abril, com pagamento de locação mensal acima do mercado. A SPTuris foi demandada via contrato com a SMTur para fornecimento de placas metálicas de fechamento e seguranças para que o local fosse fechado por dois meses, no período de 9 de abril de 2020 a 7 de junho de 2020, sendo prorrogado pela primeira vez até 31 de julho de 2020, e posteriormente até 31 de agosto de 2020. E agora, sabe-se lá até quando ou dos interesses dos locadores dos tapumes, já que orçamentos feitos pela comunidade não atingiam nem 20% deste total. A soma dos custos até o final de agosto ultrapassa R$ 1.300.000, de acordo com as informações passadas pela Prefeitura, como mostra a tabela. 1 – De 09/04/2020 a 08/05/2020 – Valor R$ 233.058,50 2 – De 09/05/2020 a 07/06/2020 – Valor R$ 219.074,16 3 – De 08/06/2020 a 30/06/2020 – Valor R$ 168.138.96 4 - De 01/07/2020 a 31/07/2020 - Valor R$ 226.425,36 5 - De 01/08/2020 a 31/08/2020 - Valor R$ 226.425,36 6 - De 01/09/2020 a 30/09/2019 - Em execução A Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais entrou em contato com o vereador Gilberto Natalini para ouvi-lo sobre o tema. Gazeta de Pinheiros - Qual é a posição do vereador sobre o fechamento da Praça Pôr do Sol? Gilberto Natalini - Sabe-se que a Praça Pôr do Sol, por ser um cartão postal da cidade, atrai muita gente. No momento atual, de combate ao coronavírus, sou a favor de buscar evitar aglomeração de pessoas e preservar a saúde da população, mas continuo achando que poderiam ter sido consideradas por parte da Prefeitura outras medidas, menos extremas, mais rápidas e econômicas para impedir o acesso das pessoas na Praça Pôr do Sol. O fechamento da praça, assim como foi feito, demandou um volumoso custo aos cofres públicos. GP - Quais são as razões para a manutenção dos tapumes? GN - De acordo com a resposta que tivemos, a previsão da Prefeitura era que o local fosse fechado por apenas dois meses, sendo prorrogado até 31 de julho de 2020. Porém, estamos em setembro e o tapume continua lá. Provavelmente, a razão da manutenção dos tapumes é a pandemia, que não acaba. Infelizmente, isto vai custar mais caro do que pensávamos. Ao invés de gastar cerca de R$ 200 mil por mês, acredito que bastava uma boa campanha educativa, uma sinalização adequada no local, acompanhado de melhor reforço policial e monitoramento da praça. GP - O custo (cerca de R$ 200 mil por mês) é justificado? GN - Não, a previsão de verba pública empenhada para o cercamento temporário da Praça Pôr do Sol é mais de R$ 800 mil. Estamos em plena crise econômica, é injustificável gastar esse valor no momento como o que estamos vivendo.
