04/09/2020 às 22h59min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h24min

Pernilongos continuam infestando a região

Moradores locais continuam reclamando do número de pernilongos que tomam a região. A Prefeitura informa que fez ações recentemente nos locais informados. O Governo do Estado afirma que o Programa Novo Rio Pinheiros deve amenizar a questão.   Transmissão de doenças Visitas não desejadas, os mosquitos e pernilongos têm se aproveitado do tempo seco para invadir os lares da região. Além do incômodo visual, o assunto pode ser um problema maior se levarmos em conta que são insetos transmissores de doenças.   Prevenção As casas e condomínios têm um papel importante na prevenção, eliminando fontes de água parada, como calhas, pneus e vasos. Além disso, é preciso cuidar das piscinas e caixas d’água. Em caso de proximidade com terrenos baldios, também é importante notificar a Prefeitura para que seja feito um trabalho preventivo. Porém, cabe também ao Executivo cuidar de áreas públicas. O Rio Pinheiros atrai muito desta infestação. De acordo com a população do Alto de Pinheiros, Butantã, Santo Amaro e Morumbi, a presença de pernilongos é alta no local, mesmo em época de frio. A situação piora no calor.   Depoimentos “Queria só compartilhar com os vizinhos que os pernilongos vieram com fome já no inverno. Imagina no verão? Eles estão à solta no bairro!” – J.C.   “Como evitar essa praga? Crianças pequenas estão sendo devoradas!” – V.R.   “Eles detestam vela de citronela! E a sala fica charmosa!” – B.R.   “Impressionante! O que está acontecendo?” – B.M.   “Deve ser do Rio Pinheiros.” – S.T.M.   “O pior é o medo de pegar Dengue.” – A.K.   “É um exército incontrolável! Está terrível!” – S.P.   “Duas semanas de pernilongos. Insuportável. E eles não morrem com o inseticida!” – C.D.   “Vamos todos reclamar no 156, quem sabe fazem algo! Saudades do ‘fumacê’ do Jânio Quadros...” – M.B.   Rio PinheirosGazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais falou com Maria Anice Mureb Sallum, professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). De acordo com a especialista, o fenômeno acontece por causa da falta de saneamento ambiental, especialmente pelo fato de o Rio Pinheiros receber elevada quantidade de esgoto in natura e ter sido transformado em “lagoa de estabilização”. As margens são sujas, com plantas que facilitam o desenvolvimento das fases iniciais de vida do pernilongo doméstico e oferecem abrigo aos adultos, machos e fêmeas. O pernilongo doméstico é o único mosquito que sobrevive às condições extremamente poluídas do rio, não tendo nem predadores nem competidores. Ali ele é o “rei” e prolifera sem dificuldade, inclusive com fontes de sangue abundantes nas margens (roedores) e áreas no entorno do rio (humanos, roedores, cachorros etc.). De acordo com o Governo do Estado, os trabalhos de melhoria da qualidade das águas no programa Novo Rio Pinheiros devem contribuir para a diminuição da proliferação dos pernilongos, já que o Culex quinquefasciatus se reproduz em águas sujas. Ao longo do projeto, iniciado em meados de 2019, a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) vem fazendo o desassoreamento (aprofundamento), a remoção de resíduos sólidos e de vegetação aquática, bem como a roçagem e limpeza das margens e taludes. Ainda sobre as obras do Novo Rio Pinheiros, a Emae informa que, somente com desassoreamento e desaterro, foram feitas, até o momento, mais de 34 mil viagens de caminhão basculante. Sobre o lixo flutuante, já foram retiradas mais de 12 mil toneladas de resíduos.   Fumacê A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), informa que na semana de 24 a 28 de agosto foram coletadas formas imaturas e mosquitos adultos na região de Pinheiros. A pasta afirma que realiza atividades de monitoramento e controle preconizadas pelo Programa de Controle do Culex no Rio Pinheiros. A Unidade de Vigilância em Saúde (Uvis) Lapa/Pinheiros tem realizado ações de fumacê para combate aos mosquitos por meio de Ultra Volume Baixo (UBV) veicular em toda a região, próximo ao Jardim Paulistano. A aplicação de inseticida por meio de termonebulização vem ocorrendo desde o início de agosto e continuará nas próximas semanas, cumprindo todos os critérios técnicos do programa, segundo o Executivo. Dentre as ações preventivas realizadas estão monitoramento quinzenal de todos os córregos pertencentes à área de abrangência da região, envio de relatórios mensais à Divisão de Vigilância em Zoonoses e à Subprefeitura local, solicitação de manutenção e limpeza de bueiros e galerias, vistorias nos endereços solicitados, mapeamento e diagnóstico de área, com o cruzamento de informações obtidas em vistorias e aplicação de inseticida em áreas delimitadas. Segundo a Prefeitura, a equipe técnica responsável está em constante contato com a Associação AME Jardins, que foi informada de todas as ações desencadeadas, não só no referido período, bem como ações já programadas nos locais onde houve relato de aumento da presença de mosquitos adultos.


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