14/08/2020 às 20h31min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h25min

Projeto da Ciclovia Rebouças continua sendo criticada por moradores e até pela Ciclocidade

Moradores locais demonstram sua opinião sobre a implementação da ciclovia na avenida Rebouças. Ativistas de movimentos cicloviários também apontam problemas no projeto e vícios na obra que colocará em risco todos os ciclistas e até pedestres. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) responde sobre a reportagem e avenida Jornalista Roberto Marinho também começa a receber obras para instalação de malha cicloviária.   Moradores locais refletem sobre as obras “Não entendo esse fascínio por ciclofaixa em uma cidade que não comporta...” – M.L.G.   “O que a cidade não comporta é o trânsito de automóveis, ocupando 12 m² por veículo, muitas vezes com uma pessoa dentro. Ao contrário do que você pensa, a ciclovia desafoga o trânsito. Na próxima vez que você estiver por perto de uma, imagine se todas aquelas pessoas nas bicicletas estivessem usando um carro.” – A.F.   “Não há respeito aos pedestres por parte da maioria dos ciclistas e junto com os motociclistas, não respeitam o farol vermelho, ultrapassam as faixas de segurança. Um verdadeiro terror sobre duas rodas! Ainda mais que nem têm como serem identificados e punidos, pois não possuem placas nem nada que os identifique. Um verdadeiro absurdo! Em tempo, o jornal Gazeta de Pinheiros é excelente e defende os moradores de Pinheiros e Vila Madalena!” – G.D.   “Típica matéria elitista e higienista trazendo a bicicleta como um possível vilão para o trânsito da Rebouças, como se ela já não fosse um problema há anos. Vai ter ciclovia sim!” – C.R.   “A Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo – Ciclocidade em seu boletim de agosto, em artigo escrito por Giuliana Pompeu, também crítica a Prefeitura no projeto da Ciclofaixa Rebouças (saiba mais nessa reportagem)” – S.A.   “Espero que com a ciclofaixa, o trânsito na Rebouças diminua. Hoje, na av. Faria Lima, há muita adesão de ciclistas e até trânsito na ciclovia. Com essas pessoas nos carros, o trânsito seria ainda pior. O problema do trânsito é o excesso de carros, não de bikes.” – M.S.   “Realmente a ciclofaixa da Faria Lima foi bem projetada e não influencia o trânsito. O que vejo nessa avenida, que muito me entristece, são as infrações cometidas pelos ciclistas. Muitos não usam a ciclofaixa, furam todos os faróis vermelhos e fazem conversões proibidas. Falo porque uso a avenida todos os dias.” – M.L.G. “ Se os carros fossem a solução, SP não seria esse caos. Transporte público e mobilidade urbana, o transporte público sozinho não resolve nada. É uma visão muito egoísta acreditar que a apenas os motoristas têm o direito de se locomover, quando na verdade é perfeitamente plausível a convivência mútua entre diferentes tipos de transporte. Fora que, quanto mais bicicletas, menos carros na rua, e o transporte público ficará um pouco mais vazio. Logo, todos ganham.” – J.M.   “Só se vê absurdo! Uma ciclofaixa na Rebouças!” – A.P.F.   “O Departamento de ideias idiotas não para de criar.” – S.B.B.   “Acredito que nossos políticos sejam marcianos e não conhecem nada de São Paulo. Descem aqui de paraquedas de vez em quando.” – T.A.   “Caos!” – S.G.   “Primeiro deveriam arrumar as ruas para só depois fazer as ‘benditas’ ciclovias”. – H.A.   “A Rebouças é um lugar bem estudado, essencial para a ligação da Faria Lima com a Paulista. Não haverá supressão de faixas de rolamento e a avenida ganhará uma opção democrática de deslocamento seguro. Só vantagens, ao contrário do que afirma a matéria.” – G.Q.   “Ótima notícia. Mais segurança para os ciclistas.” – L.G.   Ativistas fazem apontamentos sobre ciclovia A Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo – Ciclocidade em seu boletim de agosto, em artigo escrito pela ativista Giuliana Pompeu, também critica a Prefeitura no projeto da Ciclofaixa Rebouças, por ela ser insegura para os ciclistas e ter vários equívocos na implantação, sem ouvir especialistas no assunto. Giuliana afirma que a implementação da ciclovia poderia ter servido de oportunidade para a Prefeitura conectar pontos da malha cicloviária. O texto ainda informa que a entidade pretende criar um grupo para acompanhar e procurar trazer melhorias ao projeto. Veja alguns trechos da matéria: “Apesar de reconhecermos a urgência e importância dessa estrutura para os ciclistas, ressaltamos que o projeto produzido pela atual gestão perde uma oportunidade de ouro de aproveitar o potencial civilizatório de uma ciclofaixa para todo o tráfego da avenida. A ciclofaixa será inserida como política isolada e não integrada a uma política robusta de acalmamento de tráfego, com redução do limite de velocidade; nem mesmo a uma reorganização de fluxos e cruzamentos já conflituosos, como é, por exemplo, o encontro da Rebouças com a al. Santos e a rua da Consolação. A Ciclocidade gostaria de contribuir mais com o plano da Prefeitura, que apesar de fruto de muito discussão, está sendo implementado sem plena transparência e com decisões unilaterais por parte da Prefeitura. Trechos de ciclofaixa com largura inadequada (menor que a mínima segura de 1,2 metro) após r. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar e altura da r. João Moura, com 1 metro de largura, muito inadequada. Pode-se antecipar em uma quadra o fim da terceira faixa de veículos para manter a ciclovia com largura mínima de 1,20m. Ao todo são seis trechos críticos, além dos dois acima apresentados. É preciso reduzir conflitos com veículos em todas as conversões da Rebouças para ruas transversais, reforçando a preferência dos ciclistas sobre o veículo que vai fazer a conversão.”   Avenida Jornalista Roberto Marinho A Prefeitura começou as obras de implantação da ciclofaixa da avenida Jornalista Roberto Marinho. A nova estrutura cicloviária terá 4,8 km de extensão, entre as avenidas Luiz Carlos Berrini e Pedro Bueno. Haverá conexão com o Parque Municipal do Chuvisco, com a ciclovia da Berrini, a futura ciclofaixa da Pedro Bueno, a atual estação Campo Belo da Linha 5 – Lilás do Metrô e com as futuras estações do monotrilho da Linha 17 –Ouro. A obra da ciclofaixa da Roberto Marinho começará com fresagem e recape, no trecho inicial da avenida Luiz Carlos Berrini, próximo à Ponte Octavio Frias de Oliveira, no sentido Jabaquara, junto à calçada. Após a aplicação do novo asfalto em toda a extensão, será feita a reforma de guias e sarjetas. Posteriormente, o sentido Marginal Pinheiros da avenida passará pelas mesmas intervenções para implantação da ciclofaixa. A última etapa é a aplicação da sinalização que inclui pintura, tachões e placas, que garantirão a segurança dos ciclistas. A previsão é de que a obra tenha duração de 60 dias.   CET responde “A ciclofaixa da Avenida Rebouças irá aumentar a segurança dos ciclistas que já circulam pela avenida e hoje não possuem espaço exclusivo, além de ser a primeira conexão cicloviária entre a zona oeste (ciclovias da avenida Faria Lima e da avenida Brasil/rua Henrique Schaumann) e o Centro (ciclofaixa da rua da Consolação), possibilitando também a conexão com as estações de metrô existentes nessas vias e terminais de ônibus das respectivas regiões. A ciclofaixa da avenida Rebouças foi elaborada a partir de estudos técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e sua implantação foi debatida com a população na elaboração do Plano Cicloviário da Cidade de São Paulo, quando foram realizadas 10 oficinas participativas organizadas pela CET e pela Câmara Temática da Bicicleta (CTB), sucedidas por 10 audiências públicas. O processo participativo, contendo tanto as atas das audiências públicas quanto o material produzido pelas oficinas participativas, pode ser consultado na página "Bicicleta" da CET (http://www.cetsp.com.br/consultas/bicicleta.aspx). Até o fim de 2020, serão 173,5 km de novas conexões (privilegiando a integração de trechos preexistentes e com a rede de transporte público) e 310 km de requalificações. Dessa forma, a capital paulista terá uma malha cicloviária de 676 km (atualmente, são 503 km). Já foram concluídos e entregues 139 km de requalificações de ciclovias e ciclofaixas. O total de conexões entregues soma 16 km de novas ciclovias e ciclofaixas. Já foram entregues conexões importantes em todas as regiões da cidade, nas avenidas Ricardo Jafet, Henrique Schaumann, Jacu-Pêssego e Engenheiro Caetano Álvares. Estão em andamento obras de implantação de estruturas cicloviárias na Avenida Rebouças, Waldemar Tietz, Jornalista Roberto Marinho, Domingos de Morais e Vila Jaguara”.


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