27/07/2020 às 15h43min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h27min

Desmatamento continua na zona sul

Nas últimas semanas, inúmeras ações contra a natureza foram flagradas na zona sul. A região possui fragmentos de vegetação nativa de Mata Atlântica. Levantamento indica que 1,2 milhão de árvores foram mortas apenas no município de São Paulo nos últimos seis anos. Uma equipe da Inspetoria de Defesa Ambiental Capivari Monos, em atendimento ao protocolo da Central de Telecomunicações (Cetel) na região de Parelheiros, flagrou, no dia 7, três homens com uma máquina retroescavadeira realizando desmatamento de área ambiental, derrubando diversas árvores para abrir loteamento. A ocorrência foi apresentada na delegacia de Crimes Ambientais, e a subprefeitura de Parelheiros foi contatada para apreender a retroescavadeira.   Estrada do Paiolzinho Durante ronda no Jardim América, no dia 8, uma equipe da Guarda Civil Metropolitana (GCM) recebeu denúncia de desmatamento na rua Demerval da Silva Pereira com a Estrada do Paiolzinho. Os agentes se deslocaram até o local e visualizaram o maquinário que estava sendo utilizado na movimentação da terra. Uma retroescavadeira estava abrindo uma rua, derrubando espécies arbóreas exóticas e nativas da região. Dois homens que estavam no local foram abordados, e os guardas perguntaram se eles tinham autorização do órgão competente para a execução do serviço. Após a negativa, os indivíduos receberam voz de prisão por desmatamento em área irregular. Os homens foram conduzidos a delegacia especializada, para serem enquadrados pelo delegado na Lei 9.605/98, por destruir ou danificar floresta – ART. 38   Combate ao desmatamento A Subprefeitura Cidade Ademar realizou no dia 10 mais uma operação de combate ao desmatamento e construção ilegal na Alameda do Ciprestes. Durante a ação, uma equipe da GCM Ambiental flagrou a movimentação de terra, supressão de exemplar arbóreos e edificações ilegais. A Subprefeitura local promoveu o desfazimento da construção irregular.   Estudo mostra corte de mais de 1 milhão de árvores Levantamento indica que 1,2 milhão de árvores foram mortas apenas no município de São Paulo nos últimos seis anos. Sem a cobertura vegetal nas áreas mais afastadas da zona sul, leste e norte da cidade, nascentes são aterradas e cursos de água e córregos deixam de existir, o que compromete os mananciais de água que abastecem principalmente as represas da Guarapiranga e Billings, responsáveis pelo fornecimento de água a grande parte da população da Região Metropolitana de São Paulo. Esta é uma das conclusões do dossiê “A Devastação da Mata Atlântica no Município de São Paulo” (2ª Edição, 454 páginas), cujo lançamento foi feito pelo Vereador Gilberto Natalini (PV-SP). O documento traz 160 áreas desmatadas. Ao todo, 7,2 milhões de metros quadrados de florestas paulistanas já foram ao chão. Uma área ainda maior está sob séria ameaça, caso o poder público continue omisso. O dossiê apresenta fotografias de satélite mostrando o “antes” e o “depois” da destruição da Mata Atlântica, além de imagens de drone e fotos obtidas nos próprios locais onde organizações criminosas devastam a cobertura vegetal para implantar aterros e loteamentos clandestinos (ao todo quase 700 fotografias). Estes terrenos são vendidos ilegalmente, na maioria das vezes a pessoas simples que se desfazem de suas posses para comprá-los. Adquirem lotes sem documentação, enquanto o poder público assiste a tudo sem tomar providências eficazes.


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