Com a flexibilização da quarentena, houve a reabertura do comércio. Porém, protocolos precisam ser seguidos para garantir a segurança de clientes e funcionários. O uso de máscaras, por exemplo, é obrigatório e, em caso de fiscalização, pode gerar multas no futuro. Proprietários de restaurantes e bares protestam e mostram 6 milhões de famílias dependentes. Multas A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeituras, informa que, quando regulamentado o Decreto sobre o tema, a multa da falta de uso de máscaras em comércios será aplicada ao estabelecimento. Até que seja regulamentada, a ação dos fiscais da pasta é para orientar os estabelecimentos sobre as medidas que devem ser adotadas. Compromisso com 22 entidades Para a abertura, um termo de compromisso foi firmado com 22 entidades do comércio. As entidades se comprometeram a adotar medidas de distanciamento social, higiene, sanitização de ambientes, orientação dos clientes e dos colaboradores, compromisso para testagem de colaboradores e medição de temperatura dos clientes, horários alternativos de funcionamento, redução do expediente, sistema de agendamento para atendimento, protocolo de fiscalização e monitoramento do próprio setor (autotutela), além de um esquema de apoio para colaboradores que não tenham quem cuide de seus dependentes incapazes no período em que estiverem fechadas as creches, escolas e abrigos – especialmente as mulheres que são mães. Bares e restaurantes: 6 milhões de dependentes “A retomada econômica vai além do desejo de empresários que estão sofrendo com a quarentena. Hoje são mais de 6 milhões de famílias que dependem do setor de bares e restaurantes. Mais de 20% destes empregados já perderam seus empregos. Ao final de junho, a previsão é de 40%. Convidamos estas pessoas que trabalham no setor para que possam compartilhar o que estão passando e mostrar uma perspectiva que nós, que estamos em casa, não enxergamos. A retomada consciente é fundamental para que trabalhadores de todos os setores tenham de onde tirar o sustento de suas famílias. Não importa onde você trabalha, se você se identifica com esta mensagem, pedimos que a compartilhem. Ela pode ajudar a salvar milhares de empregos e famílias passando necessidades!” – M.C., do Blog da Vila Madalena. Isolamento social Mesmo com a reabertura do comércio, a cidade segue monitorando internações, casos, óbitos e a ocupação de leitos. A exigência do isolamento social continua, sobretudo para as pessoas de grupos de risco (como maiores de 55 anos, portadores de doenças cardíacas e/ou crônicas e pacientes imunodeprimidos ou em tratamento oncológico). “Quando você fala em flexibilização, a percepção da população, muitas vezes, é a de que a pandemia está acabando e sabemos que isso não é verdade. O vírus não vai embora, nós vamos ter que manter, mesmo com a flexibilização, todas as medidas de prevenção essenciais. A nossa maior dificuldade é essa comunicação com a população, de compreender que flexibilizar é uma coisa necessária, porém que o novo normal, com regras fundamentais, é justamente para que a gente não veja a ampliação do número de casos”, afirmou a infectologista do Instituto Emílio Ribas, Rosana Richtmann. O Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP), do Governo de São Paulo, apontou que a cidade de São Paulo registrou 47% de isolamento social na última segunda-feira (22). De acordo com a recomendação das autoridades de saúde, o índice mínimo deve ser 55%. Interdições de estabelecimentos sem autorização Até o dia 21, a Prefeitura interditou 618 estabelecimentos que ainda não tiveram a abertura ao público permitida durante a quarentena estabelecida no município. Os mesmos serão desinterditados após o cumprimento do decreto, caso não tenham sua licença de funcionamento cassada. Certificado de testagem O governador João Doria anunciou, nesta segunda-feira (22), a criação de um certificado para reconhecer empresas que desenvolverem programas de testagem em massa em todo o Estado. A iniciativa visa incentivar a adesão da iniciativa privada à testagem, comprovadamente uma das mais importantes ferramentas de contenção da pandemia da Covid-19.