28/05/2020 às 20h13min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h32min

Após apelo da população, Hospital Sorocabana será reaberto

A população da região tem organizado atos em prol da reabertura do Hospital Sorocabana durante vários anos. O local está fechado desde 2010 por problemas financeiros. Agora, o prefeito Bruno Covas anuncia a reabertura emergencial do local, pois segundo especialistas, sua infraestrutura poderá abrigar gradativamente cerca de 150 leitos que atendam pacientes da Covid-19. A campanha da comunidade é para que o hospital continue em atividade, com suas plenas funções, após a pandemia. O ex-governador Márcio França tentou reativar o complexo hospitalar, sem sucesso. Antes de ser fechado, o hospital chegou a realizar mais de 20 mil atendimentos mensais. Em coletiva de imprensa na última quinta-feira (28), a Prefeitura informou que irá ampliar a rede pública de Saúde com a inauguração de três hospitais nos próximos dias. Além do Sorocabana, também serão abertos Guarapiranga e Brigadeiro. Juntos, os três hospitais disponibilizarão 340 novos leitos para cidade, sendo 100 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O Hospital Sorocabana contará com 60 leitos de enfermaria (pode chegar a 150). O Hospital da Guarapiranga, antigo Hospital das Irmãs Hospitaleiras, contará com 80 leitos de UTI e 60 de enfermaria.   Criado em 1955 O Hospital Sorocabana foi criado no ano de 1955 por uma associação de trabalhadores ferroviários. Com o fim da ditadura militar, a promulgação da Constituição de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), ele se tornou uma referência para população da região oeste no acesso à saúde pública. Em 2010, sua administradora, a Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabana, afirmando problemas financeiros, fechou suas portas abruptamente e a população perdeu a referência hospitalar em toda a área. Governo Estadual x Prefeitura De acordo com a 'Agência Brasil', o terreno que abriga o hospital pertence ao governo estadual, mas seu uso foi concedido ao município, inicialmente por um decreto de 2013 e posteriormente atualizado em decreto de 2016, por um prazo de 20 anos. No entanto, há um imbróglio entre as duas esferas governamentais quando o assunto é investir na reabertura do Sorocabana. A Prefeitura informou, em nota, que como o terreno do Sorocabana pertence ao governo do Estado, chegou a ser cogitada uma permuta com uma área pertencente ao município que abriga o Instituto Dante Pazzanese – com administração estadual. “Mas por questões jurídicas que envolvem o terreno do Hospital Sorocabana, a transação foi considerada inviável. Portanto, ficam inviabilizados investimentos naquele local, além dos que já foram feitos”, diz a nota. A Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais conversou com Osvaldo Schiavinato, morador no bairro da Vila Romana há 38 anos, e um dos organizadores do movimento. Gazeta de Pinheiros - Por que o local foi fechado? Osvaldo Schiavinato - O Sorocabana era o único hospital de referência que atendia pelo SUS o bairro da Lapa e região. Além da população local, pelo fato de estar bem localizado e com grande disponibilidade de transporte, ele servia também aos moradores da região noroeste da capital (Pirituba, Freguesia do Ó, Jaguaré, Butantã, Pinheiros, Vila Madalena e outros).  A capacidade dele é em torno de 200 leitos e, se esses já faziam falta, com a Covid-19 tornaram-se essenciais. GP - Qual seria o custo para a reabertura definitiva, já que entrará em breve em funcionamento emergencial? OS - Entre 2010, quando fechou e 2013, quando o Fernando Haddad (PT) assumiu a Prefeitura, ocorreram disputas judiciais, inviabilizando qualquer iniciativa. Resolvidas essas questões, o ex-ministro e secretário de Saúde da Prefeitura da época, Alexandre Padilha (hoje deputado federal) assumiu como prioridade a reabertura do hospital. Havia, porém, outro entrave: o terreno pertencia ao Estado. Durante toda a gestão Haddad, apelou-se para que o então governador Geraldo Alckmin assinasse o decreto de cessão do terreno para a Prefeitura. Por parte desta, já havia projeto e verba disponibilizados, bastava o terreno. O governador, fazendo mau uso político da demanda (acho que posso dizer assim), no último semestre da gestão Haddad assinou o decreto. No entanto, a legislação eleitoral veda contratação de obras e serviços em período pré-eleitoral, o que impediu o início da reforma.
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