30/04/2020 às 20h08min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h33min

Como ficam as pessoas na rua?

Pessoas em situação de rua sofrem com a pandemia. Segundo pesquisa divulgada em janeiro deste ano, São Paulo conta com cerca de 25 mil pessoas nesta  situação. Com a chegada da Covid-19, este público está ainda mais fragilizado. Outro setor que precisa de atenção é o de entregadores. A execução do Plano de Ciclologística ainda precisa de regulamentação. Com o decreto da quarentena, moradores de Pinheiros e região viram aumentar o número de ciclistas encarregados da logística de entrega. Tornou-se comum ver ciclistas pegando ou entregando encomendas, que variam de alimentação a produtos diversos. A Prefeitura sancionou uma lei que irá reger sobre a questão dos entregadores que utilizam a bicicleta ou triciclos. As empresas de entrega por bicicletas e triciclos que tenham sede e atuação na cidade de São Paulo, bem como os aplicativos de entregas que fazem uso da ciclologística, deverão disponibilizar gratuitamente aos seus ciclistas estrutura mínima que envolva bebedouros, banheiros, área para carregadores de celular e armários, além de cursos gratuitos de formação e capacitação para seus ciclistas, cujo conteúdo deverá ser aprovado previamente pelos órgãos técnicos competentes. Porém, o Projeto de Lei sancionado em 18 de março deverá ser regulamentado por decreto do prefeito em até 90 dias. Deste modo, os trabalhadores não possuem a garantia ainda de que esta estrutura exista. Assim, ficam ainda mais suscetíveis à pandemia. Pessoas em situação de rua A cidade viu crescer, em questão de 5 anos, a quantidade de pessoas em situação de rua. A Prefeitura de São Paulo divulgou em janeiro o resultado do Censo da População em Situação de Rua 2019. Segundo a pesquisa feita pela empresa Qualitest Ciência e Tecnologia LTDA, 24.344 pessoas estão em situação de rua na cidade de São Paulo. Destas, 11.693 estão acolhidas e 12.651 em logradouros públicos ou na rua. O último censo, realizado em 2015, identificou 15.905 pessoas. Com a chegada da pandemia, algumas ações precisam ser feitas para amenizar os efeitos a este público. A pergunta que fica é: como atender a este público de forma satisfatória? A Prefeitura comenta que criou sete novos equipamentos emergenciais, com funcionamento 24h, para acolhimento de pessoas em situação de rua, com o total de 594 novas vagas. Destes, um foi implantado na Vila Clementino, como Centro de Acolhida Especial para moradores em situação de rua já diagnosticados com Covid-19, totalizando 38 vagas. Para os outros seis, foram selecionados centros esportivos preparados para acolher pessoas nesta situação, localizados nas regiões da Sé, Santo Amaro, Luz, Santana, Mooca e Lapa, totalizando 556 vagas com funcionamento 24h. Os Centros de Acolhida são higienizados constantemente e mantidos com as janelas abertas, e nos quartos as camas foram colocadas em distância segura. Todos os eventos agendados nos serviços foram cancelados e as visitas suspensas. A Prefeitura de São Paulo informa que na região de Pinheiros, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) mantém um Centro de Acolhida com 180 vagas. O serviço oferece acesso à alimentação completa, encaminhamentos de acordo com a necessidade do convivente, rede de estímulo à geração de renda, atividades culturais e encaminhamentos para outras políticas públicas.   Abordagem Os veículos utilizados pelas equipes de Seas (Serviço Especializado de Abordagem Social) são higienizados após cada deslocamento e mantidos com as janelas abertas, devendo-se manter distância entre os passageiros transportados. A Seas, que é composta por 600 orientadores, também intensificou as orientações nos cuidados de contágio do vírus. A equipe realiza busca 24 horas por dia para identificar pessoas ou famílias em situação de rua e oferecer acolhimento na rede socioassistencial. A atuação é por meio de escuta qualificada, visando à aproximação, construção e fortalecimento de vínculos, atendimentos sociais, orientações e encaminhamentos. Das 22h às 8h, a abordagem é realizada pela Coordenadoria de Pronto Atendimento Social (CPAS). Importante frisar que elas não são obrigadas a aceitar os serviços oferecidos. Por meio das secretarias municipais de Turismo e de Assistência e Desenvolvimento Social, já registrou 60.679 atendimentos, entre 4 e 22 abril, na região central, durante as intervenções da Ação Vidas no Centro, uma iniciativa inédita que visa proporcionar condições básicas para realizar higiene pessoal aos cidadãos em situação de vulnerabilidade social na região central cidade. O objetivo é minimizar o impacto da proliferação do coronavírus nesta população. Saúde As Unidades Básicas de Saúde desenvolvem ações de promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde da população em situação de rua. As equipes de Consultório na Rua constituem uma estratégia de ampliação do acesso e cuidado longitudinal destinado às pessoas em situação de rua, integrando e articulando as ações com os diferentes equipamentos da rede. O atendimento consiste em consulta médica, visita de rua com atendimento do médico, consulta de enfermagem, visita de rua com atendimento de enfermagem, visita do auxiliar ou técnico de enfermagem e visita de rua do Agente de Saúde. As equipes de Consultório na Rua estão articuladas com as demais equipes da Atenção Básica, oferecem assistência de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde e Covisa, reforçando a atenção aos sinais e sintomas relacionados a síndrome gripal. Os casos suspeitos identificados são encaminhados à Unidade Básica de Saúde para orientação, atendimento e diagnóstico. Nos casos de maior gravidade o Samu será acionado, encaminhando o paciente de acordo com sua necessidade. Na identificação de caso suspeito os profissionais das equipes investigam possíveis contatos. Durante a pandemia da Covid-19 as equipes de Consultório na Rua estarão realizando cobertura e horário estendidos, para acessar o maior número de pessoas, nos territórios. As ações de enfrentamento ao coronavírus são articuladas entre as Secretarias Municipais da Saúde e a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS).


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