04/10/2024 às 17h08min - Atualizada em 05/10/2024 às 00h00min

Investidores reduzem volume aplicado no Exterior,  por meio de fundos, ao menor patamar em quatro anos

Aportes fora do Brasil cresceram na pandemia e se retraíram em 2024, ficando abaixo de R$ 300 bilhões pela primeira vez desde junho de 2020

PAULO ARIEL
Foto: Nelogica/Divulgação

O volume de investimentos no Exterior por parte dos brasileiros por meio de fundos de investimentos caiu ao final do primeiro semestre deste ao menor patamar desde 2020, retraindo de R$ 334,01 bilhões para R$ 286,43 bilhões em quatro anos. A queda entre 30 de junho de 2020 e 30 de junho de 2024 (dado mais atualizado até o momento) foi de 14,2%, de acordo com levantamento elaborado pela plataforma de informações financeiras Comdinheiro/Nelogica.

A destinação de aportes brasileiros como forma de diversificar suas aplicações e contar com portos mais seguros fora do País se intensificaram especialmente durante a pandemia global causada pela Covid-19. Após entrar com mais força na cesta de investimentos dos brasileiros em 2019, a opção de investir no Exterior por meio de fundos permaneceu no horizonte nacional e alcançou seu ápice em fevereiro de 2023, quando o volume total somou R$ 372,84 bilhões.

Para Filipe Ferreira, diretor de Nelogica para com Dinheiro, essa retração recente pode indicar que o patamar máximo ao qual o brasileiro está disposto a apostar fora do País já atingiu seu teto. “Além disso, o investidor está aproveitando mais os ganhos que a alta taxa de juros oferece por aqui, em aplicações de renda fixa”, avalia Ferreira.

O executivo explica que nos últimos anos o brasileiro foi estimulado a testar o mercado internacional por facilidades na legislação – como aportar recursos em frações de Bonds – e tecnologias de acesso mais simples para romper as fronteiras geográficas e financeiras.

“O investidor passou a ter mais possibilidade e usou esses recursos e ferramentas para explorar novas opções fora do território nacional, o que é ótimo no sentido de educação financeira. Em 2024, ele se voltou mais o Brasil, mas por opção e rentabilidade, não por falta de acesso a mercados internacionais, como ocorria antes”, acrescenta o diretor de Nelogica para Comdinheiro.

 

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PAULO ARIEL SOARES LEAO JUNIOR
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