28/02/2020 às 16h50min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h36min

Por que comemos mais, mesmo quando já estamos saciados?

“A fome é derivada de uma série de impulsos que nos levam ao ato de comer. Um deles é o apetite fisiológico, quando buscamos alimento porque estamos mesmo com fome, mas também há o apetite hedônico, é o ‘comer emocional’. A fome vem de impulsos da memória afetiva, do cheiro de alguma comida na lembrança. É a parte que está relacionada com o controle hipotalâmico do apetite, que, por sua vez, está interligado ao ato de comer fora de hora ou quando já estamos alimentados”, explica a Dra. Andressa Heimbecher, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP). Entre os hormônios ligados à saciedade está a leptina, que é responsável por ‘contar’ a reserva energética disponível e sinalizar a saciedade. A grelina é o hormônio que antecipa as refeições, agindo como se fosse o hormônio da fome. O GLP1 é um hormônio que vai ser liberado quando há alimento no trato gastrointestinal, fazendo com que o pâncreas libere insulina. A elevação de insulina é um sinalizador para o cérebro sobre a saciedade. Segundo a endocrinologista, nos pacientes que sofrem de obesidade, há uma resistência à leptina, e o cérebro não sinaliza a saciedade. Mas esse é apenas um dos lados da obesidade, doença crônica, recidivante e multifatorial. A epidemia mundial da obesidade também está relacionada ao chamado ambiente obesogênico, onde estão incluídos: a facilidade em encontrar alimentos hiperpalatáveis, que acabam tendo efeito hipotalâmico (aqueles crocantes, molinhos e fofinhos) e espaços ou hábitos que não favorecem a prática de exercício físico, levando mais e mais pessoas ao sedentarismo. “A criança, por exemplo, é espelho da alimentação e do hábito da família. É o ambiente disfuncional que faz nosso organismo ter acúmulo de calorias”, comenta Dra. Andressa. A obesidade é uma epidemia que afeta mais de dois bilhões de pessoas em todo mundo, mas ainda não é totalmente compreendida: o paciente que sofre de obesidade precisa de tratamento como qualquer outra doença. Fonte: Dra. Andressa Heimbecher, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo –SBEM-SP (www.sbemsp.org.br)


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