​Parklets seguem causando incômodo à população

Extensões oferecem perigo para motoristas e atrapalham transeuntes

Na esteira da reportagem realizada na edição da Gazeta de Pinheiros do dia 9 de maio último, sobre a "explosão" e abuso do uso de parklets - áreas contíguas às calçadas, onde são construídas estruturas a fim de criar espaços de lazer e convívio onde anteriormente havia vagas de estacionamento de carros - moradores da região de Pinheiros e da região se manifestaram sobre o assunto. 

Excesso 
Embora muitos reconheçam que a ideia não é necessariamente ruim, existe sim um sentimento de excesso generalizado e de oportunismo por parte de comerciantes na instalação destes acessórios. Cássio Calazans, presidente da SAVIMA -  Sociedade Amigos de Vila Madalena - contextualiza o problema: “Os Parklets são pequenas áreas urbanas projetadas para oferecer espaços de descanso e convivência em meio ao cenário urbano. No entanto, na prática, alguns desses Parklets têm largura superior à de um carro, sendo frequentemente instalados próximo a esquinas, o que aumenta o risco de colisões com automóveis. A ideia inicial dos Parklets era criar áreas de lazer, leitura e relaxamento, mas muitas vezes acabam se tornando extensões de bares, funcionando como fumódromos que congestionam as calçadas e dificultam a passagem dos pedestres. Para que os Parklets cumpram sua função de forma eficaz, é crucial um planejamento mais cuidadoso, priorizando o bem-estar dos transeuntes e garantindo acessibilidade para cadeirantes e outras pessoas com mobilidade reduzida. Projetos bem elaborados podem transformar esses espaços em verdadeiros oásis urbanos, onde todos possam desfrutar de momentos de descanso e lazer sem comprometer a fluidez e a segurança das vias públicas”, concluiu.

Moradores se manifestam
"Sou contra a instalação de parklets na Rua Ferreira de Araújo, 419, e em qualquer outra área nas imediações das Ruas Padre Carvalho, Marcos Azevedo, Ferreira de Araújo, Vupabussu, e Tucumbira, assim como em frente ao restaurante NOU, situado na Rua Ferreira de Araújo, em frente ao número 419. Conto com o bom senso da Prefeitura para garantir o direito de ir e vir de toda a comunidade. Esta rua já possui parklets em quantidade suficiente, o que contribui para estreitar o trânsito de carros e obstruir os pedestres e cadeirantes nas calçadas. Além disso, o parklet ficará muito próximo à esquina da Rua Marcos de Azevedo, contrariando a legislação vigente. Agradeço a atenção." G.M.

"Está um caos na rua Ferreira de Araújo que foi tomada por restaurantes e parklets. É um absurdo a prefeitura fechar os olhos para isso." R.G.

"A autorização para parklets é concedida pela prefeitura, não pelos moradores. As regras devem ser seguidas, mas acredito que na rua existem casos diversos, não apenas parklets. Existem TPUs para o uso das calçadas e as Ruas São Paulo, todos autorizados pela prefeitura. Então, antes de criticar os estabelecimentos, devemos questionar a prefeitura, que autorizou tudo isso sem o mínimo de bom senso, até porque os estabelecimentos pagam por todas essas licenças." A.M.
"Se há consulta pública não só podemos, mas devemos nos pronunciar. Manifestação dos moradores é sim levada em consideração, e já impedimos duas instalações que tiveram consulta pública. A Ferreira de Araújo é decreto de 2014, não Ruas Livres.” A.M.

O que diz a lei
Entre inúmeros tópicos, é preciso ficar atento ao Decreto 55.045 de 2014: "I - a instalação não poderá ocupar espaço superior a 2,20m de largura, contados a partir do alinhamento das guias, por 10m de comprimento em vagas paralelas ao alinhamento da calçada, ou de 4,40m de largura por 5m de comprimento em vagas perpendiculares ou a 45º do alinhamento".